quinta-feira, 30 de abril de 2015

Moçambique. HOMENAGEM A EMMANUEL SITHOLE: Graça Machel apela à unidade africana




Graça Machel, antiga primeira-dama de Moçambique, apelou à unidade africana no serviço fúnebre de Emmanuel Sithole (Manuel Jossias de seu nome verdadeiro), um dos cidadãos moçambicanos vítimas da violência xenófoba no país vizinho. Graça Machel apelidou o brutal assassinato do moçambicano de “um símbolo do que não deve acontecer novamente”.

Pelo menos sete pessoas morreram na sequência de ataques a estrangeiros e suas propriedades iniciados há duas semanas, na África do Sul.

Num discurso emocionado em Joanesburgo, Graça Machel, que foi também primeira-dama da África do Sul, disse que a violência recente deve ser “uma chamada de atenção” para toda a região da África Austral.

O serviço fúnebre, que marcou o início da transladação do corpo para Moçambique, teve lugar no emblemático município de Alexandra, onde Emmanuel Sithole foi morto por quatro homens.

Por entre aplausos da multidão presente no acto, Graça Machel promoveu a aceitação de todas as nacionalidades.

“Eu sou sul-africana. Eu sou moçambicana. Eu sou zambiana. Eu sou zimbabweana”, disse ela, acrescentando que “a migração está no nosso sangue. As fronteiras foram criadas pelos colonizadores. Elas não significam nada para nós, porque nós somos um”.

Graça descreveu a recente onda de violência como uma “expressão de ódio pelo próprio que foi inculcada pelo sistema de apartheid”.

A activista moçambicana dos direitos humanos enfatizou que ataques semelhantes aconteceriam de novo, a menos que os países da região sejam capazes de providenciar melhores oportunidades económicas aos seus povos.

Após o seu discurso, a ex-primeira-dama ficou “banhada” de lágrimas, segundo o correspondente da BBC no local.

Emmanuel Sithole foi agredido e esfaqueado no município de Alexandra, arredores de Joanesburgo, no dia 18 de Abril.

O seu assassinato, registado por um fotojornalista, chocou a nação e o mundo e causou indignação global.

Inicialmente, ele foi identificado pela imprensa como Emmanuel Sithole, mas o Presidente Sul-africano, Jacob Zuma, desde então, revelou o seu nome verdadeiro como sendo Manuel Jossias.

Quatro suspeitos compareceram perante o tribunal na semana passada acusados do assassinato do moçambicano. A audiência do caso foi adiada para 4 de Maio.

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