quinta-feira, 30 de abril de 2015

Moçambique. FRACA PRECIPITAÇÃO COLOCA MACHANGA EM RISCO DE PASSAR FOME




Maputo, 29 Abr (AIM) - O sector de agricultura na província central de Sofala, anunciou terça-feira, na cidade da Beira, que a estiagem que assolou Machanga entre os meses de Janeiro e Março, está a colocar este distrito de Moçambique à beira da fome, estimando-se que a situação venha a afectar 2.551 famílias camponesas.

Edson de Almeida, chefe dos Serviços Provinciais de Agricultura de Sofala, é citado pelo jornal
Diário de Moçambique, a revelar que a situação de Machanga é considerada crítica, pois a produção da primeira época também ficou afectada.

Segundo a fonte, 25 por cento da área cultivada, calculada em 26.209 hectares, é dada como perdida.

Como não choveu, os camponeses não voltaram a colocar sementes no solo, facto que afectará os rendimentos da primeira época, nomeadamente das culturas do arroz, milho e mexoeira, disse Edson de Almeida.

A fonte apontou que o sector da Agricultura vai monitorar a segurança alimentar, particularmente no distrito de Machanga, para aferir com mais precisão o impacto que a estiagem provocou na presente época agrícola.

Para além de Machanga, oito distritos de Sofala, nomeadamente Caia, Chemba, Cheringoma, Chibabava, Dondo, Marínguè, Marromeu e Muanza, segundo Almeida,
caminham para a fome, uma vez que as reservas alimentares não suportarão mais de um mês, enquanto Gorongosa, Búzi e Nhamatanda possuem comida que pode ser consumida por mais de 30 dias.

Pode-se dar o caso de os oito distritos não se ressentirem da fome, uma vez que as famílias camponesas têm culturas em campo, cujas colheitas iniciam no presente mês de Abril. Nos princípios do próximo mês, iremos fazer um levantamento em todos os distritos, com o objectivo de aferir a duração das reservas alimentares, cujas colheitas irão acontecer no corrente mês de Abril, explicou Edson de Almeida.

As necessidades apontam para 516,7 toneladas de semente diversa, mas a disponibilidade actual é de cerca de 267.7 toneladas, existindo um défice na ordem de 275,6 toneladas, com maior peso para a batata e feijões.

Como alternativa, a fonte revelou que o sector está a trabalhar com várias organizações, com destaque para o Projecto de Desenvolvimento de Irrigação Sustentável (PROIRI), para colmatar o défice que se regista na componente de sementes de forma a não comprometer a campanha.

Temos dois cenários na presente safra agrícola, sendo boa nas zonas centro e norte de Sofala, apesar de algumas perdas devido as inundações e razoável na região sul da província, devido à queda irregular e má distribuição da chuva que resultou em estiagem, principalmente no distrito de Machanga, explicou Edson de Almeida.

(AIM) MAD/SG

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