segunda-feira, 26 de outubro de 2015

DEPUTADOS SANTOMENSES DEPORTADOS. INDONÉSIA NA CPLP NÃO, OBRIGADO!



Delegação de deputados de São Tomé e Príncipe em trânsito na Indonésia para voarem até Timor-Leste a fim de participarem num evento realizado em Timor-Leste no âmbito da CPLP, foram privados da posse dos seus passaportes, apreendidos pelas autoridades indonésias, e foram deportados para o seu país de origem, São Tomé. Para efeitos de diplomacia os deputados vieram agora declarar que não foram deportados mas sim privados de voarem para Timor-Leste depois de escala na Indonésia e não possuírem os respetivos vistos… 

Sem mais considerações, para além de salientar a cobardia desses deputados deportados ao não dizerem a verdade e não chamarem os bois pelos nomes, o certo é que quem vê os seus passaportes apreendidos e é expulso de um país estão a ser deportados. Não é só a palavra (deportados) mas sim o efeito e método usado pelas autoridades indonésias que está em causa. Foram expulsos da Indonésia, metidos num avião sem ver os seus passaportes devolvidos e regressaram a São Tomé e Príncipe – onde encontraram os seus passaportes enviados pelas autoridades indonésias. A isso chama-se deportação. Não existe outra palavra que assente tão corretamente no procedimento. 

Sabemos que a diplomacia está aliada a hipocrisia na maior parte das vezes que os políticos a usam e, pelo visto, em São Tomé, os políticos aprenderam o método para escamotear a realidade. Houve, na verdade, pelo que tem sido descrito e ocorreu, uma atitude sobranceira das autoridades indonésias, que, em vez de “chutarem" a comitiva de deputados para Timor-Leste os enviou como gado contagiante de peste para o seu país de origem. Isso implicaria um pedido de desculpas a São Tomé e Príncipe e à CPLP. Nem se conhece e não irá haver um protesto pelo método usado pela Indonésia neste caso. Prevalece a cobardia. E depois venham dizer que a Indonésia quer aderir à CPLP… 

Fartos de ditadores e carniceiros estão os povos da CPLP. Assim, a Indonésia não cabe nos estatutos da CPLP. Já bastam os regimes “fora-da-lei” de países que a integram.

Redação PG

Assembleia Nacional nega deportação dos deputados pela Indonésia

Numa nota enviada a redacção do Jornal Téla Nón, a Assembleia Nacional, diz que «as senhoras e senhores deputados que faziam arte de uma delegação que viajava com destino à Timor Leste, não foram deportados, mas sim, não puderam seguir viagem, uma vez que não dispunham de visto de entrada à Indonésia».

Mas, as declarações da jornalista São de Deus Lima, ao jornal Téla Nón, que integrava a comitiva nacional, garantiram a deportação. «A delegação foi forçada pelas autoridades aeroportuárias indonésias em Bali,  a empreender a viagem de regresso a Luanda capital de Angola, sem os passaportes e apenas na posse do relatório de deportação». 

A Assembleia Nacional diz também que não se tratou de propriamente de uma delegação parlamentar, «pois a incumbência da organização da viagem em abono da verdade, não coube a Assembleia Nacional, mas sim ao projecto de Apoio à Gestão Económica e Financeira – PAGEF».

6 deputados a Assembleia Nacional e 7 membros da sociedade civil, integravam a delegação que não chegou ao destino.

No entanto a Assembleia acrescenta na sua nota que «lamenta o sucedido, e ao mesmo tempo, sublinha que respeita as leis da Indonésia, na perspectiva de que haja boas relações com aquele país».

Abel Veiga – Téla Nón

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