sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Angola. TALENTOS E PROGRESSOS



Jornal de Angola, editorial

Costuma-se  dizer  que  um país se faz com homens e livros.  A valorização     do capital humano é  nos dias de hoje uma  necessidade incontornável.  Sem capital humano de elevado valor não poderemos  atingir o progresso.

O investimento no sector da Educação constitui pois uma opção que  deve  ser uma  das grandes prioridades  de qualquer país que prossiga  o aumento do nível de desenvolvimento humano. O processo de construção de desenvolvimento passa por uma  educação de alto nível,  que proporcione  a formação  de quadros altamente qualificados.

Os países que  apostaram na   educação e  que valorizam os  seus quadros  têm tido resultados positivos ao nível dos  vários sectores  produtivos.  Com quadros bem formados, pode-se ter no país  boas empresas, públicas ou privadas, e boas instituições do Estado. 

Felizmente, já temos no país  mais de uma dezena de  estabelecimentos de ensino superior que todos os anos formam várias centenas de quadros. É certo que a quantidade de quadros formados e que saem anualmente das universidades e de outras escolas superiores é animadora, mas temos de  começar a olhar para a qualidade.

A qualidade do nosso ensino é assunto que continua a  suscitar   preocupação  das nossas autoridades, em particular as que estão ligadas à Educação. E ainda bem que há esta preocupação, uma vez que  o que  todos nós   pretendemos é que haja no país quadros nacionais capazes de resolver os problemas da sociedade. Que não haja apenas a preocupação de se formar   um grande número de quadros. Que as universidades e escolas superiores  tenham também  a preocupação de  licenciar para  o mercado de trabalho quadros bem formados  para  que estes tenha oportunidade de conseguir  emprego  e  ao mesmo tempo  contribuir para   potenciar em termos produtivos   vários sectores da actividade económica. A economia desenvolve-se também  se contar com  capital humano  que  seja  empreendedor e inovador.

É preciso pois que haja atenção em relação aos nossos talentos que saem  do ensino médio e superior. As empresas que são um  segmento indispensável para alavancar  a economia  devem estar também focadas nos melhores quadros que são formados  pelas  nossas instituições  de ensino  médio  e superior. É preciso que se crie a cultura de as empresas interagirem com os estabelecimentos de ensino  para  poderem, se for caso disso,   recrutar e seleccionar quadros  que possam contribuir para  o desenvolvimento de unidades  de produção  de diversa natureza.

Estamos envolvidos num processo de diversificação da economia, que  se deve fazer com quadros qualificados. Diversificar a economia implica a existência de quadros qualificados em várias áreas do saber, porque são vários os sectores produtivos a  desenvolver.  

É pois pertinente que se descubram e  se  valorizem os talentos que temos no país. A classe empresarial  deve ser activa neste processo de descoberta   de  talentos para que estes possam servir  a produção , em termos de qualidade e quantidade.

Era bom que as empresas  se  preocupassem em estabelecer  parcerias com estabelecimentos  de ensino, para que possam absorver os “cérebros” para  os seus projectos produtivos, o que resultaria  em  benefício para toda a sociedade.  Há no país pessoas com competências e habilidades capazes de ajudar empresas  a  ter bons resultados. 

Sabe-se que nem tudo vai bem no nosso ensino, em termos de qualidade, mas isso não deve impedir que as unidades produtivas estabeleçam uma cooperação com instituições escolares, com o  objectivo de se identificarem  os quadros que podem  ajudar a consolidar projectos empresariais.

Há hoje no país uma grande comunidade estudantil ao nível do ensino médio e superior, ao mesmo tempo que vai aumentando o número de empresas. As empresas, se tiverem  actividade produtiva,  podem tornar-se grandes empregadoras, com capacidade para admitirem quadros médios e superiores que se formam em diferentes regiões  do país. As instituições de ensino médio e superior devem estar atentas  ao processo de diversificação da economia  e estarem alinhadas com as necessidades   dos  nossos  sectores  produtivos.
As instituições de ensino não devem estar alheias ao que se passa ao nível da diversificação da economia. É o  sector do Ensino que vai proporcionar à  produção quadros para que sejamos auto-suficientes em vários  produtos, evitando-se a importação do que podemos  produzir internamente.

A auto-suficiência em banana é um bom incentivo para  produzirmos cada vez mais  noutras áreas. Somos sim capazes de produzir no nosso próprio país  muitas coisas e  até de ter excedentes para exportar. O que é preciso é  trabalho, muito trabalho, a fim de  construirmos o bem-estar. O progresso constrói-se com trabalho. Não temos outra alternativa. Se trabalharmos intensamente,  havemos  de  viver melhor.  O nosso empresariado  tem , no quadro da diversificação da economia,   uma grande oportunidade  de  mobilizar  talentos, para   que os seus projectos  sejam rentáveis  e duradouros.    

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