O
secretário-geral do Podemos, Pablo Iglesias, encheu hoje o pavilhão Caja Mágica
de Madrid com mais de 10 mil pessoas, para um comício no qual disse adeus ao
atual chefe do executivo: "Vá para casa, senhor Mariano Rajoy".
Perante
milhares de apoiantes que gritavam "Sim, pode-se" ou "Remontada
(reviravolta no marcador, em linguagem futebolística), o candidato do Podemos a
presidente do Governo nas eleições do próximo domingo referiu-se ao PP (mas
também ao PSOE) como "os senhores do antanho) e assegurou que o seu
partido vai mesmo ganhar nas urnas.
"Porque
este país não aguenta mais estar preso no passado", disse Iglesias, que
discursou logo após a presidente de Câmara de Barcelona, Ada Colau (eleita em
maio com uma plataforma apoiada pelo Podemos).
Iglesias
insistiu na ideia de que Espanha pode ter vários países no seu interior,
insistido que pode ser "um país de países" para justificar a sua
ideia de realizar um referendo apenas na Catalunha sobre a eventual
independência da região.
"Eu
sou espanhol e adoro abraçar a quem se sente catalão, a quem se sente galego, a
quem se sente basco ou andaluz, para construir um projeto juntos. Dizemo-lo em
Madrid e em todas as parte e queremos que o diga também a constituição",
realçou Pablo Iglesias.
O
artigo dois da constituição espanhol atribui apenas ao conjunto do povo
espanhol as decisões sobre a unidade de Espanha, o que na prática impede a
realização de referendos para independência de qualquer região, como pretende a
Catalunha.
Assim,
Iglesias defendeu uma Espanha em que "Madrid possa dizer a Ada Colau
't'estimo molt' (Amo-te ou gosto muito de ti, em catalão), em todas as línguas
e ao mesmo nível".
Tal
como Ada Colau, o secretário-geral do Podemos emocionou-se no final do seu
discurso, ao insistir que "Espanha não merece voltar ao passado", mas
sim olhar para um futuro em que os filhos dos espanhóis "possam ter
melhores serviços públicos".
"Não
queremos um país de baixos salários e políticos corruptos que conseguem acordos
com grandes empresários nas tribunas de honra dos campos de futebol. Esses são
vocês", disse Iglesias numa referência ao PP de Mariano Rajoy.
O
líder do Podemos preferiu, isso sim, aplaudir "as pessoas comuns que estão
a tomar as rédeas da política", tal "como se viu com Ada Colau em
Barcelona e noutras câmaras como Madrid, Cádiz, Corunha ou Saragoça", onde
governam presidentes de câmara apoiados pela formação violeta.
"Que
nunca mais haja um presidente que seja o chefe dos espanhóis. Eu quero ser o
empregado dos espanhóis", sublinhou.
Ainda
antes de falar Iglesias e Colau, coube ao número dois do Podemos, Íñigo Erréjon
as intervenções mais duras do comício, ao afirmar que as políticas do PSOE e do
PP constituem "um pequeno golpe de Estado silencioso", já que
"sequestram as instituições".
"Por
isso vemos a mexer nas leis de educação pública quem nunca teve educação
pública, na saúde pública quem nunca usou dela, a fazer leis do trabalho quem
nunca entregou um currículo ou foi a uma entrevista de trabalho, apenas foi
posto com uma cunha numa multinacional", acusou o dirigente do Podemos.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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