A
nomeação de Carlos Correia como novo primeiro-ministro foi bem recebida pela
classe política guineense. Os cinco partidos com assento no Parlamento
classificam o veterano do PAIGC como "uma figura respeitada".
Carlos
Correia é uma figura que reúne consensos, a começar pelo do Presidente José
Mário Vaz. O chefe de Estado guineense aceitou a proposta
do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) para
o cargo de primeiro-ministro.
"É
uma figura de reconhecido mérito, cuja experiência acumulada confere garantia
de bom desempenho para as funções em que acaba de ser investido", afirmou
o Presidente guineense após atomada
de posse de Carlos Correia, esta quinta-feira (17.09).
"Estou
persuadido de que as ações do seu Governo serão norteadas de rigor e
transparência e de que cada franco CFA a ser gasto será rigorosamente aplicado
na satisfação das necessidades básicas e urgentes das nossas populações."
Veterano
Esta
é a quarta vez que Carlos Correia, 81 anos, vai liderar um Governo da
Guiné-Bissau. Veterano da luta armada pela independência do país e engenheiro
agrónomo, formado na antiga Alemanha de Leste, Correia é conhecido nos meandros
da política guineense como um homem sério e um político íntegro.
No
discurso de tomada de posse, o novo primeiro-ministro disse que tudo fará para
que haja um bom relacionamento com os principais titulares dos órgãos de
soberania: "Pautarei a minha ação pelo respeito à Constituição e às leis
do país. Tudo farei para que haja um relacionamento institucional são e
profícuo, que contribuirá decisivamente para um clima de paz e estabilidade,
tão necessárias ao desenvolvimento do país."
"Pessoa
nobre"
Carlos
Correia deu "sempre mostras de ser uma pessoa nobre, uma pessoa capaz de
desempenhar essas funções, estamos gratos com o nome", comenta o líder do
Partido da Convergência Democrática, Vicente Fernandes.
O
novo chefe do Executivo "representa, para nós, um símbolo da unidade
nacional. É também alguém que já deu provas, nas várias funções que
desempenhou, nomeadamente como primeiro-ministro, de ser uma pessoa que pode
aglutinar, em seu redor, todo um conjunto de sensibilidades."
Florentino
Pereira, secretário-geral da segunda maior força parlamentar, o Partido da
Renovação Social (PRS), refere que desconhece, até aqui, "qualquer
comportamento que possa pôr em causa a capacidade e a idoneidade" de
Carlos Correia como figura política.
Crise
foi "forjada"
O
líder da União para Mudança, Agnelo Regalla, também aplaude a nomeação do novo
primeiro-ministro. Sublinha, no entanto, que não havia motivos para a
Presidência da República desencadear uma crise que paralisou o país por mais de
um mês.
"Esta
crise foi forjada por interesses inconfessáveis que não serviram a
Guiné-Bissau", adianta o político. "Não havia razões para o país
passar 40 dias sem Governo."
O
Presidente José Mário Vaz demitiu o primeiro-ministro Domingos Simões Pereira a
12 de agosto, sob alegações de incompatibilidade.
Braima
Darame (Bissau) – Deutsche Welle
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