segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Politécnico de Macau espera ter 100 alunos dos países lusófonos no próximo ano




Macau, China, 07 set (Lusa) -- O presidente do Instituto Politécnico de Macau disse hoje que os alunos em intercâmbio dos países lusófonos deverão duplicar para 100 no próximo ano letivo, quando o instituto ganhar espaço nas antigas instalações da Universidade de Macau.

"A falta de espaço é a primeira dificuldade com que nos deparamos na formação de bilingues", afirmou Lei Heong Iok à agência Lusa, à margem de um seminário que decorre até terça-feira no Instituto Politécnico de Macau (IPM).

Em agosto do ano passado, o Governo de Macau anunciou que as antigas instalações da Universidade de Macau, localizadas na Taipa, vão ser reservadas para o ensino superior, após terminada a respetiva transferência para a Ilha da Montanha. Várias universidades manifestaram interesse, tendo o Governo atribuído as concessões este ano.

"Felizmente, o Governo cedeu ao IPM cinco edifícios no antigo campus da Universidade de Macau. No próximo ano vamos deslocar para lá o nosso Centro Científico e Pedagógico da Língua Portuguesa, e um dos edifícios será para dormitórios. Nessa altura, teremos melhores condições, em particular para os dormitórios", explicou.

Atualmente, as residências dos estudantes funcionam dentro do IPM, além de outros alojamentos fora do instituto.

Segundo Lei Heong Iok, o número de estudantes de intercâmbio de países lusófonos no IPM passou de cerca de 30 em 2014 para um pouco mais de 40 este ano e a meta é chegar a 100 no próximo ano. A maior parte destes alunos vem de Portugal, nomeadamente no âmbito da licenciatura em Tradução e Interpretação Português/Chinês -- Chinês/Português, em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria.

Este ano, o IPM reforçou a oferta na área com o curso de Relações Comerciais China-Países Lusófonos, uma licenciatura que para Lei Heong Iok "resulta da consciência clara da importância do português no diálogo empresarial entre a China e a lusofonia".

Também presente no seminário de hoje, o secretário-geral do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países da Língua portuguesa, Chang Hexi, salientou o aumento da procura de quadros bilingues em Macau, mas também no interior da China, graças ao desenvolvimento das relações económicas e comerciais com o universo lusófono e, em especial, às políticas de Pequim para estimular a internacionalização das empresas chinesas.

"Registou-se, nos últimos anos, um grande aumento de investimento chinês nesses países, pelo que, as empresas chinesas também carecem urgentemente de talentos bilingues", referiu.

Chang Hexi estimulou ainda os participantes no seminário "a apresentarem propostas para um melhor aproveitamento das vantagens de Macau para o ensino bilingue".

Já o representante de Portugal, Mário Filipe da Silva, adjunto da presidente para os Assuntos da Língua Portuguesa do Camões -- Instituto da Cooperação e da Língua I.P, observou a importância de identificar as necessidades de quadros bilingues.

Nesse sentido, lançou a ideia de alargar o âmbito de um estudo publicado em 2013 sobre o potencial económico da língua portuguesa: "Com as contribuições de mais parceiros, [esse estudo podia] passar a uma fase mais ambiciosa e alargar o seu âmbito a todos os países de língua portuguesa".

"Macau tem potencial e a centralidade para desempenhar um papel crucial na formação de quadros bilingues e para estabelecer redes de cooperação alargada", concluiu.

FV // VM

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