quarta-feira, 30 de setembro de 2015

FAMILIARES DE ATIVISTAS ANGOLANOS DENUNCIAM VIOLAÇÕES E HUMILHAÇÕES



Mães, esposas e irmãs dos detidos são obrigadas a ficarem nuas

Manuel José – Voz da América

Os familiares dos 15 activistas detidos nas cadeias de Luanda, Kaquila e Calomboloca denunciam actos de humilhação e violação dos direitos daqueles cidadãos praticados por agentes penitenciários.

O irmão de Luaty Beirão disse que as informações prestadas pela Procuradoria Geral da República de que os detidos estão bem de saúde não correspondem à verdade.

Os familiares dizem que, para além dos actos de humilhação a que são sujeitos, há também a tortura que sofrem os detidos que se não forem acudidos a tempo, poderá haver consequências graves.

“Eles não estão nada bem, não falam coisa com coisa por causa da tortura psicológica que sofrem nas celas solitárias e se não houver intervenção rápida com acompanhamento psicológico os nossos manos estão mal", denunciou Rosa Conde, que também está no processo como declarante.

Pedro Beirão, irmão de Luaty Beirão, alerta para o facto de os activistas estarem em greve de fome.

“Estive com o meu irmão no sábado e fiquei chocado ao ver como perdeu peso e creio que dentro de alguns dias ele já não conseguirá andar”, disse Pedro, desmentindo a informação da PGR de que eles se encontram bem. 

Os maus-tratos na cadeia, segundo os familiares, são extensivos às mães, esposas e irmãs dos detidos que vão às prisões.

“Temos de ficar sem roupa porque eles revistam o corpo todo, tiram-nos até as cuecas obrigam-nos a fazer agachamentos", revela Elsa, enquanto Rosa Conde diz ter sido obrigado “a ficar sem roupa”, além de ter os seios apalpados pelos polícias.

Os 15 activistas foram detidos a 20 de Junho e acusados de tentativa de golpe de Estado.

Eles aguardam julgamento há mais de 90 dias.

Sem comentários:

Mais lidas da semana