sexta-feira, 14 de agosto de 2015

A RECESSÃO MUNDIAL ESTÁ DESTINADA A AGRAVAR-SE



Prabhat Patnaik [*]

Mais de sete anos após o início da crise do mundo capitalista não há sinal de qualquer recuperação e hoje as perspectivas parecem ainda mais negras do que antes. De facto, enquanto o mundo capitalista avançado continua atolado na crise, ela agora está a propagar-se por todo o globo, mesmo para países como a Índia e a China que inicialmente pareciam haver escapado ao seu impacto. A taxa de crescimento do PIB indiano está a desacelerar; além de que o sector manufactureiro continua a testemunhar estagnação quase absoluta. A taxa de crescimento de 2,3 por cento nas manufacturas em 2014-15, ainda que exígua representou uma melhoria em relação aos 0,8 por cento em 2013-14 e foi geralmente extrapolada como uma viragem. Mas a taxa de crescimento em Maio, o mês mais recente para o qual temos números, está outra vez nos 2,2 por cento (em relação ao mesmo mês de um ano atrás). Também na China, a taxa de crescimento do PIB está a reduzir-se; isso acontece no seu sector industrial que testemunhou uma expansão fenomenal durante longo tempo. E uma vez que a China emergiu como grande compradora de matérias-primas, incluindo as da América Latina, um arrefecimento da sua taxa de crescimento industrial implica um entrave a várias economias do terceiro mundo cujas fortunas haviam melhorado devido ao boom chinês.

A crise, em suma, está a tornar-se generalizada por todo o globo, mesmo que haja uma pequena melhoria nas economias dos países capitalistas avançados. A situação quanto à Eurozona é bem conhecida: todo o Sul da Europa, e mesmo a França, é atingido duramente pela crise. E a Grã-Bretanha continua a sofrer com as medidas de "austeridade" draconianas impostas pelo governo Cameron.

IMPRESSÃO ENGANOSA 

Os Estados Unidos dão a impressão de serem uma excepção a este fenómeno, mas esta impressão é enganosa. Apesar de a taxa de desemprego nos EUA ter baixado para 5,3 por cento em Julho de 2015, a qual é muito mais baixa do que a do pico pós crise de cerca de 10 por cento, houve uma queda significativa na dimensão da força de trabalho. Tal queda é uma ocorrência comum durante recessões e exprime o que muitas vezes é chamado de efeito "trabalhador desencorajado". O declínio na taxa de emprego é explicado, pelo menos parcialmente, por esta queda, ao invés de um ressuscitar da economia.

Um cálculo muito simples mostraria que, apesar de qualquer melhoria que a economia estado-unidense possa ter experimentado ultimamente (sobre isto, ver mais adiante), a taxa real de desemprego permanece muito alta. Pouco antes da crise, a taxa de desemprego nos EUA era cerca de 5 por cento e o rácio emprego-população era de 63,3 por cento, o qual dá um rácio força de trabalho-população de 66,6 por cento. Vamos aceitar este número (o que significa aceitar a questionável estimativa oficial de taxa de desemprego de 5 por cento na véspera da crise). O rácio emprego-população em Julho de 2015 situava-se nos 59,2 por cento. Com o mesmo rácio força de trabalho-população que existia pouco antes da crise, isto significaria uma taxa de desemprego de 11 por cento! O facto de ao invés de uma taxa de desemprego de 11 por cento termos uma de apenas 5,3 por cento nos EUA é porque um certo número de trabalhadores simplesmente abandonou a força de trabalho. E eles assim fizeram não porque nesse ínterim se houvessem dedicado a alguma outra actividade que valesse a pena, como obter educação, mas por causa das perspectivas negras de obtenção de emprego. A economia dos EUA, em suma, muito embora possa a estar a experimentar melhoria marginal, continua a ser afligida pela crise. E isto assim é apesar do facto de que o Federal Reserve dos EUA tem mantido suas taxas de juro básicas próximas do nível zero desde a cerca de sete anos.

Uma vez que a política orçamental – sob a hegemonia do capital financeiro – destinada a estimular o nível de actividade é evitada, mesmo numa economia como a dos EUA que não tem qualquer legislação de "responsabilidade orçamental", e cuja divisa sendo "tão boa quanto o ouro" proporciona ao seu governo um enorme grau de liberdade para actuar com impunidade em assuntos fiscais (uma vez que é muito improvável que enfrente qualquer fuga de capitais), a política monetária torna-se o único instrumento para fazer reviver a economia. E o US Federal Reserve tem feito tanto quanto podia com este instrumento. (Ele podia, logicamente, ter taxas de juro nominais negativas através da aplicação de um imposto sobre os haveres de balanços monetários, mas isto não é claramente uma proposição prática). Contudo, notavelmente, não há sinais de qualquer recuperação perceptível.

Mesmo a melhoria marginal que se verificou na economia dos EUA deve-se à queda dos preços do petróleo. A principal fonte da melhoria tem sido o gasto do consumidor privado, não a despesa do governo ou o investimento privado. E este maior gasto do consumidor privado tem sido estimulado pela queda dos preços do petróleo, os quais, para uma economia dependente do automóvel como os EUA, com substancial consumo privado de refinados, é uma bênção para famílias privadas. Elas têm utilizado esta bênção para aumentar suas compras de uma variedade de bens e serviços produzidos internamente, cuja procura acrescida provocou algum aumento na produção.

Entretanto, o que é notável é o facto de que este aumento na produção não provocou qualquer aumento doinvestimento privado, o que sugere que os capitalistas têm pouca confiança na persistência deste aumento. Estamos portanto numa situação semelhante àquela que, segundo Harry Magdoff , prevaleceu nos Estados Unidos no fim da década de 1930, quando a produção do sector dos bens de consumo havia recuperado devido, entre outras coisas, a maiores gastos governamentais sob o governo Roosevelt, mas o sector de bens de capital havia permanecido a braços com uma maciça capacidade inutilizada devido à falta de confiança dos capitalistas na continuidade da recuperação. Foi só a preparação para a guerra, sob a sombra da ameaça nazi que deu origem a maior despesa militar, que arrancou o sector de bens de capital dos EUA para fora da crise (uma vez que grande parte do hardware militar é produzido nesse sector). Apesar de a situação nos EUA de hoje recordar um pouco aquele período, com algum reviver na despesa de consumo mas nada no investimento privado, não existem tais nuvens de guerra no horizonte (felizmente) que pudessem causar uma plena recuperação no emprego e na produção.

MAIOR FARDO SOBRE OS PRODUTORES DE COMMODITIES PRIMÁRIAS 

Há um ponto que deveria ser observado quanto à ascensão da despesa de consumo nos Estados Unidos. Vimos que estava ligada ao declínio dos preços do petróleo, os quais por sua vez tendem a estar correlacionados com os movimentos de preços de outras commodities primárias. Uma vez que economias não metropolitanas são exportadoras líquidas destas commodities, o que isto significa é que mesmo a limitada revivificação que ocorreu na economia dos EUA foi associada à transferência de um fardo, na forma de uma queda de preços de commodities, para estas outras economias.

Na teorização do Comitern nos anos trinta, esta ideia, de os países avançados transferirem o fardo da crise para as economias da periferia, desempenhou um grande papel. Mas, com a "Revolução Keynesiana" e a ênfase na procura agregada, ela tendeu a recuar para segundo plano, uma vez que as duas questões, nomeadamente a da mudança dos termos de troca entre bens manufacturados e commodities primárias, e a questão da procura agregada nas metrópoles, não podiam ser teoricamente ligada de modo adequado. A actual conjuntura, entretanto, revela uma ligação entre estas duas questões: uma mudança nos termos de comércio contra commodities primárias no contexto de hoje causa, ceteris paribus, um aumento da procura agregada para os países avançados, através de uma maior despesa de consumo que é dirigida pelos consumidores aos seus próprios bens porque têm de gastar menos com petróleo e outras commodities primárias. Mesmo a limitada revivificação actual da procura nos EUA tem, em suma, como contrapartida um maior fardo sobre os produtores de commodities primárias.

Mas mesmo esta limitada revivificação nos EUA é improvável que perdure muito. A questão de uma alta da taxa de juro nos EUA tem sido falada desde há algum tempo. Isto não acontece porque os EUA tenham ficado afundados em inflação, longe disso na verdade. A queda global nos preços das commodities primárias, que acaba de ser mencionado, remove a inflação da lista de preocupações imediatas nos EUA. E mesmo pelos padrões do capital financeiro, o qual evita mesmo inflação moderada pois ela desgasta o valor real dos activos financeiros que possui, a inflação actual nos EUA está longe de "preocupante": a actual taxa de inflação de cerca de 1,5 por cento cai bem abaixo do que o Federal Reserve considera a "meta inflacionária", a qual é de 2 por cento. Ainda assim, a aversão do capital financeiro a taxas de juro zero ou próximas de zero está a pressionar o Fed a elevar estas taxas. Ele adiou a decisão até Setembro, mas é provável que então efectue algum aumento de taxas. E quando isso acontecer, a recessão mundial tornar-se-á ainda mais acentuada.

O fortalecimento do dólar, já a caminho, dará novo impulso e piorará o défice corrente na balança de pagamentos dos EUA o que reduzirá a procura agregada no país. Isto se somará à redução que taxas de juro mais altas provocariam de qualquer modo através da redução de despesas devido a custos mais altos para a tomada de empréstimos. E enquanto a recessão estado-unidense piora, o resto do mundo também experimentaria uma pioria porque teria de ascender taxas de juro em resposta às taxas americanas. Na verdade, uma queda relativa no valor das divisas do resto do mundo em relação ao dólar deveria aumentar suas exportações líquidas para os EUA. Mas o aumento inflacionário associado à depreciação das divisas forçaria seus governos a cortarem despesas, cujos efeitos na redução da procura mais do que compensariam qualquer aumento da procura que a depreciação da divisa pudesse promover.

E haveria um factor adicional a actuar na mesma direcção, o qual é a não disponibilidade de influxos de dólares no caso de um aumento nas taxas de juros dos EUA. Tais influxos actualmente sustentam os défices em conta corrente de países como a Índia, mas se eles não estiverem mais disponíveis então estes países seriam forçados a cortar na sua procura agregada e a adoptar medidas de "austeridade" para restringir seus défices correntes.

Em suma, o capitalismo mundial parece destinado a um agravamento da crise. Mesmo depois de sete anos após o seu surgimento, a crise persiste apesar de as taxas de juro dos EUA serem deitadas abaixo para zero ao longo deste período. E quando estas taxas aumentarem, o que eles estão em vésperas de fazer sob a pressão do capital financeiro, a crise só pode piorar. O capitalismo hoje parece muito mais afundado na crise do que a maior parte das pessoas, incluindo mesmo muitos na esquerda, imaginam. 
09/Agosto/2015

[*] Economista, indiano, ver Wikipedia

O original encontra-se em peoplesdemocracy.in/2015/0809_pd/world-recession-set-worsen . Tradução de JF.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/
 

Portugal. O FOGO E O EMBUSTE DOS MEIOS



Paula Ferreira – Jornal de Notícias, opinião

A calamidade ambiental repete-se há décadas. Milhares de hectares de floresta e mato do território português ardem perante os nossos olhos incrédulos. Como é possível os mesmos erros ano após ano? Discutir a estratégia de combate aos incêndios de julho a setembro, como se não houvesse verão sem chamas, não tem qualquer efeito.

O combate aos incêndios, parece fácil de ver, faz-se a partir do inverno. Num país onde dois terços do território estão cobertos por floresta, permitir todos os anos milhares e milhares de hectares serem devorados pelo fogo é, sem dúvida, matar a galinha dos ovos de ouro. Alguém deve ser responsabilizado por tal situação. Uma missão difícil. Os grandes responsáveis somos nós. Ou muitos de nós. Nós que descuidamos a limpeza das matas, nós que vemos a vegetação a crescer desordenada no terreno do vizinho e não lhe exigimos fazer o que lhe compete. O Estado, é bom não esquecer, deverá também dar o exemplo nas áreas em sua posse: e não tem sido, nos últimos anos, com o desmantelamento dos serviços florestais, a prática seguida.

O preço a pagar por tamanho desleixo é enorme. Desde segunda--feira, centenas de homens - cerca de 500, ontem ao final da tarde - combatiam um incêndio na serra da Estrela. Aqui é um património natural que tão cedo não será recuperado. Outras zonas do país já arderam, seguramente outras atravessarão o caminho voraz do fogo. E ninguém parece, verdade seja dita, muito preocupado. Ouvimos, no início desta semana, a ministra da Administração Interna - ainda não se dignou aparecer no teatro das operações e dar uma palavra à população privada de um dos seus bens e a quem combate as chamas - dizer que "a resposta dos bombeiros tem sido extremamente positiva e à altura dos meios e formação".

Anabela Rodrigues, a ministra, devia ter algum cuidado quando fala de meios. Tem aviões avariados há meses e, como o JN ontem relatava, as equipas do Grupo de Análise e Uso de Fogo, os chamados GAUF, não estão constituídas. Equipas fundamentais para, no terreno, sobretudo nos grandes incêndios, como os ocorridos no fim de semana, no Alto Minho ou do Parque Natural da Serra da Estrela, analisarem as probabilidades de evolução das frentes de fogo e avaliarem as oportunidades de usar contrafogo - uma das formas de estancar as chamas.

Deviam existir, mas não existem. O papel do GAUF tem sido, assim, da responsabilidade da Força Especial de Bombeiros que, no entanto, não possui os meios técnicos adequados. Não basta anunciar medidas e equipas, com pompa e circunstância, para dar títulos nos jornais e preencher horários nobres na televisão. É preciso que a coisa se concretize. De contrário, é um embuste. E o fogo fica, uma vez mais, por circunscrever.

*Editora-executiva-adjunta

Portugal. BES. O PAPEL COMERCIAL



Hugo Neutel – Dinheiro Vivo, editorial

Um ano depois de o Banco de Portugal ter passado a certidão de óbito do BES, o cadáver continua morno e a incerteza permanece.

Em primeiro lugar, incerteza sobre a venda (que será provavelmente feita com prejuízo).

Em segundo, incerteza sobre o "banco mau", que ainda não apresentou resultados e que, perante a dificuldade que terá em vender a totalidade dos ativos tóxicos que herdou, arrisca tornar-se um purgatório do BES, cuja alma penada será condenada a vender lixo financeiro para toda a eternidade.

Finalmente, incerteza em relação à solução para o papel comercial. A associação de lesados do BES apostou, e ganhou, na presença mediática constante. Não fora isso, o assunto já teria morrido e as perdas para os 2500 antigos clientes seriam não só certas como maiores, senão totais. E o problema tem de ser resolvido. Preferencialmente já, até porque, como lhe contamos nesta edição, há quem no mercado pense que esta pode ser uma pedra na engrenagem da venda, ou, na pior das hipóteses, depois, pelo comprador do banco, que não quererá sofrer o dano reputacional de ter uma manifestação à porta logo no primeiro dia.

A resolução do problema não é, por isso, um imperativo apenas moral (que já seria suficiente). É um imperativo de gestão. Se o problema não for resolvido já - e o país está cansado de ver o Banco de Portugal e a CMVM passarem a batata quente um para o outro - serão os reguladores a deixar uma péssima impressão ao país. Se não for resolvido pelo comprador assim que nomear a nova administração, o banco que nascer da venda vai iniciar a vida com danos de reputação imediatos.

PS: Passos Coelho argumenta que o rating da dívida pode depender das eleições, e que as agências estão à espera da noite de dia 4 de outubro para decidir se tiram Portugal do lixo. Das duas uma: ou este é um discurso de chantagem, ou é um discurso risível. Ou ambos.

Portugal. Burla BES/Novo Banco. Emigrantes enviam ultimato a Carlos Costa e Stock da Cunha



O Movimento dos Emigrantes Lesados (MEL) do BES enviou uma carta ao Novo Banco e ao Banco de Portugal afirmando que a proposta da instituição para ressarcir os clientes "é imperceptível, indeterminada, pouco sólida" e geradora de "perdas de direitos".

A carta, a que a Lusa teve acesso, foi enviada quinta-feira e pede a Stock da Cunha, líder do Novo Banco, e a Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, "uma negociação à mesa redonda, com representantes de todos os intervenientes e em curto espaço de tempo", propondo uma resposta "num espaço de cinco dias" para que esclareçam se as propostas colocam ou não os "direitos anteriores adquiridos pelos emigrantes lesados".

O MEL observa que os emigrantes lesados "apenas subscrevem propostas que não coloquem em causa todos os direitos anteriores - particularmente os direitos à justa indemnização por venda de produtos associados a informação técnica deficiente".

O MEL ameaça que se houver falta de resposta tanto do presidente do Novo Banco como do governador do Banco de Portugal, o movimento informará "os seus membros de que não deverão aceitar as referidas propostas".

Na carta, o movimento queixa-se que a proposta de pagamento dos créditos dos emigrantes lesados do Banco Espírito Santo "tem sido feita através de uma política agressiva dos balcões do Novo Banco que faz recordar o tempo que nos levou a esta situação".

Acrescenta ainda que o movimento não pode "admitir, mais uma vez, ser forçado a subscrever produtos lesivos e demagógicos, na tentativa de salvar autoridades independentes vestidas de incompetência e parcialidade".

Segundo Helena Batista, do MEL, o Novo Banco está a propor aos emigrantes lesados que os créditos dos produtos sejam transformadas em 60% em obrigações da nova instituição financeira, 30% em depósitos a prazo e o restante em depósitos anuais crescentes em seis anos.

O receio do movimento é que, os emigrantes, ao subscreverem as propostas, possam estar a incorrer novamente em riscos, principalmente nas novas obrigações do Novo Banco, em que não acreditam.

O Novo Banco começou a apresentar aos emigrantes uma solução comercial há cerca de três semanas para reaver o dinheiro, investindo nos produtos Poupança Plus, Top Renda e EuroAforro e aguarda agora a aprovação da maioria dos sete mil clientes para avançar.

No início de agosto, fonte oficial do banco referia que a proposta comercial garante pelo menos 60% do capital investido, e liquidez se essa for a opção, assim como um depósito anual crescente a seis anos, que possibilita recuperar no mínimo 90% do capital investido.

Nessa altura, o Novo Banco anunciou ter já chegado a acordo com 2.000 dos 7.000 emigrantes que subscreveram produtos comerciais aos balcões do BES.

A fonte oficial do banco disse na altura que "a adesão à solução para os clientes emigrantes está a correr de forma muito positiva", adiantando que à data de sexta-feira, dia 31 de julho, a adesão se traduzia em "2.000 propostas a clientes assinadas", quase "um terço dos clientes".

Segundo a mesma fonte, aos 7.000 casos correspondem aplicações num valor global de 720 milhões de euros.

A situação dos emigrantes não é a única que o Novo Banco tem para resolver, depois da resolução do BES em agosto do ano passado. Segundo a mesma fonte, desde outubro do ano passado que o Novo Banco está a resolver situações que tinham como ativos subjacentes dívida sénior do BES que transitou para o Novo Banco.

Segundo os dados facultados à Lusa pelo Novo Banco, as soluções apresentadas desde outubro envolveram um total de quase 14.000 clientes e um valor aplicado de 2.120 milhões de euros.

O MEL e a Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) estão hoje a manifestar-se frente ao Novo Banco dos Aliados, no Porto.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Leia mais em Notícias ao Minuto

Portugal. Números revelam "o contrário de tudo o que o Governo anunciou"




PS olha com “apreensão” para o crescimento da economia na ordem dos 1,5% no segundo trimestre de 2015. “Os números são preocupantes”, diz João Galamba.

Ao contrário do que se tem ouvido da parte da coligação, o PS olha com “preocupação” para os dados divulgados pelo INE a respeito do crescimento da economia portuguesa (1,5% no segundo trimestre em relação ao período homólogo).

“Os valores encontram-se no patamar inferior a todas as previsões. Numa altura em que a Europa acelera o seu crescimento, Portugal é o único país que mantém o crescimento anterior”, lamentou João Galamba.

Enquanto o PSD entende que “os números são francamente positivos”, o deputado socialista acredita que são “a contrário de tudo o que o Governo anunciou nos últimos quatro anos”, uma vez que “não se verificou qualquer transformação estrutural da economia portuguesa”.

“O comércio externo continua a pesar negativamente no PIB português porque as exportações crescem menos do que as importações. Os números são preocupantes e mostram que Portugal não está a tirar partido das condições externas altamente benéficas”, atirou, assumindo a sua “apreensão”.

Notícias ao Minuto

Leia mais em Notícias ao Minuto

Mais lidas da semana