Repercussões
das palavras do Ministro das Finanças da Alemanha continuam a sentir-se no
início do dia de trocas entre investidores. Dificuldades da tarde de ontem
continuam apesar das garantias do Ministério das Finanças que não haverá
segundo resgate.
A
confusão gerada ontem pelas declarações de Wolfgang Schauble ainda
está a ter efeitos nos mercados de dívida: os juros das Obrigações portuguesas
acima de três anos estão a subir em toda a linha, penalizando as
indicações de dificuldades económicas crescentes.
Durante a tarde de ontem, o Ministro das Finanças da maior economia europeia deixou no ar a ideia de que Portugal poderia precisar de um novo pacote de financiamento externo caso não cumprisse o défice acordado com Bruxelas para este ano, mas imediatamente recuou e disse que essa possibilidade era rejeitada pelo Governo português. Mesmo com a 'dança' de palavras, o efeito das declarações criou uma onda de pessimismo que fez aumentar os juros da dívida durante a tarde de ontem e que mantém a pressão sobre as Obrigações esta manhã.
O
Ministério das Finanças português tentou acalmar os ânimos mais exaltados com
uma declaração pública de confiança, mas as declarações de Mário Centeno a
admitir que o crescimento económico nacional poderia ficar abaixo do
esperado acabaram por manter o pessimismo dos investidores.
As
Obrigações do Tesouro a quatro anos registam a maior subida (mais de 1%), mas
todos os títulos até 20 anos estão a ficar mais caros nas trocas entre
investidores.
Os
custos de financiamento mais altos no mercado secundário faz temer
uma subida dos juros nas emissões de dívida feitas pelo Estado, a principal
arma de liquidez pública em Portugal.
Bruno
Mourão com Elsa Pereira – Notícias ao Minuto
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