sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Portugal. DEVE GOVERNAR QUEM GANHA



Paulo Baldaia – TSF, opinião

"O PS, quando se viu a perder, fez o que lhe competia apelando ao voto útil de esquerda, se não o conseguir não pode vir argumentar que está em melhores condições para governar. Essa legitimidade consegue-se nas urnas."

A olhar para as sondagens, ninguém terá maioria absoluta. No entanto, se dividirmos o Parlamento entre direita e esquerda, a maioria deverá ser de esquerda. A tese de que deve governar quem conseguir obter um apoio parlamentar maioritário é teoricamente válida, a questão é que nestas eleições os eleitores sabem muito bem o que está em jogo e se a coligação PAF as vencer deve governar, porque esse resultado significará também que os eleitores de esquerda poderiam ter optado por escolher António Costa e não o terão feito.

O PS, quando se viu a perder, fez o que lhe competia apelando ao voto útil de esquerda, se não o conseguir não pode vir argumentar que está em melhores condições para governar. Essa legitimidade consegue-se nas urnas.

Tenho hoje bastante mais dúvidas do que tinha quando, perante um empate técnico, previ uma vitória do PS por 5 pontos. A campanha socialista foi um desastre e a da coligação muito boa. O voto útil não estará a funcionar, o que só pode querer dizer que, se as sondagens forem confirmadas no domingo, quem ganhar deve governar. Não é razoável a ideia de que possa haver uma maioria de esquerda para António Costa ser primeiro-ministro, porque se esses eleitores o que quisessem a ele a governar votariam mais nele do que em Passos Coelho. Há dois candidatos a primeiro-ministro, no domingo, veremos o que o povo decide.

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