sábado, 5 de março de 2016

Portugal. CAVACO SILVA: O CAVALHEIRO DA TRISTE FIGURA (2)



Em trabalho publicado pela Agência Lusa deparamos com “Cavaco, os consensos falhados, a troika e o 1.º Governo "de esquerdas", um apanhado ao modo do jornalista da Lusa de recriar Cavaco e o seu mau desempenho na qualidade de presidente da República, um presidentezinho muito insignificante, muito nocivo para a democracia, muito manhoso no pior sentido do termo, muito vacilante ou até,,, muito cobarde. É essa a opinião de milhões de portugueses que querem suspirar de alívio e ver o tenebroso político sair de Belém pela direita baixíssima que é a porta de serviço.

Cavaco, na realidade, pelo péssimo desempenho praticado em prejuízo da democracia, da justiça social, de Portugal e dos portugueses, não deixa saudades, antes pelo contrário. Ouvir falar de Cavaco é recordar o lado mais negro das liberdades que Portugal conquistou em 25 de Abril de 1974 e que ele e seus associados da política de direita e da alta finança e alta vigarice impuseram no país contra os portugueses.

Não se denomina um cavalheiro como sendo de triste figura não sendo, não existindo na memória motivos para isso. Cavaco merece o título. Aliás, o título é até complacente ao referir cavalheiro. Cavaco é um tipo, é um mangas, é um gajo, é o ele, é o filho deste e daquele, desta e daquela… Um infindo classificativo do povo para o referir. Mais pesado ainda é o avantesma, o monstro, a múmia… Só por isso se constata a repugnância que ele conseguiu suscitar nos portugueses. Muitos, muitos portugueses.

Que vai sair de Belém em 9 deste mês para se instalar no “Convento do Sacramento, onde no seu novo gabinete deverá escrever as já prometidas memórias presidenciais”, adianta a Lusa. Nem merecia uma tenda de campanha, quanto mais o convento. Lá vai ele continuar a pesar no Orçamento, há décadas que vive à grande e à portuguesa à custa de todos os portugueses. É uma tétrica e dispendiosa lapa que não nos larga. Que vai escrever as suas memórias… presidenciais. Devia era de escrever todas as memórias, esclarecer suspeições sobre o BPN e etc., sobre os amigos vigaristas a contas com a justiça e que escapam, devia esclarecer se acaso foi ele que intercedeu para que as investigações ao seu protegido Dias Loureiro fossem arquivadas ou interrompidas… Impunidades aos da seita.

Não se espere que verdades constem nas ditas memórias que Cavaco diz ir escrever. Até porque com as calinadas que ele dá na gramática é legitimo desconfiar que ele não é capaz de escrever palavras, só números. Irá pagar a alguém para escrever em português correto as mentiras que guarda na sua memória. Irá dourar a pílula e fazer auto-elogios, auto-reverências… Cavaco: um sectário, um chefe de seita, um vingativo cheio de rancores que mostrava através de atitudes indignas de um PR, uma triste figura que infelizmente saiu na rifa dos portugueses para prejudicar o país e os portugueses em beneficio de uns quantos Donos Disto Tudo. Cavaco, o restaurador de períodos de negociatas.

A seguir: a notícia da Lusa

Redação PG / MM

Cavaco, os consensos falhados, a troika e o 1.º Governo "de esquerdas"

Cooperação e deslealdade, escutas, demissões, resgate, austeridade e sacrifícios, consensos falhados, de tudo isto foram feitos os dez anos da Presidência de Cavaco Silva, que deixa Belém depois de dar posse a um Governo em que parecia não acreditar.

A 09 de março de 2006, quando entrou em Belém, Cavaco Silva elogiava o "espírito reformista" do então primeiro-ministro, a quem prometia uma "cooperação leal e frutuosa". Sócrates agradecia o "comportamento absolutamente impecável da Presidência da República".

Um ano depois, Cavaco já falava em insatisfação com os resultados na economia, educação e justiça, mas o primeiro 'braço-de-ferro' Belém/São Bento estava para acontecer com a polémica do Estatuto dos Açores, que valeu um duplo veto presidencial.

No verão de 2009, novo 'embate', agora com o "caso das escutas", depois do jornal Público ter falado nas suspeitas da Presidência da República de estar a ser "vigiada" pelo Governo. Um mês depois, o Diário de Notícias acrescenta que a fonte da notícia era Fernando Lima, um dos mais antigos colaboradores de Cavaco. Na resposta, um Presidente agastado acusa "destacadas personalidades do partido do Governo" de manipulação e de o tentarem colar ao PSD.

Com o segundo mandato em Belém à vista e Sócrates sem maioria no parlamento, o azedar das relações é notório, com Cavaco a falar de uma situação "explosiva" e "insustentável" no país e a recusar a "venda de ilusões".

Entretanto, o escândalo do BPN atravessa-se no caminho de Cavaco Silva - que chegou a ter ações da Sociedade Lusa de Negócios - para não o largar até à reeleição. "A honra venceu a infâmia", rematou no discurso de vitória.

O prenúncio para um segundo mandato difícil chegou 14 dias depois, com o chumbo do 'PEC IV' e a demissão de Sócrates. O 'ajuste de contas' aconteceu um ano depois, com Cavaco a admitir ter sido apanhado de surpresa com o anúncio de novas medidas e a acusar o ex-primeiro-ministro de "falta de lealdade institucional".

Portugal, entretanto, estava já sob resgate financeiro e o mote para a forma como o Presidente entendia o seu papel de "provedor do povo" nestas circunstâncias foi dado na posse do novo Governo de maioria PSD/CDS-PP, com avisos sobre a "justiça na repartição de sacrifícios".

Se com o executivo de Sócrates, o poder de veto foi uma das 'armas' do Presidente, na era de Passos Coelho o envio de diplomas para fiscalização preventiva bateu recordes e foi no Tribunal Constitucional que o executivo somou algumas 'derrotas'.

Cavaco também não vivia momentos fáceis, enfrentando as primeiras vaias e as consequências de um desabafo sobre a sua reforma, dizendo que "quase de certeza" que não chegaria para pagar as despesas.

À entrada de 2013, Cavaco Silva solicita a fiscalização sucessiva da constitucionalidade de quatro normas do Orçamento do Estado, mas a verdadeira 'prova de fogo' do Governo estava reservada para o verão, com a crise política desencadeada pela demissão "irrevogável" do ministro Paulo Portas.

Nessa altura, o Presidente da República arrisca e propõe perante o país um "compromisso de salvação nacional" entre PSD, PS e CDS que permita cumprir o programa de ajuda externa e que esse acordo preveja eleições antecipadas a partir de junho de 2014.

Uma semana depois, o Presidente que fez dos apelos aos consensos e ao diálogo uma das suas 'bandeiras', perdia a 'aposta', com PSD, CDS-PP e PP a romperem negociações. Sem alternativa, Cavaco admite que a melhor solução é a continuação em funções do Governo.
Depois do BPN, em 2014 o setor da banca volta a 'atrapalhar' Cavaco Silva, que pouco tempo antes de rebentar o caso do Banco Espírito Santo elogia a atuação do Banco de Portugal e diz que os portugueses poderiam confiar no BES.

Já com a 'troika' fora do país e a um ano de eleições, o Presidente começa a defender a necessidade de um Governo com apoio maioritário. Um desejo não concretizado, com Cavaco a dar posse a executivo minoritário PSD/CDS-PP por entender ser melhor solução do que "a alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas".

Dias depois da posse, o programa do executivo chumba no parlamento, provocando a queda do Governo. O Presidente inicia, então, uma maratona de 31 audiências, concluindo com um pedido invulgar: a clarificação de questões que considera omissas nos acordos entre PS, PCP, BE e PEV entretanto assinados, no entendimento partidário que provavelmente menos esperava ver concretizado.

A 26 de novembro, acaba mesmo por dar posse a esse Governo histórico, mas até ao último momento não parece convencido com a solução apresentada por António Costa apontando omissões "a alguns pontos essenciais à estabilidade política" nos acordos subscritos pelos quatro partidos e vincando a falta de garantia de durabilidade do executivo no horizonte temporal da legislatura.

Agora, ao fim de dez anos no Palácio de Belém, Cavaco prepara a mudança para o Convento do Sacramento, onde no seu novo gabinete deverá escrever as já prometidas memórias presidenciais. 

VAM // SMA - Lusa

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