Delegação
de deputados de São Tomé e Príncipe em trânsito na Indonésia para voarem até
Timor-Leste a fim de participarem num evento realizado em Timor-Leste no âmbito
da CPLP, foram privados da posse dos seus passaportes, apreendidos pelas
autoridades indonésias, e foram deportados para o seu país de origem, São Tomé.
Para efeitos de diplomacia os deputados vieram agora declarar que não foram
deportados mas sim privados de voarem para Timor-Leste depois de escala na
Indonésia e não possuírem os respetivos vistos…
Sem mais considerações, para além
de salientar a cobardia desses deputados deportados ao não dizerem a verdade e não chamarem os bois pelos nomes, o certo é que quem vê os seus passaportes
apreendidos e é expulso de um país estão a ser deportados. Não é só a palavra
(deportados) mas sim o efeito e método usado pelas autoridades indonésias que está
em causa. Foram expulsos da Indonésia, metidos num avião sem ver os seus
passaportes devolvidos e regressaram a São Tomé e Príncipe – onde encontraram
os seus passaportes enviados pelas autoridades indonésias. A isso chama-se
deportação. Não existe outra palavra que assente tão corretamente no
procedimento.
Sabemos que a diplomacia está aliada a hipocrisia na maior parte
das vezes que os políticos a usam e, pelo visto, em São Tomé, os políticos
aprenderam o método para escamotear a realidade. Houve, na verdade, pelo que
tem sido descrito e ocorreu, uma atitude sobranceira das autoridades indonésias,
que, em vez de “chutarem" a comitiva de deputados para Timor-Leste os enviou
como gado contagiante de peste para o seu país de origem. Isso implicaria um
pedido de desculpas a São Tomé e Príncipe e à CPLP. Nem se conhece e não irá
haver um protesto pelo método usado pela Indonésia neste caso. Prevalece a
cobardia. E depois venham dizer que a Indonésia quer aderir à CPLP…
Fartos de
ditadores e carniceiros estão os povos da CPLP. Assim, a Indonésia não cabe nos
estatutos da CPLP. Já bastam os regimes “fora-da-lei” de países que a integram.
Redação
PG
Assembleia
Nacional nega deportação dos deputados pela Indonésia
Numa
nota enviada a redacção do Jornal Téla Nón, a Assembleia Nacional, diz que «as
senhoras e senhores deputados que faziam arte de uma delegação que viajava com
destino à Timor Leste, não foram deportados, mas sim, não puderam seguir
viagem, uma vez que não dispunham de visto de entrada à Indonésia».
Mas,
as declarações da jornalista São de Deus Lima, ao jornal Téla Nón, que
integrava a comitiva nacional, garantiram a deportação. «A delegação foi
forçada pelas autoridades aeroportuárias indonésias em Bali, a empreender
a viagem de regresso a Luanda capital de Angola, sem os passaportes e apenas na
posse do relatório de deportação».
A
Assembleia Nacional diz também que não se tratou de propriamente de uma
delegação parlamentar, «pois a incumbência da organização da viagem em abono da
verdade, não coube a Assembleia Nacional, mas sim ao projecto de Apoio à Gestão
Económica e Financeira – PAGEF».
6
deputados a Assembleia Nacional e 7 membros da sociedade civil, integravam a
delegação que não chegou ao destino.
No
entanto a Assembleia acrescenta na sua nota que «lamenta o sucedido, e ao mesmo
tempo, sublinha que respeita as leis da Indonésia, na perspectiva de que haja
boas relações com aquele país».
Abel
Veiga – Téla Nón
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