Do
leito, onde me recupero, no exterior, de duas cirurgias, só posso dizer: Porra!
Porra é demais! O Presidente da República do MPLA, não respeita os angolanos,
não respeita a lei, tão pouco a sua própria constituição.
William
Tonet*
Ele
é a lei e depois de “domesticar” o seu partido, estende agora a mesma táctica
aos demais partidos políticos da oposição e país, porque ninguém tem a coragem
de se indignar e dizer: BASTA!
O
país é de todos angolanos. É da maioria dos povos e não pode ficar refém de um
homem, de uma etnia e família.
O
que falta mais estar concentrado, neste clã? O que falta mais Dos Santos fazer
com a maior das impunidades e perante a apatia, ou conivência, não só dos
angolanos com responsabilidades como da comunidade internacional, a começar
pelo Fundo Monetário Internacional que, por sinal, se encontra em Luanda?
Por
este andar, só falta ao Rei comprar uma bomba de hidrogénio e matar-nos a
todos… Se calhar até é algo que já lhe passou pela cabeça.
Ou
será que todo este processo de fuga para a frente revela que José Eduardo dos
Santos está cada vez mais só e isolado e, por isso, apenas e por enquanto só
confia na família?
É
o meu triste e distante comentário. Nada mais falta para se decretar o fim da
República e nada me repugna, ante estas “sarrabulhadas” ideológicas, que ele,
institucionalize a monarquia Dos Santos.
A
nomeação de Isabel dos Santos para PCA da Sonangol é ilegal e inconstitucional,
pois não existe justificativa, para a nomeação de uma empresária privada, feita
bilionária com o dinheiro do petróleo, por nepotismo, pelo simples facto de ser
filha do Presidente da República.
O
que me indigna, ainda é este mutismo dos dirigentes e militantes do MPLA, que
se calam, encolhem-se ante todas estas arbitrariedades, que definitivamente, mancham
a sua imagem e comprometem o futuro. Ainda que o MPLA governe mais 100 anos,
quando sair do poder poderá ter a certeza, que o seu caminho será a extinção e
nunca mais lá voltará pelo mal que está a fazer ao país, comprometendo o seu
futuro.
Como
entender que uma empresária, com interesses em muitas empresas no país e no
mundo, tenha necessidade de ser nomeada PCA de uma companhia estatal? Uma ou
duas razões; a primeira é de antes do FMI tomar as rédeas do resgate
financeiro, conseguir esconder todos os desvios que alimentaram e alimentam a
corrupção institucional e, segundo, conseguir desviar barris de petróleo, desde
já, para garantir o amealhar dos milhões de dólares, visando a campanha
eleitoral do MPLA em 2017, sem que as instituições financeiras se apercebam
desta trama.
Afinal,
diante de todas estas arbitrariedades, abusos, ofensas e violações, onde andam
os líderes dos partidos políticos? Será que só existem 15+2 jovens que reclamam
e se manifestam em defesa de Angola e dos angolanos? Definitivamente esta
nomeação é uma afronta, uma provocação e se Samakuva, Chivukuvuku, Kuangana,
Ngonda, Kabangu, Sidiangani, Justino Pinto de Andrade, se calarem, estarão a
assinar a sua certidão de cumplicidade com a ditadura monárquica Dos Santos e,
amanhã, também serão julgados, pelo silêncio de hoje, que hipoteca as futuras
gerações.
É
preciso dar um basta a todo este regabofe.
Folha
8, em Aqui Falo Eu, opinião
*Diretor
do Folha 8
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