terça-feira, 8 de setembro de 2015

Portugal. Legislativas. VOTO ÚTIL NUMA CAMPANHA INÚTIL




"Tanto nos prometeram que tudo seria muito bem explicado, para chegarmos a esta fase e acabarem a vender um candidato a primeiro-ministro, como quem vende sabonetes."

Paulo Baldaia* – TSF, opinião

Estamos a aproximar-nos a passos largos do dia das eleições e o voto útil, com sondagens que teimam em empatar, vai rapidamente dominar a campanha. Na verdade, úteis são todos os votos e inúteis todas as abstenções, mas para quem quer chegar à vitória chegou a época da pesca à linha.

No centro da campanha estará cada vez mais o PS, muito à esquerda para o PSD e o CDS e muito à direita para o PCP e o Bloco. É chegada a altura de os socialistas copiarem o modelo PaF. Como não foram capazes de pescar de arrasto no eleitorado do centro, resta-lhes fazer de mortos, não cometer erros, não prometer coisa alguma e esperar que quem não quer a continuação do actual governo perceba que só votando PS consegue tirar de lá o centro-direita.

Estamos, portanto, numa fase em que o voto útil (à esquerda) só pode nascer de uma campanha inútil. Tanto nos prometeram que tudo seria muito bem explicado, para chegarmos a esta fase e acabarem a vender um candidato a primeiro-ministro, como quem vende sabonetes. É o melhor que se consegue.

Esta inutilidade de fazer campanha a fazer de conta que se produz esclarecimento, nem é sequer uma ideia original do PS. A coligação PSD mais CDS está a fazer o mesmo há quase um ano e também acredita que é possível ganhar as eleições com os votos de quem não quer lá a "irresponsabilidade socialista".

Seguem empatados, esperemos que os frente-a-frente (já na próxima quarta-feira nas televisões e na próxima semana nas rádios) seja útil para esclarecer os indecisos. Em torno de ideias, não de medos. É o medo que tem estado a empatar o desenvolvimento económico e social do país.

*Diretor da TSF

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