sábado, 13 de junho de 2015

Moçambique. NYUSI JÁ NÃO DIZ NADA E DHLAKAMA NÃO É SÉRIO



Verdade (mz) - Editorial

Apesar de todo o “passatempo” a que se assiste em sede do diálogo político entre o Governo e a Renamo, pensávamos que o último conflito armado tinha deixado boas lições de moral, conduta social e política. Ainda tínhamos esperança de que, como moçambicanos fraternos, podíamos chegar a um meio-termo em relação à manifesta ganância pelo poder por parte do regime e da oposição. Enganámo-nos!

Que só o diálogo consiga transformar Moçambique num Estado de paz credível, aos olhos daqueles que acreditam na democracia e apetecível para nos movimentarmos sem receios, parece cada vez mais uma utopia.

O pior de tudo isso é vivermos com os corações nas mãos, debaixo de um fogo cruzado e aptos para acharmos algum esconderijo, porque o belicismo que reina entre o Governo e Renamo nos empurra com tal força para a incerteza. O progresso alcançado há 40 anos tende a estar por um fio, e já esteve no passado, por um só motivo: o poder! Tudo o que se diz em torno de o resto não passa de um embuste.

Num país infestado de ladrões, assassinos, abutres viciados pelo no erário e corruptos de toda a estirpe, que vão de agentes da Polícia, incluindo da Investigação Criminal que saqueiam armas dos seus postos de trabalhos e vendem-nos a marginais, a caçadores furtivos que com uma certa impunidade despovoam as reservas sem quese ponha a mão sobre os cabecilhas desses actos, a nossa luta conjunta devia ser o combate a tudo isso. Porém, estamos completamente distraídos e a nossa vida tem sido uma rotina já incómoda. Acordemos antes que esta sociedade se torne definitivamente decadente!

O Presidente Filipe Nyusi, que até aqui está a divulgar o seu programa de governação por onde passa, já começa a não ter nada para dizer e, tarde ou cedo, irá provar o contrário do que prometeu... Foi assim com os seus antecessores.

Afonso Dhlakama, que alega bater-se pela democracia e ensaia uma série de ameaças nunca irá mudar a ponto de ser uma pessoa séria e diferente daquela que todos conhecemos. Um líder que hoje diz uma coisa e amanhã outra não podia merecer a confiança de quem quer que seja nem dos seus sequazes, mormente quanto faz uma apologia à guerra e esquece que tais declarações constrangem aqueles que nos dois últimos conflitos perderam parentes. Quem assume um compromisso com a paz devia comportar-se como tal. Porém, do líder da Renamo o que se vê e ouve são mudanças súbitas de opinião e discurso!

E chegámos a ponto de perceber que a política da oposição é, por vezes, de barriga, procura sempre meio para arrancar o rebuçado a quem (Frelimo) já o tem na boca. E o que se diz em política é pura retórica para manter os moçambicanos distraídos e concentrados em assuntos marginais.

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