Líder
da UNITA lançou repto durante o primeiro dia das Jornadas Parlamentares
conjuntas da oposição.
O
líder da UNITA desafiou os deputados a darem início a um processo de
responsabilização do presidente da República, José Eduardo dos Santos, por
crimes de suborno, peculato e corrupção.
Isaías
Samakuva lançou o repto na cerimónia de abertura das primeiras
jornadas parlamentares conjuntas dos partidos da oposição, que hoje
acabam em Luanda.
Para
o líder do principal partido da oposição, terá chegado o momento, depois de
denúncias e factos “por demais evidentes” no país e no estrangeiro sobre
“dinheiros roubados que pertencem ao povo”, de “os angolanos enviarem um sinal
claro aos predadores e ao mundo de que o detentor da soberania em Angola está
ciente destas práticas e definitivamente não as aprova”.
“Há
indícios bastantes e de amplo conhecimento público para se promover tal
processo”, afirmou o líder UNITA.
“Não
importa o seu desfecho. O que importa é os deputados interpretarem fielmente o
sentimento do povo soberano e agirem em conformidade. Porque não é um processo
dos deputados, é um processo do povo contra um mandatário infiel”, referiu
ainda Isaías Samakuva.
Segundo
o presidente da UNITA, para um parlamento democrático “ao serviço dos
angolanos” são necessárias iniciativas originais e que se saia da rotina. Bem
como o intensificar da interacção com os cidadãos, através da consolidação e
fortalecimento de pontes com diversos sectores da sociedade.
“Estou
convencido que se introduzirmos no espaço político nacional uma nova dinâmica
de luta, ela produzirá por si só uma nova cultura, a cultura da mudança em
estabilidade. É esta nova cultura que irá presidir ao processo de resgate da
pátria, de renovação social e de construção de uma Angola para todos”, frisou.
Por
sua vez, o líder da CASA-CE, Abel Chivukuvuku, disse que as lideranças
partidárias e os deputados são hoje testemunhas do drama da maioria da população
angolana, “que é pobre, num país potencialmente rico, por causa de uma só
pessoa que a todos recomenda paciência”.
Abel
Chivukuvuku exortou as bancadas parlamentares da oposição a concertar ideias e
vontades, com vista a protagonizar a mudança de Angola em 2017.
“Nós,
CASA-CE, acreditamos que temos a obrigação de acelerar a marcha para a mudança,
porque o sofrimento dos nossos compatriotas é actual e não se compadece com
delongas. Por isso já demonstramos que o nosso passo será sempre acelerado,
embora cadenciado”, disse Chivukuvuku.
A
mesma tónica tiveram os discursos dos líderes do PRS, Eduardo Kuangana, e
da FNLA, Lucas Ngonda.
De
acordo com Eduardo Kuangana, a coesão entre todos os partidos da oposição
“real” pode torná-los fortes, sendo necessário que dirigentes e dirigidos se
consultem mutuamente para a tomada acertada de decisões.
Lucas
Ngonda considerou as jornadas um espaço de cruzamento de ideias e de diálogo
para com a sociedade civil a fim de se ajustar posições e definir metas, “onde
a democracia encontre espaço de actuação livre, consciente e responsável”.
Rede
Angola – Foto: RA/Ampe Rogério
Sem comentários:
Enviar um comentário