Ana
Alexandra Gonçalves – Triunfo da Razão
Depois
de debates que puseram a nu a tibieza de boa parte doscandidatos e de debates
com candidatos que não parece querem ser levados a sério, Marcelo Rebelo de
Sousa e Sampaio da Nóvoa protagonizaram um dos debates mais esperados. A
expectativa era alta e compreende-se: este era o debate que punha
frente-a-frente o candidato forjado pela televisão e o candidato que possui
características que todos reconhecem como sendo importantes para o desempenho
do cargo, não sendo, porém, uma personalidade suficientemente
conhecida.
Perante
o contraste entre a vacuidade de Marcelo e o humanismo, inteligência e
seriedade de Sampaio da Nóvoa, resta pouco a dizer, exceptuando o facto de
Marcelo, que tem optado por se fazer de morto para substituir outro morto que
ainda ocupa o Palácio de Belém, ter sido obrigado a entrar na campanha. Uma
entrada nada promissora. Marcelo conta as semanas, dias e horas até ao dia 24
deste mês.
Creio
que todos os cidadãos reconhecem a necessidade de revitalizar a Presidência da
República, depois destes malfadados anos de uma espécie de Cavaquismo
decrépito. Feito esse reconhecimento, será possível acreditar que Marcelo
Rebelo de Sousa – candidato da direita do atavismo, homem anacrónico, vazio e
insidioso é a pessoa certa para o lugar em questão? Não serão essas mesmas
características aquelas que tanto se criticou em Cavaco Silva? Por que razão
insistimos no erro? Porque a televisão assim nos ordena?
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