Veja aqui a conferência de imprensa do ministro das finanças grego no fim da
reunião do Eurogrupo que recusou prolongar o atual acordo por duas semanas, de
forma a que os gregos possam votar sem constrangimentos no referendo de 5 de
julho.
“A
recusa do Eurogrupo em prolongar por duas semanas o atual acordo, para que o
povo grego possa votar sobre a proposta – especialmente tendo em conta a alta
probabilidade dos gregos poderem não aceitar o nosso ponto de vista e votarem
Sim ao acordo – irá comprometer a credibilidade do Eurogrupo enquanto união
democrática entre parceiros”, declarou Varoufakis.
Varoufakis
comentou as palavras do líder do Eurogrupo, afirmando que o acordo de
financiamento acaba no fim de junho e responsabilizando a Grécia por uma
suposta rotura das negociações. “Até parece que Djessembloem ficaria feliz se
assinássemos uma proposta em que não acreditamos se não tivéssemos o veredito
do povo grego, mas se o tivermos já há problema. Se o povo grego quiser assinar
o acordo, assinaremos, nem que isso leve a remodelações no governo ou outra
reconfiguração ao nível do governo”, prometeu o ministro.
“Fomos
eleitos com 36% dos votos e para uma decisão destas consideramos que 50% + 1 é
o mínimo necessário”.
“Expliquei
aos nossos parceiros as três razões porque não pudemos aceitar a proposta das
instituições de há dois dias: as ações recomendadas tinham efeito recessivo e
eram redistributivas, mas no sentido em que transferiam os sacrifícios daqueles
que podiam e deviam suportá-los para os que não podiam nem deviam; a proposta
de financiamento dos cincos meses de extensão do acordo era tecnicamente
inadequada e os números não batiam certo; e, mais importante, o que nos
propuseram não continha nenhum plano para dar confiança a investidores,
consumidores e depositantes que o próximo período de cinco meses seria um
período de recuperação e superação da crise”, resumiu Varoufakis.
“Explicámos
que não tínhamos um mandato para assinar uma proposta insustentável e inviável
nem para rejeitar a proposta sem consultarmos o povo grego, que terá de ser o
juíz final da aceitação, ou não, dessa proposta. Expliquei que fomos eleitos
com 36% dos votos e para uma decisão destas consideramos que 50% + 1 é o mínimo
necessário”, prosseguiu o ministro.
Varoufakis
disse que ainda há alguns dias para melhorar a proposta dos credores “para
maximizar a hipótese de acordo”, de forma a que o governo possa recomendar ao
voto Sim.
Respondendo
aos que dizem que este referendo é sobre o euro, Varoufakis explicou que “não
há nenhuma regulamentação que preveja a saída de um país do euro, ao contrário
da saída da União Europeia, que está no Tratado de Lisboa. Por isso, quem
deseja que façamos esse referendo terá de mudar primeiro as regras da UE”.
InfoGrécia
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