Paulo
Baldaia – TSF, opinião
"O
PS, quando se viu a perder, fez o que lhe competia apelando ao voto útil de
esquerda, se não o conseguir não pode vir argumentar que está em melhores
condições para governar. Essa legitimidade consegue-se nas urnas."
A
olhar para as sondagens, ninguém terá maioria absoluta. No entanto, se
dividirmos o Parlamento entre direita e esquerda, a maioria deverá ser de
esquerda. A tese de que deve governar quem conseguir obter um apoio parlamentar
maioritário é teoricamente válida, a questão é que nestas eleições os eleitores
sabem muito bem o que está em jogo e se a coligação PAF as vencer deve
governar, porque esse resultado significará também que os eleitores de esquerda
poderiam ter optado por escolher António Costa e não o terão feito.
O
PS, quando se viu a perder, fez o que lhe competia apelando ao voto útil de
esquerda, se não o conseguir não pode vir argumentar que está em melhores
condições para governar. Essa legitimidade consegue-se nas urnas.
Tenho
hoje bastante mais dúvidas do que tinha quando, perante um empate técnico,
previ uma vitória do PS por 5 pontos. A campanha socialista foi um desastre e a
da coligação muito boa. O voto útil não estará a funcionar, o que só pode
querer dizer que, se as sondagens forem confirmadas no domingo, quem ganhar
deve governar. Não é razoável a ideia de que possa haver uma maioria de
esquerda para António Costa ser primeiro-ministro, porque se esses eleitores o
que quisessem a ele a governar votariam mais nele do que em Passos Coelho. Há
dois candidatos a primeiro-ministro, no domingo, veremos o que o povo decide.
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