quarta-feira, 8 de julho de 2015

Angola. ATIVISTAS RECEBIDOS EM SILÊNCIO NA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA




Reunião na Casa Civil para falar da detenção de Marcos Mavungo em Cabinda terminou sem respostas.

Rafael Morais lembra que a detenção ocorreu uma semana após Marcos Mavungo enviar um comunicado ao governo de Cabinda informando sobre a manifestação. O teor do comunicado chegou, inclusive  a fazer com que uma delegação da casa militar da Presidência da República, chefiada pelo general Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, se deslocasse à província.

“Estamos sem compreender a sua prisão. O Arão Tempo está em liberdade, mas continua sem poder sair de Cabinda. Assim percebemos que as motivações não são criminais, mas políticas. O Mavungo não foi nem detido no acto da manifestação nem em flagrante delito. Ele ia da igreja de manhã para sua casa e ali foi detido. Ainda que se realizasse a manifestação, é um acto plasmado na Constituição. Foram cumpridos todos os pressupostos legais e não vemos até que ponto essa detenção tem que prevalecer”, lamenta.

Em relação aos 15 presos políticos em Luanda, Rafael Morais disse que não o GAPPA, mas diversas pessoas ligadas a organizações em Angola estão a se organizar para uma visita a Cadeia de Calomboloca nesta sexta-feira.

Carta às Nações Unidas

As violações de direitos humanos em Angola tem feito com que as organizações não governamentais recorram constantemente à ajuda internacional. Desta vez foi o Centro de Integridade Pública de Angola que enviou uma carta às Nações Unidas e às embaixadas dos Estados Unidos e da França em Luanda a solicitar a sua intervenção junto do governo.

No comunicado, publicado pela Voz da América, os activistas apontam que em causa, está a tentativa das autoridades de  “eliminar as vozes contrárias à governação no país, como fez com os cidadãos Isaías Cassule, Alves Kamulingue, Manuel Hilbert Ganga e muitos outros jovens assassinados”.

Àquela organização recorda ainda que, como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da Comissão dos Direitos Humanos da ONU, o governo tem “responsabilidades acrescidas” no campo dos direitos humanos.

O documento, segundo a VOA, inclui também as fotos dos 15 detidos e uma cópia do livro em preparação de Domingos da Cruz, Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura – Filosofia Política da Libertação para Angola, bem como mensagens trocadas entre jovens do denominado Movimento Revolucionário, que mostram a inexistência de qualquer intenção de “promover um golpe de Estado em Angola”.

Rede Angola (ao)

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