O
ministro do Trabalho, Vieira da Silva, revelou hoje que o Governo vai procurar
travar o pagamento indevido de prestações sociais e vai avançar com algumas
alterações legislativas, nomeadamente, no Rendimento Social de Inserção (RSI).
"Portugal
não pode pagar 200 milhões de euros em prestações indevidamente. Em 2015 foram
pagos indevidamente 200 milhões de euros em prestações sociais. Destes, 103
milhões de euros no subsídio de desemprego e 36 milhões de euros na proteção
familiar [abono de família]", afirmou o ministro da tutela, no parlamento.
Vieira
da Silva, que está a ser ouvido desde as 10:00 na Comissão parlamentar de
Trabalho e Segurança Social, indicou que o executivo pretende proceder a
alterações legislativas, no âmbito do plano de combate à fraude e evasão
contributiva prestacional, equivalentes a uma poupança de 200 milhões de euros
pagos indevidamente em 2015.
Vieira
da Silva reconheceu que "o subsídio de desemprego é a prestação social
mais suscetível de fraude" e admitiu a possibilidade de alterar as regras
de apresentação periódica de desempregados.
O
ministro indicou que é intenção do executivo proceder, ainda este ano, "a
uma revisão completa da legislação sobre o RSI", em prol da transparência
na atribuição desta prestação, assegurando, no entanto, que "o Governo
tudo fará para que esse rigor e essa exigência sejam, não só mantidos, mas
reforçados".
A
audição do ministro ficou marcada pela troca de acusações e insultos mais
acesos entre as bancadas do PS e do PSD, nomeadamente, entre a deputada
socialista Vanda Guimarães e o deputado social-democrata Adão e Silva.
Numa
intervenção, a deputada socialista acusou a bancada do PSD de "transtorno
psicótico político", numa alusão às intervenções que proferiram ao longo
da audição.
Esta
afirmação levou o deputado Adão e Silva a elevar o tom de voz e a responder,
diretamente, a Vanda Guimarães: "Eu não lhe aceito, eu não lhe tolero, que
a senhora em circunstância nenhuma me trate a mim e aos meus colegas do PSD
como psicóticos".
E
replicou: " Não aceito que a senhora me trate por psicótico, porque eu
nunca fui deselegante com vossa excelência. Não tem o direto nem a categoria.
Devia ter ponderação nas palavras porque nesta bancada não há psicóticos, mas
deputados com ideias e princípios pelos quais se batem".
Adão
e Silva acusou ainda a deputada de ter sido "verdadeiramente uma nódoa
naquilo que tem sido uma reunião tranquila" e de insultar os trabalhos da
comissão. A deputada optou por não responder.
SMS//CSJ
- Lusa
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