Mães,
esposas e irmãs dos detidos são obrigadas a ficarem nuas
Manuel
José – Voz da América
Os
familiares dos 15 activistas detidos nas cadeias de Luanda, Kaquila e
Calomboloca denunciam actos de humilhação e violação dos direitos daqueles
cidadãos praticados por agentes penitenciários.
O
irmão de Luaty Beirão disse que as informações prestadas pela Procuradoria
Geral da República de que os detidos estão bem de saúde não correspondem à
verdade.
Os
familiares dizem que, para além dos actos de humilhação a que são sujeitos, há
também a tortura que sofrem os detidos que se não forem acudidos a tempo,
poderá haver consequências graves.
“Eles
não estão nada bem, não falam coisa com coisa por causa da tortura psicológica
que sofrem nas celas solitárias e se não houver intervenção rápida com acompanhamento
psicológico os nossos manos estão mal", denunciou Rosa Conde, que também
está no processo como declarante.
Pedro
Beirão, irmão de Luaty Beirão, alerta para o facto de os activistas estarem em
greve de fome.
“Estive
com o meu irmão no sábado e fiquei chocado ao ver como perdeu peso e creio que
dentro de alguns dias ele já não conseguirá andar”, disse Pedro, desmentindo a
informação da PGR de que eles se encontram bem.
Os
maus-tratos na cadeia, segundo os familiares, são extensivos às mães, esposas e
irmãs dos detidos que vão às prisões.
“Temos
de ficar sem roupa porque eles revistam o corpo todo, tiram-nos até as cuecas
obrigam-nos a fazer agachamentos", revela Elsa, enquanto Rosa Conde diz
ter sido obrigado “a ficar sem roupa”, além de ter os seios apalpados pelos
polícias.
Os
15 activistas foram detidos a 20 de Junho e acusados de tentativa de golpe de
Estado.
Eles
aguardam julgamento há mais de 90 dias.
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