segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Moçambique. NYUSI REITERA ESFORÇOS PARA PRESERVAÇÃO DA PAZ



Jorge Dick, AIM, em Tete

Tete (Moçambique), 07 Set (AIM)
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, reiterou, hoje, na cidade de Tete, capital da província central moçambicana com o mesmo nome, o empenho do seu governo nos esforços tendentes a preservação da paz e unidade nacional e ao combate a corrupção, um mal que, apesar de assumir outras variantes, não é mais senão uma forma de exploração de homem pelo homem.

Discursando no campo de Desportivo de Tete, durante a cerimónia central das comemorações dos acordos de Lusaka, Zâmbia, que, a 7 de Setembro de 1974, puseram fim a 10 anos de uma guerra de guerrilha, travada pela então Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), hoje no poder, o Presidente Nyusi manifestou-se preocupado pelo facto de alguns moçambicanos pretenderem viver e enriquecer a custa do suor dos outros.

Anotou, entretanto, que é por isso que esses mesmos (moçambicanos) fazem tudo por tudo para que não façam parte do convívio nacional.

O Presidente apontou que não faz sentido que, transcorridos 40 anos da independência, haja ainda dificuldades que fazem com que os moçambicanos se oponham e não se consigam entender.

O chefe de Estado moçambicano recordou que
um ouvinte da Rádio Moçambique (RM), apelava, há dias, a partir de Gaza, sul do país, que aproveitemos o exemplo de 7 de Setembro para que acordemos do sono a que alguns dos concidadãos estão submetidos pela sua própria intolerância.

Hoje reafirmo isso mesmo e tenho a consciência de que ninguém tem razão e nem eu reclamarei razão, se Moçambique não viver em paz, frisou.

Falou ainda de certos sectores da sociedade que pensam num Moçambique
retalhado, acrescentando, todavia, que estes moçambicanos ainda não entenderam o segredo do qual estava a força que levou a libertação do país do jugo colonial.

Falando relativamente a corrupção, Nyusi reiterou que apesar deste mal assumir outros nomes, mas não passava mais de
exploração de homem pelo homem de que os combatentes se referiram no processo de libertação.

Disse que a corrupção, aliada à pobreza, está sob olhar atento do seu governo, por ofuscar todos os esforços sobre o progresso do país e ser responsável por desigualdades sociais entre os moçambicanos.

Queremos sossegar-vos, combatentes, que a nova geração que na actualidade forma as Forças de Defesa e Segurança (FDS) está atenta para defender a independência nacional, disse.

Nyusi indicou que não existem intenções das autoridades moçambicanas virarem costas a situação dos combatentes, pois eles continuam a ser considerados como percussores da história do país.

Neste contexto, disse que o seu Executivo é sensível aos que lutaram pela libertação de Moçambique, dai a razão
de desenharmos vários modelos de fazer com que o combatente seja ainda útil.

Referiu que tais esforços também incluem os combatentes que não provêm da epopeia de libertação, pois estes também deram o suor em defesa do país, durante os 16 de guerra de desestabilização, movida pelos regimes minoritários da Rodésia do Sul, hoje Zimbabwe, e do Apartheid, da África do Sul.

O meu governo compromete-se a tratá-los como moçambicanos, independentemente da disparidade dos objectivos que os moveram, precisou.

Antes do Presidente discursar, os combatentes encorajaram o governo a prosseguir com o diálogo, para tirar o país das ameaças do retorno da guerra.

Por seu turno, o governador de Tete, Paulo Awade, afirmou que a população desta região do interior de Moçambique continuará a ser vigilante para poder defender a paz, o garante do crescimento económico de que a província e outras parte do país têm vindo a assistir nos últimos tempos.

Participaram na cerimónia mais de 5.000 pessoas, entre veteranos da luta de libertação nacional, combatentes da paz e soberania e representantes do governo e da sociedade civil.


(AIM) JD/DT

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