Estrasburgo,
França, 29 out (Lusa) -- O presidente do Parlamento Europeu (PE), Martin
Schulz, apelou ao rei da Arábia Saudita para libertar o bloguer Raif Badawi,
vencedor do Prémio Sakharov 2015.
"Badawi
é um homem muito corajoso, exemplar, a meu ver. Foi alvo de uma das maiores
torturas. Já solicitei ao rei da Arábia Saudita a sua libertação
imediata", disse Schulz, ao anunciar a decisão da Conferência de
Presidentes do PE, em plenário.
Martin
Schulz relembrou que as relações da União Europeia com países terceiros
dependem do respeito pelos direitos humanos.
"Esta
é uma violação patente dos direitos humanos, que foram claramente
espezinhados", salientou Sculz, apelando à Arábia Saudita que liberte Raif
Badawi, para que possa estar em Estrasburgo em dezembro para receber o prémio.
Raif
Badawi foi condenado a 10 anos de prisão, a 1.000 chibatadas e a uma multa
pesada por ter criado um website para o debate social e político, "Free
Saudi Liberals", considerado ofensivo para o Islão.
As
primeiras 50 chibatadas foram infligidas em janeiro deste ano, tendo as
restantes sido adiadas devido a protestos internacionais.
O
ativista está atualmente a cumprir a pena na Arábia Saudita.
Badawi
foi hoje galardoado, pela Conferência de Presidentes do PE, com o Prémio
Sakharov para a liberdade de pensamento, que será entregue em Estrasburgo no
dia 16 de dezembro.
O
Prémio Sakharov, no valor de 50 mil euros, foi entregue em 2014 ao
ginecologista congolês Denis Mukwege, especializado no tratamento de mulheres
vítimas de violência em África.
Nelson
Mandela e o dissidente soviético Anatoly Marchenko (a título póstumo) foram os
primeiros galardoados, em 1988.
Em
1999, o galardão foi entregue a Xanana Gusmão (Timor-Leste) e, em 2001, ao
bispo Zacarias Kamwenho (Angola).
IG
// VM
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