Lassana
Casamá – Voz da América
Na
Guiné-Bissau, as constantes crises políticas, derivadas de interpretação da
Constituição, vão estar em debate nas sessões públicas, envolvendo todos os
sectores vida nacional.
Assim
entendeu a Comissão Eventual para a Revisão Constitucional
Muitas
questões sugeridas pela Comissão Eventual para a Revisão Constitucional deverão
ser objecto de reflexão e de debate, entre as quais que modelo adoptar.
Este
é um dos assuntos que vão animar, até 2016, as sessões de auscultação dos
guineenses.
Uma
das estratégias, segundo a Comissão Eventual, é “alargar o espaço de debate e
de participação popular, de forma a levar as instituições da sociedade civil a
assumirem perante o actual quadro político, a necessidade de incentivarem a
criatividade crítica, o diálogo, a abordagem honesta e actualizada”.
João
Seidibá Sané, presidente da Comissão Eventual para a Revisão Constitucional,
disse que "a constituição deve ser clarificada, pois há artigos que
permitem interpretação dúbias, assim como aprofundar aspectos ligados aos
direitos humanos e a questão do género”.
Um
dos pontos importantes a ser levado em conta tem a ver com o modelo
constitucional.
Para
o jurista Carlitos Djédjo, a realidade sociocultural do país mudou muito desde
1996 quando foi feita a última revisão constitucional, tendo em conta que a que
aconteceu um ano mais tarde nunca entrou em vigor.
Djédjo
considera que o "o semi-presiciecmalista actual é o mais adequado tendo em
conta a nossa realidade sociocultural".
O
Presidente da República deve ser um símbolo de unidade nacional e não um acto
entre vários actores. Portanto, seria apenas oportuno aperfeiçoar alguns
aspectos do actual modelo, ao invés de se mudar para o sistema
presidencialista”.
Carltos
Djédjo consiedera que outros pontos que devem merecer debate nas sessões de
auscultação sobre a reforma constitucional devem constar a nomeação directa do
Chefe de Estado-maior General das Armadas, não sob proposta do Governo,
conforme a actual constituição, mas sim apenas ouvido o Governo.
O
jurista argumenta que "sendo o comandante em chefe, devia ser ele a nomear
o chefe de Estado-maior General, sem que a proposta seja efectivamente do
Governo, isto para melhor manter a cadeia do comando”.
A
nível do sistema judicial guineense, Carlitos Djédjo aponta algumas
imperfeições da actual Lei Magna.
Entende
que na nova Constituição deveria contar que as nomeações do Procurador-geral da
República e do Presidente do Tribunal de Contas por parte do Presidente da
República sejam por mandatos.
O
debate só agora começa.
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