Macau,
China, 09 abr (Lusa) - As comemorações dos 800 anos do português, celebrados em
2014, chegaram a Macau, no âmbito das atividades promovidas pela Associação 8
Séculos de Língua Portuguesa, que organizou hoje uma palestra para alunos do
ensino secundário.
Perante
uma audiência de alunos do 11.º ano da Escola Portuguesa de Macau (EPM), Maria
José Maya, presidente da associação criada em 2012 para promover o idioma,
falou da importância e da história da língua portuguesa, da sua evolução a
partir do latim e da influência do grego, até aos dias de hoje.
"É
bom sabermos de onde a língua, vem mas é extraordinariamente importante
perceber o momento em que estamos", salientou, justificando o lema das
comemorações, iniciadas a 05 de maio de 2014, "A língua portuguesa é o som
presente d'esse mar futuro", emprestado de um verso de Fernando Pessoa.
Até
10 de junho deste ano, a associação vai continuar a promover iniciativas em
Portugal e noutros territórios com presença do idioma. Os 800 anos daquele que
é considerado o primeiro documento escrito em português - o testamento de D.
Afonso II, de 27 de junho de 1214 - foram o mote para atividades de promoção da
língua envolvendo os vários países e regiões ligados à lusofonia, explicou
Maria José Maya.
A
associação juntou outra efeméride a estas comemorações: os 400 anos da
publicação da "Peregrinação", de Fernão Mendes Pinto, em 1614.
Foram
várias, então, as atividades já assinaladas, entre emissões filatélicas,
lançamento de medalhas, exposições, colóquios e tertúlias, como a que decorreu
hoje na EPM.
No
final da sessão, Maria José Maya revelou uma carta que os alunos da Escola
Secundária Fernão Mendes Pinto escreveram para os alunos da EPM.
"Separam-nos oito horas mas une-nos Camões", escreveram os estudantes
do 12.º ano.
Fazendo
referência ao uso de pauzinhos, ao hábito de beber chá e à "maravilhosa
simbiose entre a cultura portuguesa e chinesa" que acreditam existir em
Macau, os alunos de Almada pediram, no fim, uma resposta à sua carta.
"Eles
não sabem que apanhando o transporte público, as paragens são ditas em português. Podem
contar-lhes, é uma maneira de construir pontes", aconselhou Maria José
Maya.
Em
declarações à agência Lusa, no final da sessão, a professora sublinhou o seu
agrado com a presença da língua portuguesa em Macau, onde não vinha desde 1999,
não só em autocarros como em sinais na rua e nos nomes dos estabelecimentos.
No
entanto, admitiu que "na rua [o uso do português] é inferior ao
esperado", afirmando que gostaria de ver a língua "mais
difundida".
Ainda
assim, elogiou o número elevado de instituições que oferecem cursos de
português e sublinhou o interesse da associação em cooperar com Macau para
atividades de promoção da língua.
"Vão
continuar as parcerias e vão surgir novos projetos sempre com o objetivo de
contribuir para promover a língua portuguesa - divulgação de autores,
divulgação das culturas dos países de língua oficial portuguesa. Macau estará
sempre inserido nestes projetos", garantiu.
ISG
// VM
Sem comentários:
Enviar um comentário