Ferreira
Fernandes – Diário de Notícias, opinião
Dos
dois treinadores da Alemanha, prefiro o Joachim Low, que se ocupa só dos seus
tintins. Já Wolfgang Schäuble tem a mania de apertar os dos outros. Em
fevereiro, quando o mais sólido banco alemão estava atrapalhado, Schäuble foi
perentório: "Não tenho nenhum receio sobre o Deutsche Bank." E, no
dia seguinte, a despropósito, lançou: "Portugal tem de estar bem ciente de
que pode perturbar os mercados." Frase que retificou logo: não, não queria
insinuar nada... Mas, ontem, Schäuble voltou a tentar desestabilizar a equipa
adversária. Como escreveu a agência Reuters, ele falou de "um novo
resgate" para Portugal. Para, horas depois, pôr o seu porta-voz a explicar
que, isso do resgate, seria só "se não cumprisse os seus
compromissos"... Quer dizer, aconteceu como se o treinador da seleção
alemã dissesse em conferência de imprensa : "O Cristiano Ronaldo pode ser
expulso por doping." Para, horas depois, explicar: "Expulso, claro,
se ele se dopar mesmo..." Enfim, Wolfgang Schäuble tem um comportamento
irresponsável de quem snifa. Mais uma vez prefiro Low, que o que cheira é lá
com ele. Falando de sanções, alguém - a União Europeia ou a UEFA, já que a
outra é ineficaz - que ponha mão no descarado se ele não reduzir o seu défice
de educação. Porém, se a final for Portugal-Alemanha podemos ficar descansados:
o treinador Low é um cavalheiro, onde põe a mão é lá com ele. Não é como o
amarguinho, que a põe nos nossos bolsos.
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