terça-feira, 8 de setembro de 2015

Portugal. CAOS NO TRÂNSITO DE LISBOA, REVOLTA DOS TÁXIS CONTRA A UBER




Marcha da ANTRAL pára segunda circular com centenas de taxistas nas ruas

Contra o Governo e contra a Uber, a ANTRAL agendou para esta terça-feira um protesto de taxistas em Lisboa, Porto e Faro. Na capital, a interrupção do trânsito na segunda circular e o encerramento temporário da linha verde do Metro têm complicado o dia aos automobilistas.

A circulação na linha Verde do Metropolitano de Lisboa foi interrompida durante a manhã, entre as estações de Telheiras e do Campo Grande, devido ao descarrilamento de um comboio sem passageiros, que realizava manobras. De acordo com a Transportes de Lisboa (TdL), 'holding' que gere o Metro, este acidente não causou danos pessoais, teve "o mínimo de danos materiais" e "deveu-se ao eventual desrespeito da sinalização luminosa, tendo o comboio apanhado uma agulha fechada e, assim, descarrilado".

À superfície, cinquenta minutos depois da partida do Parque das Nações, Lisboa, a caravana de táxis em protesto chegou ao aeroporto onde se juntaram cerca de 400 profissionais. O trajeto demorou cerca de 50 minutos a ser feito -- entre o parque das nações e o aeroporto - uma viagem que normalmente leva cinco e dez minutos.

Nessa zona, o reporter da TSF José Milheiro, viu pessoas que desistiram de fazer a viagem até ao aeroporto de carro e, com medo de perder o voo, acabaram por pegar nas malas e fizeram parte da segunda circular a pé.

Do aeroporto de Lisboa, os taxistas vão ainda para o Instituto da Mobilidade e Transportes (IMT), que, segundo alguns taxistas, é um dos organismos responsáveis pela atual situação. Em Lisboa, o Serviço Rádio Táxis parou os serviços em solidariedade com o protesto.

No Porto, a manifestação também está a ter impacto e já passou em frente à autarquia local. São mais de duzentos os táxis envolvidos.

A Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) diz que apesar de haver duas decisões dos tribunais que proibiram a aplicação de transportes Uber em Portugal, a empresa continua a operar. Florêncio Almeida, o presidente da Antral, acusa o Governo "de não fazer cumprir a lei que gere os serviços de transporte e as decisões dos tribunais". Explica que é por essa razão que o "setor vai manifestar-se. Para que a opinião pública fique a saber em que país vivemos".

Sobre os protesto desta manhã, Florêncio Almeida não esconde um receio: "Quando há um aglomerado de muitas pessoas, algumas delas desesperadas, pode acontecer alguma coisa que não seja desejável. A Antral sempre tem dito que não quer violência mas há pessoas mais nervosas e pode descambar. Se vier a acontecer o Governo deve ser responsabilizado porque não fez cumprir a lei nem as decisões dos tribunais".

A TSF procurou ouvir a Uber sobre este protesto e a empresa, em comunicado, afirmou que respeita "o direito que qualquer grupo tem de se manifestar desde que estas manifestações decorram de forma pacífica, em respeito pela ordem e tranquilidade públicas. Esperamos que a moderação e o bom senso prevaleçam".

A Uber argumenta que em Portugal "opera inteiramente de acordo com a legislação em vigor" e DIZ acreditar "que o diálogo e o entendimento mútuo com operadores no sector da mobilidade - incluíndo táxis - deve ser o caminho a seguir: estamos sempre abertos à discussão com todas as entidades públicas e privadas".

Na altura em que foi conhecido o resultado da providência cautelar interposta pela ANTRAL, a Uber defendeu que o alvo dessa iniciativa judicial foi um serviço, o Uber-Pop, que a empresa não presta em Portugal.

TSF, Joaquim Ferreira e Lusa

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O protesto dos taxistas contra a UBER chegou a juntar 400 táxis em marcha lenta na capital. A meio do percurso houve confrontos e um fotojornalista foi agredido.

Jerónimo de Sousa afirmou esta terça-feira, no Fórum TSF, que o Partido Socialista terá de reformular as suas propostas ou os comunistas não poderão embarcar em nenhuma coligação ou acordo.

Está prevista para esta terça-feira, durante a tarde, a primeira audição de Miguel Macedo enquanto arguido no âmbito do processo dos vistos gold.

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