Presidente
Filipe Nyusi, desmentiu notícias postas a circular segundo as quais dentro de
45 dias iria assinar um acordo com o líder do maior partido da oposição, a
RENAMO, Afonso Dlakhama.
O
presidente de Moçambique Filipe Nyusi, desmentiu que iria assinar um acordo com
o líder da RENAMO, Afonso Dlakhama, impondo ao Parlamento o reexame e aprovação
do projeto de criação de autarquias provinciais.
O
Presidente Filipe Nyusi reagiu pela primeira vez às declaracções feitas pelo
lider da RENAMO, Afonso Dlakhama, no passado dia 25 de abril, sobre um alegado
acordo que seria assinado entre as duas partes num período de 45 dias para por
termo a atual crise pós-eleitoral.
Dhlakama,
tinha declarado num encontro com académicos e jovens simpatizantes do seu
partido em Nampula e citamos que "em menos de 45 dias vou assinar um
acordo com Nyusi, que depois vai a Assembleia para ser ratificado no sentido de
torná-lo operacional".
De
acordo com Dhlakama "o acordo vai acomodar o anteprojeto das autarquias
provinciais chumbado pela maioria da FRELIMO (o partido no poder) no
Parlamento".
Recorde-se
que o projecto de lei, chumbado no Parlamento no final de abril (30.04 ) tinha
sido submetido pela RENAMO para ultrapassar a crise política que se arrasta
desde as últimas eleições gerais de 15 de outubro.
Solicitado
a comentar estas declarações e falando a jornalistas moçambicanos que o
acompanharam a Abidjan, na Costa do Marfim, nas celebrações do jubileu do Banco
Africano de Desenvolvimento (BAD), Filipe Nyusi afirmou esta quinta-feira
(28.05) que "continuaremos a defender os três poderes. Tudo o que tiver de
ser feito para que se possa continuar em paz estamos mais do que disponóveis
para caminar nesta àrea. Mas jurei fazer cumprir a Constituição da
República".
O
Presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, tinha dito que após um acordo com Nyusi
o projeto de lei sobre as autarquias provinciais seria submetido ao Parlamento
apenas para chancelar o documento, à semelhança do que aconteceu com a lei
eleitoral.
Mas
o Presidente Nyusi afasta esta possibilidade. "Da mesma maneira que nunca
aconteceu o Parlamento reunir e dizer que o Governo tem que tomar essa posição,
se houve por qualquer motivo não devemos encorajar os métodos de substituir as
instituições".
A
RENAMO tem vindo a defender a criação de autarquias provinciais nas seis
provincias onde obteve o maior número de votos nas últimas eleições ameaçando
tomar o poder pela força.
Nesta
quinta-feira (28.05), a RENAMO disse que estava aberta a estender este modelo
de governação a todo o país.
O
Presidente Filipe Nyusi reiterou em Abdijan a sua disponibilidade para tudo
fazer com vista a manter o diálogo e a paz no país mas sempre respeitando a
Constituição moçambicana. "A democracia tem que prevalecer. É verdade que
devem existir posições políticas, mas têm que ser dentro das balizas
estabelecidas".
Leonel
Matias (Maputo) – Deutsche Welle
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