Manuel José – Voz da América
A
Casa-CE promete levar o "caso Kalupeteka" ao Tribunal Penal
Internacional e às Nações Unidas se se confirmar o número de mortes que,
segundo a Unita e activistas, ascende a centenas.
Uma
delegação da Casa-CE liderada por Abel Chivukuvuku está no Huambo e vai tentar
subir a serra do Sumi, onde os parlamentares da Unita foram impedidos de
entrar, apesar do governador do Huambo Kundy Pahiyama ter garantido acesso
livre dos deputados da Assembleia Nacional.
De
acordo com a Casa-CE, os assassinatos no Huambo continuam.
O
deputado Leonel Gomes adiantou haver mais casos de matanças de seguidores da
seita de José Kalupeteka nas últimas 24 horas noutras localidades da província.
"Ficamos
surpreendidos que face ao que aconteceu que, até prova em contrário, parece ter
sido uma chacina, não houve nenhum pronunciamento e o mais grave é que a caca
às bruxas continua, por que ainda ontem houve matanças no Balombo, em Catata
região do Ngove e no Longondjo", disse Gomes.
Caso
se confirmem os números, aquele deputado promete que a sua bancada parlamentar
poderá levar o caso à justiça internacional.
"Vamos
tomar medidas claras, se necessário for levar o assunto junto dos órgãos de
direitos humanos das Nações Unidas e ao Tribunal Penal Internacional",
adiantou Leonel Gomes.
"Há
muita gente que vive das lavras do monte Sumi e não consegue ter acesso ao
monte porque qualquer movimento na área é recebido a tiro"",
denunciou o deputado.
A
VOA falou com uma testemunha ocular dos eventos, que se encontrava próximo de
José Kalupeteka no primeiro dia dos confrontos entre os fiéis da seita A Luz do
Mundo e a polícia e as Forcas armadas, mas que, por medo de represálias, pediu
para não ser identificado.
"Houve
muitos tiros, bomba mesmo, tipo aquele tempo de guerra, muitos tiros
mesmos", disse, expressando primeiro em português e depois na língua
materna.
"Eles
proibiram-nos, disseram-nos que ali não podíamos entrar então começamos a
desconfiar que o nosso líder Kalupeteka estava em apuros aí pegamos em pedras,
paus, catanas e resolvemos atacar", denunciou a testemunha.
Até
ao momento não conseguimos verificar nenhum óbito, nem na Caála nem aqui no
Huambo, apesar de as autoridades da província dizerem possuir alguma
informação, como indicou o governador do Huambo Kundy Pahiyama.
"Os
familiares vieram reconhecer os cadáveres, penso que alguns vieram de Benguela para
reconhecer parentes, mas devem de os ter levado para Benguela.”
Sem comentários:
Enviar um comentário