A
Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) exigiu hoje a imediata
libertação dos defensores dos direitos humanos detidos naquele enclave angolano
há mais de um mês.
Num
comunicado, datado de Paris e assinado pelo porta-voz da FLEC, Jean Claude
Nzita, enviado hoje à agência Lusa, a organização condena "vigorosamente
as graves violações dos direitos humanos cometidas pelas forças de segurança e
pelas FAA [Forças Armadas Angolanas] com instruções diretas das suas
chefias".
O
comunicado surge na sequência da detenção dos ativistas Marcos Mavungo e Arão
Tempo, organizadores de uma frustrada manifestação, que deveria ter lugar a 14
de março para protestar contra a alegada má governação e violação dos direitos
humanos em Cabinda.
No
passado dia 11 deste mês, outros três ativistas foram igualmente detidos antes
de uma anunciada manifestação naquele enclave para exigir a libertação dos
outros dois elementos.
O
documento da FLEC, movimento independentista de Cabinda, considera
"imperioso" que a comunidade internacional, e particularmente
Portugal, França e Estados Unidos da América investiguem "os crimes
cometidos em Cabinda e que Angola paga para serem silenciados".
O
apelo é dirigido igualmente à organizações não governamentais como a Amnistia
Internacional, Human Right Watch, Freedom House, Robert F. Kennedy Human
Rights, bem como à imprensa.
"A
FLEC exige que Angola liberte imediatamente, e sem condições, os defensores dos
direitos humanos detidos em
Cabinda. A FLEC denuncia também a manipulação política do
poder judicial em Angola cúmplice ativo das violações dos Direitos
Humanos", lê-se no comunicado.
O
movimento independentista considera ainda que a situação dos ativistas civis
detidos em Cabinda "é resultado da incapacidade e desespero dos generais
angolanos de silenciar as reivindicações das associações de defesa dos direitos
humanos em Cabinda".
"Angola
como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU está a ridicularizar
e descredibilizar o Conselho de Segurança, praticando impunemente e
incessantemente violações dos direitos humanos em Cabinda, contrariando
gravemente a missão da ONU", alude o comunicado.
José
Marcos Mavungo está indiciado do crime de rebelião e o advogado Arão Tempo é
suspeito de colaboração com um estrangeiro (também detido) contra o Estado
angolano.
Lusa,
em Noticias ao Minuto
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