Cerca
de 1,1 milhões de crianças frequentam atualmente o primeiro ciclo em Luanda,
entre o pré-escolar e o sexto ano, mas menos de 7% têm acesso às refeições nas
escolas, segundo números divulgados hoje na capital angolana.
A
situação é justificada pelas autoridades do setor da Educação no Governo
Provincial de Luanda (GPL) com as dificuldades financeiras, agravadas pela
crise provocada da quebra nas receitas do Estado com a exportação do petróleo.
Na
prática, apenas 6,7% das crianças que em Luanda deveriam ter acesso à merenda
escolar - instituída pelo Governo - estão a usufruir dessa alimentação,
equivalente a cerca de 76 mil alunos, em mais de 400 escolas.
"Temos
fé que quando o petróleo subir [cotação internacional], alguma coisa vá
acontecer", afirmou o diretor do Gabinete de Educação do GPL, André Soma,
durante o sétimo Fórum da Criança, organizado por aquela entidade para analisar
a execução dos 11 Compromissos do Estado angolano com os Direitos da Criança.
Ainda
de acordo com o responsável provincial do setor, a falta deste apoio alimentar
nas escolas contribuirá para o insucesso escolar e a desmotivação das crianças.
"Estamos
a trabalhar no sentido de tornar mais abrangente esse direito, com os recursos
que temos. É um processo gradual, mas vamos chegar lá", afirmou à Lusa,
por seu turno, a diretora do Instituto Nacional da Criança (INAC) de Angola,
Ruth Mixingi, igualmente presente neste fórum dedicado aos direitos das
crianças.
Os
longos percursos a pé que algumas crianças ainda têm de percorrer até às
escolas na província capital, cerca de 10 quilómetros diários em algumas zonas,
ou o desinteresse e falta de acompanhamento da vida escolar por parte das
famílias são outros constrangimentos detetados pelas autoridades do setor da
Educação em Luanda.
Só
a província de Luanda concentra cerca de 6,5 milhões de habitantes, de acordo
com o recenseamento da população realizado em 2014.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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