"Temos
de melhorar muitos aspetos da democracia", admitiu o chefe da diplomacia
da Guiné Equatorial. Agapito Mba Mokuy assegurou que o país vai cumprir
gradualmente as recomendações dos países-membros da CPLP.
A
adoção do Português como língua oficial e a sua introdução no sistema de
ensino, bem como o respeito escrupuloso dos Direitos Humanos, que implica uma
moratória para a abolição da pena de morte, configuram algumas das
recomendações aceites pela Guiné Equatorial para a sua admissão como membro de
pleno direito da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
Agapito
Mba Mokuy, ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, assegura que o
Governo de que faz parte está empenhado em cumprir as exigências feitas pelos
países-membros da organização lusófona.
"Agora
somos membros da comunidade, mas temos de melhorar a nossa capacidade de falar
em português. Temos de melhorar muitos aspetos da democracia, progresso,
cooperação com os países da comunidade. A Guiné Equatorial está comprometida em
implementar todos estes compromissos."
Mba
Mokuy respondeu ao questionamento da DW em "portunhol", no final de
uma reunião com os embaixadores do Comité de Concertação da Comunidade, na
sexta-feira (11.09), um dia depois de ter inaugurado na capital portuguesa as
instalações da Missão Permanente da Guiné Equatorial junto à CPLP, a exemplo do
que já têm os demais Estados-membros.
Guiné
Equatorial é membro há um ano
Em
julho, fez um ano que o país dirigido pelo Presidente Teodoro Obiang Nguema foi
aceite oficialmente como o nono Estado-membro da CPLP, depois de muita
controvérsia à volta, sobretudo, de práticas que indiciavam o desrespeito dos
Direitos Humanos por parte das autoridades de Malabo.
Agapito
Mokuy foi acolhido pela primeira vez na sede da CPLP, em Lisboa, para dar conta
dos passos que a Guiné Equatorial está a trilhar ao abrigo das recomendações
que tornaram possível a sua adesão à Comunidade lusófona.
"O
ministro falou da vontade política do seu país pela sua integração na nossa
comunidade", referiu o secretário executivo da organização, o embaixador
Murade Murargy.
"Valeu
a pena eles terem entrado. E todos os Estados-membros manifestaram a sua
vontade política de continuar a apoiar a Guiné Equatorial para a sua plena
integração nesta comunidade."
Recentemente,
o chefe da diplomacia portuguesa, Rui Machete, lamentou o facto de não estar a
ser eficaz a monitorização por parte da CPLP da agenda estabelecida para a
Guiné Equatorial. Machete expressou preocupação perante a incapacidade do país
africano em cumprir os deveres que assumiu para entrar no seio da família
lusófona e admitiu haver falhas por parte da organização presidida por
Timor-Leste na monitorização dos compromissos assumidos pelo seu mais recente
membro.
João
Carlos (Lisboa) – Deutsche Welle
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