Durão
Barroso na Goldman Sachs não constitui novidade, afinal ele já pertence há
muito ao vasto sindicato global do crime. Se houve quem ficasse surpreso é por
ser ingénuo ou muito distraído. Todas estas movimentações dos Al Capones da
modernidade são pura lana caprina.
Que é uma máfia global em ação. Pois é. Está
mais que na cara. É mais que evidente. Chovem criticas à esquerda e o PR
Marcelo disse-se orgulhoso ou coisa de sentimento semelhante. Pois. O que é que
queriam que Marcelo dissesse? Queriam que ele dissesse que estamos subjugados
pela máfia global que tem sede nos EUA, sucursal na União Europeia e ramificações
por todo o mundo? Podia lá o PR dizer isso! Mas podemos nós, os plebeus.
É a
verdade. (PG)
"Vergonhoso".
O novo cargo de Barroso que só a Direita não comentou
Do
lado esquerdo da política não faltaram descrições para o novo cargo do antigo
governante português, tema sobre o qual a Direita ainda não se pronunciou.
Terminados
dois mandatos na presidência da Comissão Europeia, o futuro de Durão Barroso
conheceu ontem destino: será, a partir do próximo mês, presidente do Conselho
de Administração de um dos maiores e mais polémicos bancos de investimento do
mundo, a Goldman Sachs.
A
notícia caiu que nem uma ‘bomba’ e, como seria de esperar, as reações não
tardaram em surgir, mas apenas de um dos lados da política: a Esquerda. Do
Bloco choveram críticas, desde o Parlamento a Bruxelas - Pedro Filipe Soares e
Marisa Martins falaram em “falta de vergonha”, enquanto Catarina Martins disse
que assim se explicava, “num movimento, a natureza da governação europeia”.
José Soeiro, por seu lado, ironizou sobre o assunto e disse que o novo cargo de
Durão Barroso, além de “sabujo”, é uma “recompensa justa pelos serviços
prestados”.
Do
maior partido que constituiu o Governo, o Partido Socialista, também não
faltaram observações ao novo destino do antigo presidente da Comissão Europeia.
Isabel Moreira disse serem nomeações como esta que “matam a política” e que
“gera o desprezo cheio de generalizações injustas pelos políticos”. Carlos
César veio, mais tarde, atribuir as habituais culpas ao PSD e CDS e dizer ser
“extraordinário que aqueles que, simultaneamente, em nome de décimas do défice
fixaram um autêntico martírio aos portugueses sejam agora os responsáveis pela
possibilidade do nosso país vir a ser alvo de sanções".
Não
foi apenas do Parlamento que chegaram reações. Nomes que já fizeram parte da
política portuguesa e que entretanto a deixaram, como Francisco Louçã e Vital
Moreira, também não ficaram indiferentes ao novo cargo de Durão. O antigo líder
do Bloco classificou a nomeação como “uma machadada para a vida política de
Durão Barroso”, ao passo que o jurista que militou no PCP falou num desrespeito
pelos “limites políticos e morais”.
Dos
partidos mais à direita, nomeadamente PSD e CDS, não houve, para já, qualquer
comentário sobre o tema.
João
Oliveira – Notícias ao Minuto
Goldman
Sachs: "É uma machadada para a vida política de Durão Barroso"
Francisco
Louçã comentou a notícia do dia no seu espaço habitual de comentário na SIC
Notícias.
Foi
com “surpresa” que Francisco Louçã recebeu a notícia da nomeação de Durão
Barroso para a Goldman Sachs. Embora grande parte dos membros da Comissão de
Durão Barroso já estejam colocados em lugares de topo de empresas, o antigo
líder do Bloco “não podia antecipar que Durão Barroso fosse para um cargo tão
polémico”.
Louçã
recorda a importância de um dos maiores bancos de investimentos do mundo,
aquele que tem “mais peso político” e que é “certamente o mais polémico”, uma
vez que tem uma “estratégia à escala mundial” de contratar dirigentes políticos
importantes ou de empurrar alguns dos seus quadros para lugares de topo.
O
economista vê nesta contratação conflitos de natureza política. “Ele é
presidente da empresa e depois tem um biscate dentro da própria empresa sendo
consultor para o Brexit”, comenta o antigo líder do Bloco, sublinhando a
estranheza do caso.
“Quem
se dedica a uma responsabilidade política não deve utilizar o capital político
que teve, a confiança com governantes, o tratamento com governos e
instituições, para a utilizar depois para uma empresa que tem interesses
particulares”, considera Louçã. Essa vinculação, frisa ainda, entre o topo da
político e o topo do setor financeiro, “é perigosíssimo para a democracia”.
Francisco
Louçã acredita que esta nomeação corresponde à "machadada" final para
a vida política de Durão Barroso e “demonstra que a Comissão Europeia é muito
vulnerável a estes interesses que não são os interesses da Europa, são os
interesses da finança”.
Assim,
não vê qualquer possibilidade de Barroso regressar à esfera da política. “A
perceção pública de que a democracia fica contaminada por esse corrompimento e
por esta mistura de interesses é cada vez mais evidente e mais forte e ainda
bem que é”, constata Louçã.
Para
o comentador, o fato de haver uma relação “paredes meias entre a política e o
setor financeiro” revela que a finança tem um peso enorme na capacidade de
decisão política. “E isso a democracia não pode permitir”, finaliza.
Melissa
Lopes – Notícias ao Minuto
“Isto
gera o desprezo cheio de generalizações injustas pelos políticos"
Isabel
Moreira juntou-se ao coro de críticas da Esquerda em relação à nomeação de
Durão Barroso para a Goldmann Sachs.
Isabel
Moreira utilizou a sua página de Facebook para reagir à nomeação de Durão
Barroso para presidir ao conselho administrativo da Goldman Sachs.
Para
a deputada, a nomeação de Barroso “mata a política”. “Isto gera o desprezo
cheio de generalizações injustas pelos políticos . Isto dá vontade de não nos
atreveremos a pôr os pés na política. Isto”, escreveu a socialista.
Recorde-se
que assim se tornou do conhecimento público que Durão Barroso ia para a Goldman
Sachs (um banco de investimento), várias foram as críticas de deputados tanto
do PS (Tiago Barbosa Ribeiro), como do Bloco de Esquerda (Catarina Martins,
Marisa Matias, José Soeiro e Pedro Filipe Soares), assim como o PCP (Ângelo
Alves).
Melissa
Lopes – Notícias ao Minuto
Barroso
na Goldman Sachs atesta "falta de vergonha" da elite europeia
O
Bloco de Esquerda (BE) considerou hoje que a entrada de Durão Barroso na
Goldman Sachs atesta que "não há vergonha na elite europeia" e que a
"qualidade da democracia tem ainda muito caminho para fazer" no
espaço europeu.
"Termos
um ex-presidente da Comissão Europeia a assumir o lugar de 'chairman' [da
Goldman Sachs] significa, na prática, que não há vergonha na elite europeia da
qual Durão Barroso faz parte", defende Pedro Filipe Soares, líder
parlamentar do Bloco.
O
bloquista falava à agência Lusa depois de ser conhecido hoje que a Goldman
Sachs International (GSI) nomeou José Manuel Durão Barroso - antigo
primeiro-ministro de Portugal e antigo presidente da Comissão Europeia - para
seu presidente não executivo e consultor do banco de investimento.
"Que
a Goldman Sachs é um grupo económico com escolhas duvidosas, ninguém duvidava.
Que tem uma fama perto de miserável, ninguém duvida", prosseguiu Pedro
Filipe Soares, acrescentando que a entidade esteve no "furacão" da crise
financeira e económica de 2008.
A
chegada de Barroso à entidade representa "mais um dos casos, não o único e
infelizmente não o último" de "falta de vergonha de agentes privados
e públicos", critica ainda o líder parlamentar do BE.
"A
sua perspetiva, capacidade de avaliação e aconselhamento irão acrescentar muito
valor ao Conselho de Administração da Goldman Sachs International, à Goldman
Sachs, aos seus acionistas e trabalhadores", refere a instituição, com
sede em Nova Iorque, sobre o antigo presidente do executivo comunitário.
Durão
Barroso foi presidente da Comissão Europeia de 2004 a 2014 e primeiro-ministro
de Portugal de 2002 a 2004.
Foi
eleito pela primeira vez para o parlamento português em 1985, ocupando em
sucessivos governos os cargos de secretário de Estado da Administração Interna,
secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, e ministro dos
Negócios Estrangeiros.
Em
1999, foi eleito presidente do Partido Social Democrata e tornou-se líder da
oposição.
Antes
de iniciar a sua vida política, Durão Barroso assumiu várias posições
académicas, entre as quais como professor convidado da Georgetown University.
Mais
recentemente, sinaliza a nota da Goldman Sachs, foi professor convidado de
Política Económica Internacional na Universidade de Princeton.
É
atualmente também professor convidado na Universidade Católica, em Lisboa, na
Universidade de Genebra, e no Instituto de Altos Estudos Internacionais e do
Desenvolvimento na mesma cidade.
José
Manuel Durão Barroso foi reconhecido com vários graus honorários e recebeu mais
de 60 condecorações, prémios e distinções, incluindo a Grã-Cruz da Ordem
Militar de Cristo e o Grande Colar da Ordem do Infante Dom Henrique.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Durão
Barroso atingiu "o topo da vida empresarial"
O
Presidente da República considerou hoje que Durão Barroso atingiu "o topo
da vida empresarial" ao ser nomeado presidente não executivo da Goldman
Sachs International (GSI) e disse gostar "de ver portugueses reconhecidos
em lugar cimeiros".
Marcelo
Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no final da cerimónia de inauguração do
Auditório Machado Macedo, na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova
Lisboa.
"No
caso do doutor Durão Barroso, trata-se de atingir o topo da vida empresarial. E
o topo da vida empresarial tem muito mérito, como tem o atingir o topo na
ciência, na universidade, na cultura, nas artes. Portanto, deve ser
naturalmente reconhecido", declarou o chefe de Estado.
Questionado
sobre as críticas a esta nomeação do antigo primeiro-ministro e ex-presidente
da Comissão Europeia para um cargo num dos maiores grupos financeiros mundiais,
Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Isso já não compete ao Presidente da
República avaliar."
"O
Presidente da República gosta de ver portugueses reconhecidos em lugares
cimeiros dos vários domínios da atividade profissional, cívica, cultural. E
temos de admitir que é um lugar de topo na vida empresarial mundial. Não tenho
mais nada a comentar", acrescentou.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário