segunda-feira, 6 de junho de 2016

TRÊS EXEMPLOS DA PLURIDIMENSIONALIDADE AFRICANA



Rui Peralta, Luanda 

Enquanto o presidente ugandês Museveni (no Poder já lá vão 30 anos) celebrava mais uma vitória eleitoral, no passado mês de Fevereiro, numa aldeia situada na zona fronteiriça com o Quénia, uma pequena comunidade judaica – os Abayudaya - comemorava a eleição, para o Parlamento, do seu primeiro deputado no Uganda. Rabin Gershom Sizomu tornou-se o primeiro deputado proveniente das comunidades judaicas ugandesas. Sizomu é o único deputado judaico no parlamento ugandês, composto por 380 deputados.

Abayudaya significa “Povo de Judá” na língua luganda e é uma pequena comunidade composta por 2 mil membros, no distrito eleitoral do Norte de Bungokho, o que representa 0,006% da população da região, predominantemente cristã. O Islão representa 3% da população do distrito e Sizomu foi eleito com 29% dos votos da região, contando com a confiança de muitos cristãos e islâmicos. Com esta eleição para o parlamento a comunidade Abayudaya espera obter o reconhecimento dos feriados hebraicos, para que a comunidade possa observar as suas tradições, além de obter fundos para a educação, locais de culto e para melhoramentos dos serviços sociais na região norte do Bungokho.

Abayudaya não é a primeira comunidade judaica nesta região (as primeiras estabelecem-se em 1903, provenientes da Europa), mas é a primeira comunidade de judeus ugandeses, criada em 1919 por Semei Kakungulu, um guerreiro Baganda. A entrada do judaísmo em África é muito anterior á colonização (o mesmo se pode dizer do cristianismo e do Islão). Das três religiões do Livro, o judaísmo foi o primeiro a entrar no continente (aproximadamente á 3 mil anos atrás), através do Egipto, estendendo-se pelo Magrebe e pelo Sudão e Etiópia. Existem comunidades tribais judaicas africanas como os lembas, no Zimbabwe e na África do Sul, os igbos na Nigéria, os ybir, na Somália, além de outras tribos no Senegal, Camarões, Costa do Marfim, Quénia e RDC.

Contrastando com esta situação de tolerância vivida no Uganda, no Malawi os feiticeiros e curandeiros foram proibidos de exercer as suas funções, devido às perseguições e assassinatos de albinos. Estes são alvo de perseguições no Malawi devido às crenças tradicionais que utilizam órgãos do corpo dos albinos nos rituais e na medicina tradicional. Desde 2014 a Policia registou, no Malawi, 65 casos de ataques a albinos e este ano a ONU informou que a população albina no país estava em risco de extinção.

Cerca de 10 mil albinos vivem no país, segundo a ONU, mas o Malawi não é o único país africano onde existem perseguições aos albinos. Na Tanzânia a Policia local registou 75 assassinatos desde 2000 e no Burundi também já foram reportados dezenas de casos. A situação no Malawi é ainda agravada pela escassez alimentar, provocada pela seca. Em Abril foi decretado o estado de desastre nacional e estima-se que cerca de 3 milhões (um quinto da população) de habitantes passam fome.

Escassez de problemas é algo que não falta no Sul do Sudão, onde a guerra civil e a escassez alimentar são uma constante. No entanto, estes são apenas a face visível do icebergue. Um dos problemas que afecta esta jovem nação africana é a taxa de mortalidade maternal. Segundo o Banco Mundial 789 mães sul-sudanesas morrem em cada 100 mil partos, o que deixa o Sudão do Sul na quarta posição do ranking africano de morte materna durante o parto na quarta posição. No entanto alguns estudos apontam para um número muito superior, cerca de 2000 mortes por 100 mil partos, o que deixa o país como o mais mortal para as jovens mães.

As razões por detrás deste fenómeno são diversas. Hemorragia, infecções e outros sintomas deparam-se com a falta de pessoal médico, de infra-estruturas hospitalares, infra-estruturas rodoviárias, falta de transporte, etc. As mulheres não têm acesso aos cuidados médicos e são forçadas a viajar centenas de quilómetros para o conseguirem. No Sudão do Sul existe 1 médico para cada 66 mil pacientes e apenas 1 parteira licenciada para 39 mil mulheres (para termos uma ideia basta referir que na Inglaterra a razão é de 1 parteira para duas mil e 400 mulheres). O único hospital de referência no país é na capital, em Juba, com imensas lacunas no pessoal médico e auxiliar. O hospital fica semanas sem energia, os bancos de sangue não são utilizados (devido á falta de energia) e os casos de anemia são quase sempre casos de morte.

O Sudão do Sul obteve a sua independência em 2011, mas o território sofreu décadas de instabilidade antes da independência, situação agravada com a guerra civil e a instabilidade politica no período pós-independência. Mais de metade das infra-estruturas de saúde foram destruídas, assim como as infra-estruturas básicas. Por sua vez 4/5 dos partos não são efectuados por médicos ou por parteiras e 84% das mulheres são analfabetas. O rapto de mulheres e a violência sexual, assim como a violência doméstica são uma constante no país. As milícias em luta raptam mulheres e as forças governamentais têm como prática comum o rapto de mulheres sempre que os salários dos soldados e oficiais estão em atraso.

Estes três exemplos relevam diferentes facetas da pluridimensionalidade africana. O exemplo de tolerância (e de conquista democrática) no Uganda contrasta com o exemplo de intolerância no Malawi. Quanto ao Sul do Sudão revela as consequências da ingerência externa e da ausência de processos integradores e democráticos. Por detrás destes três exemplos paira a sombra da periferia para a qual África foi atirada.

A LÍBIA, OS GOVERNOS E AS ARMAS ASSINALADAS NO MÊS DE ÁFRICA…




Este é o mês, esta é a semana que estamos a recordar e celebrar o Dia de África, o dia da União dos africanos em torno da sempre falada, solenizada mas sempre adiada unidade e solidariedade entre os Povos do nosso Continente.

Se houvesse não haveria disputas territoriais e fronteiriças entre alguns estados, não veríamos países a despejarem refugiados sob a desculpa – ainda que aceitável e possível – de no seu seio haver extremistas radicais, quando na realidade os estados já não conseguem suportar os elevados custos de manutenção do campos de refugiados e o apoio internacional escasseia, nem veríamos, muito menos, o que se passa na Líbia!

E é sobre este país que me desejo concentrar.
Recordemos, sem necessidade de aqui o voltar a escrever, como a Líbia se tornou num Estado falhado, desgovernado, e, acima de tudo, quase que totalmente despedaçado e quase pulverizado.

Escrevia-se e sublinhava-se que com o desaparecimento do ditador Kadhafi o país entraria numa nova linha histórica de desenvolvimento político, social e económico. Quem provocou a queda do regime de Kadhafi afirmava que o apoio futuro traria ao país um novo paradigma. A realidade mostrou o contrário.

Entretanto como que querendo disfarçar os problemas internos que grassavam após o fim da intervenção armada internacional foi instituído um suposto governo de unidade nacional em torno de um auto-denominado Conselho Nacional de Transição (CNT) cuja função seria preparar e levar a efeito eleições nacionais para o Congresso Geral Nacional, entretanto realizadas em 7 de Julho de 2012; após estas o CNT entregou o poder à assembleia recém-eleita em que teria a responsabilidade de formar uma assembleia constituinte a fim de redigir uma constituição permanente para o País, que depois seria submetida a umreferendo.

Só que a realidade acabou bem diferente.

Prevaleceu a divisão do país por diversos grupos armados e liderados por clãs que só se interessavam por dominar as suas regiões de influência, algumas bem ricas, nomeadamente, em hidrocarbonetos.

O problema é que a maioria dessas regiões são no interior profundo do enorme Estado e sem acessos livres aos portos e ao escoamento dos seus produtos. Isso, naturalmente gera desaguisados que depressa se tornam em conflitos armados de ferocidade inqualificável. A ONU só viu uma solução, no imediato: decretar embargo de vendas de armas aos litigantes.

O país ficou – na realidade, está – dividido em cinco grandes regiões governativas político-militares:

·          Há um governo internacionalmente reconhecido do Conselho dos Deputados eleito em 2014, também conhecido como o “governo de Tobruk” e internacionalmente conhecido como o “governo líbio”. Este governo tinha a lealdade do insipiente exército líbio sob as ordens do general Khalifa Haftar e tem sido apoiado contra os clãs autónomos, por ataques aéreos do Egipto e dos Emirados Árabes Unidos;

·          Um governo islamita rival, o do Novo Congresso Geral Nacional (NCGN), com sede na capital Trípoli, liderado pela Irmandade Muçulmana, apoiada por uma coligação islâmica mais ampla conhecida como “Amanhecer Líbio” e auxiliado por Qatar, Sudão e Turquia;

·          O Conselho da Shura de Revolucionários de Benghazi, liderados pelo grupo islamita radical Ansar al-Sharia;

·          Uma região dominada pelos tuaregues;

·          E, finalmente, uma região dominada pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante da Líbia (EIIL, Estado islâmico, ISIS ou Daesh).

Todavia, em Dezembro de 2015, depois da assinatura do “Acordo Político Líbio” (APL), foi instituído o Governo do Acordo Nacional ou Governo de União Nacional (GNA), como governo provisório, juntamente com a formação Conselho Presidencial para a Líbia Estes dois organismos foram, de pronto, reconhecidos pelas Nações Unidas e pelos cinco países com assento permanente no Conselho de Segurança.

Só que a Câmara de Representantes (ou Conselho de Deputados (CD), na maioria de vocação neo-liberal, sendo o seu líder apresentado, também, como Chefe de Estado) que tinha dado o seu apoio APL, recusou dar voto de confiança às duas tentativas de Governos advidos do GNA.

Após a segunda recusa o Governo foi formalmente empossado só com o apoio dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Itália e, mais tarde, da Rússia e China.

Só que a realidade continua a mostrar-nos que não basta haver apoios externos se, internamente, a desconfiança e a recusa prevalecem e, mais grave ainda, podem fazer recrudescer velhos fantasmas clânicos armados. E isto está a contecer com o Daesh a tirar dividendos.

Face a esta situação e pelo facto do Daesh parecer estar a avançar com alguma facilidade na Líbia, o GNA solicitou à ONU que fosse levantado o embargo de armas, decretado na sequência da crise após queda de Kadhafi e apoio dos Estados que o subscrevem.

Afirma o GNA, que continua a não ser aceite pela Câmara de Representantes, que a haver este apoio internacional ele será fundamental para a criação e sustentação de um forte exército líbio quer para a preservação da sua integridade territorial quer para fazer face aos avanços do Daesh.

Face a este pedido um grupo de vinte países, onde se incluem os EUA, a China, a Rússia o Reino Unido e a França decidiram apoiar esta pretensão do GNA invocando o  perigo da expansão do “Estado Islâmico” (Daesh) na região e ao facto desta expansão não só colocar em causa o delicado equilibro político, social e militar no Magreb como poder provocar um novo fluxo de migrantes irregulares (ditos imigrantes ilegais) para a Europa via Itália, como já tinha ocorrido antes da crise síria e do fluxo de migrantes que a mesma provocou, via Grécia.

Naturalmente não está em causa o combate ao extremismo do Daesh, nem muito menos, tentar estabilizar um País que já não é!

 O que está em causa aqui é a ida de armas para uma região fortemente instável, com mais de um Governo – o GNA, o de Tobruk (ou CD) e o NCGN – e com a inexistência de um verdadeiro exército nacional.

Recordemos o que deu o envio de armas aos rebeldes sírios que procuravam derrubar o regime de al-Assad. Como, recentemente, os serviços de inteligência norte-americanos reconheceram, não sabem por onde elas andam. E algumas foram capturadas das mãos de milicianos do Daesh!

E é isto que poderá vir a acontecer na Líbia. E aí, definitivamente, o delicado equilíbrio político, social e militar na região poderá ser posto em causa.

E, não esquecer, que a ocorrer esta previsível instabilidade político-militar até ao Atlântico, muito rapidamente poderá saltar as margens das “Colunas de Hércules” e desestabilizar a al-Andaluz.

E, depois, o que será o resto da Europa onde já se sentem alguns perigosos efeitos com a ascensão quase meteórica dos nacionalismos radicais de extrema-direita devidos, é uma das desculpas, ao fluxo migratório de muçulmanos para o “Velho Continente”?

Os Velhos Aliados, independentemente das suas convicções políticas, continuam a não compreender que África não é a Europa, a Ásia ou as Américas e que certos ritos clânicos nunca desapareceram.

Continuam a esquecer a História.

Bastava aos EUA – principalmente – recordar o que se passou na Somália e como persiste o problema ao fim de vários decénios; à Rússia que, por certo, não esqueceu o Afeganistão; à França que ainda se deve recordar como não conseguiu fazer prevalecer a sua força no Chade e, de certa forma, porque persiste, no norte do Mali; ou à China, com os problemas internos como é o Tibete, para ponderarem bem se vale a pena armar um Governo não aceite internamente ou, em último caso, colocar a Líbia sob mandato da ONU e esta tentar sem pressões externas, agrupar os clãs líbios em torno da defesa territorial do seu País, formarem um exército forte e uno e depois armá-lo?

Há que estudar a História, porque esta muitas vezes repete-se, como recordava, e bem, Henry Kissinger!

24 maio 2016 

©Artigo de Opinião publicado no semanário angolano Novo Jornal, ed. 434 de 3-Junho-2016, secção “1º Caderno”, página 19.

*Eugénio Costa Almeida – Pululu - Página de um lusofónico angolano-português, licenciado e mestre em Relações Internacionais e Doutorado em Ciências Sociais - ramo Relações Internacionais -; nele poderão aceder a ensaios académicos e artigos de opinião, relacionados com a actividade académica, social e associativa.

Angola. UM EXEMPLO A SEGUIR



Victor Carvalho – Jornal de Angola, opinião

Num período de apertadas disputas verbais entre diferentes protagonistas da política nacional, que se confundem muitas das vezes com acções de mera propaganda partidária que retira alguma lucidez a quem tem a responsabilidade de expor claramente o que pensa poder ser o futuro do país.

É gratificante ver um líder partidário da oposição usar um discurso positivo para passar a sua mensagem, sem perder de vista a defesa dos seus interesses enquanto responsável por uma das formações que ajudou a fazer a verdadeira história de Angola.

Numa entrevista concedida a este jornal, Lucas Ngonda, líder da FNLA, não hesitou em reflectir nas suas declarações aquilo que ele pensa dever ser o posicionamento estratégico de todos os angolanos, apontando a união como uma das melhores formas para tirar o país da crise económica em que actualmente se encontra.

Lucas Ngonda, um intelectual e professor universitário que vê a política como um meio de servir o país que ama, liderando a FNLA com a fina subtileza que aprendeu nas diferentes missões católicas por onde passou, encara a actual realidade de Angola com uma clarividência que o dignifica e que o leva a assumir com frontalidade posições políticas cimentadas na ideia positiva de que só a união poderá dar a força necessária para colocarmos de lado os escolhos de que alguns se servem  para alimentar as suas ambições.


Enquanto outros partidos e outras personalidades tentam aproveitar a todo o custo a presença em Angola de numerosos jornalistas estrangeiros para a cobertura das celebrações alusivas ao Dia Mundial do Ambiente, recorrendo à já estafada estratégia de criar diversos factos políticos para terem o seu minuto de fama, Lucas Ngonda aproveitou a oportunidade da entrevista para passar uma mensagem que revela o seu grande amor a Angola e, também, as ideias que tem e com as quais se apresentará no próximo ano perante os eleitores. O exemplo agora dado por Lucas Ngonda um contraste com os que aproveitam todos as ocasiões para dar de Angola uma imagem diferente do que ela na realidade é, reflecte aquilo que separa os que têm ideias e projectos e não temem em os expor, daqueles que fazem da mentira e do oportunismo a sua forma de estar na política pensando que dessa forma poderão algum dia chegar a um patamar acima daquele onde agora estão.

Não se pense que Lucas Ngonda é um político acomodado à sua condição de deputado e de líder partidário e que, por via disso, se apresenta submisso perante a opinião pública e vergado a uma qualquer aliança com o partido maioritário que neste momento governa o país.

Ao longo da entrevista, o presidente da FNLA não hesitou em criticar o Governo e a forma como este lida com o Parlamento, nem mesmo com a displicência quanto ao modo como foi encarado o período que marcou a projecção no país dos efeitos iniciais da crise económica que se abateu em todo o mundo.

Mas essas críticas foram feitas com elegância e acompanhadas das respectivas propostas de alternativa que se exigem a um político que faça da seriedade a sua forma de tentar ganhar votos.

Esta lufada de ar fresco dada por um dos políticos mais veteranos da cena nacional, deveria servir de exemplo a ser seguido por muitos dos que se aproveitam das fraquezas nacionais, resultantes de uma conjuntura extremamente complicada, para se colocarem em bicos de pés e tentar chegar a um patamar que lhes permita atacar e minimizar todos os esforços que os angolanos estão a fazer para darem o seu contributo ao trabalho que visa um futuro melhor.

Noutros países, mesmo nalguns que certos partidos gostam de invocar como exemplos de democracia, como é o caso dos Estados Unidos e a Europa, é habitual a existência de pactos entre as diferentes forças sociais e partidárias sempre que estão em causa os interesses nacionais, sejam eles derivados de factos políticos de crises financeiras ou de ameaças à sua segurança. Nesses casos, a palavra “união”, agora usada por Lucas Ngonda para apontar o caminho para um fim mais rápido da crise, ganha uma dimensão verdadeiramente nacional ficando para trás divergências que possam colocar em causa os interesses dos seus países.

Não sendo propriamente um “pacto de regime”, esta união de esforços para defender os interesses nacionais é aquilo que, afinal de contas, Lucas Ngonda propõe para uma fase transitória da vida nacional que tornaria menos penosos os esforços que os angolanos estão a fazer para vencer a crise.

Muitos, certamente, vão querer ver nesta entrevista do líder da FNLA uma espécie de “declaração de amor” ao MPLA. São os mesmos que, demonstrando a sua pouca imaginação, teimam na velha estratégia de semear ventos correndo, por isso, sérios riscos de poderem colher tempestades.

Na política, não só em Angola como também um pouco por todo o mundo, os bons exemplos são mais difíceis de seguir do que os tiques de oportunismo demonstrados frequentemente por personalidades que, infelizmente, teimam em estar no lado errado da história.Neste caso, de uma história que está a desenrolar-se perante as atenções de todos os angolanos e mesmo aqueles que agora ainda se deixam enganar por determinadas artimanhas, um dia despertarão para a triste realidade com a qual se traçou a linha que separa os que amam verdadeiramente Angola daqueles que usam o seu nome apenas para atingir os seus objectivos políticos.

A um ano de mais uma ida às urnas para dar seguimento ao cumprimento do calendário eleitoral, que alguns ainda tentam colocar em dúvida, seria bom sublinhar a responsabilidade social que os diferentes partidos políticos têm para com o seu eleitorado sendo os seus exemplos práticos uma excelente maneira de aquilatar da sua preparação para fazer frente aos desafios que se avizinham.Nisso, Lucas Ngonda deixou transparecer estar um passo à frente daqueles que ainda recorrem à trapaça para se tentarem afirmar.

Angola. MPLA TEM DONO



Raul Dinis, opinião

DONO DO "M" FEZ DA FILHA BELITA DOS OVOS, A  ACIONISTA MAIS IMPORTANTE DO MPLA!

José Eduardo dos santos comprou o MPLA por um milhão de dinheiro nenhum, porém, JES entenderá a duras penas que os angolanos apesar de surripiados  pela cambada de abutres gananciosos da sua família, não são compráveis por não fazerem parte do espolio do MPLA por ele comprado.

ERA UMA VEZ UMA FAMÍLIA DE GATUNOS QUE CONSTITUIU UMA CLEPTOCRACIA  AUTOCRÁTICA EM ANGOLA.

O presidente José Eduardo dos Santos atingiu o ápice da insanidade mental inaceitável.  Definitivamente percebe-se hoje a inexistência de razoabilidade conduta democrática no sistema politico por ele implantado que mais se parece com uma idiocracia. Resumindo, A irresponsabilidade negligente tomou conta da inteligência coletiva da direção do partido da situação.  Não é difícil entender a indisponibilidade da direção do MPLA de frenar o despotismo do seu autoritário presidente. O receio de perder benesses e demais regalias, faz  transbordar o medo no interior do partido que sustenta o regime, que por sua vez anulou o discernimento coletivo da direção do MPLA, levando-o a atingir níveis de impopularidade maximizada.

A GANANCIA E A ARROGÂNCIA DE JES DEU LUGAR A UM ESTADO GRAVOSO DE IMATURIDADE POLÍTICA PERIGOSA.

A ignorância cega de JES é comprovadamente irreversível, hoje mais duque nunca fica comprovada essa tese. O analfabetismo politico e a falta de estratégia e de confiança nos seus membros levou JES a nomeação sua filha como PCA da Sonangol sem nenhuma oposição no interior do seu partido. Essa atitude resultou como uma estrondosa machadada desferida contra a liderança do seu partido que atravessa hoje uma flagrante crise de identidade politica.

A NOMEAÇÃO DA ISABELINHA DOS OVOS SITIOU O PAÍS DE SI JÁ DEMASIADO OPRIMIDO. JES COMPROU UMA BRIGA DESNECESSÁRIA QUE PODERÁ COMPROMETER EM DEFINITIVO A SUA SONHADA SUCESSÃO SANGUE PURO.

Com a sua atitude JES não feriu somente a consciência do cidadão da Angola profunda, mas também atingiu a consciência da atenta sociedade inteligente ativa.  É sabido que ao longo de 40 anos de independia em 11 de Novembro de 1975, o regime provocou a abertura de feridas muito profundas em quase todo país que ainda não estão cauterizadas além do país estar a viver uma hecatombe cataclísmica que vem provocando uma cíclica erosão sem precedentes no relacionamento entre governantes e governados.

NÃO VAMOS JAMAIS ESQUECER A DOR QUE JES NOS TEM CAUSADO AO LONGO DO SEU DESASTRADO CONSOLADO DE TRINTA E SETE ANOS.

Uma direção partidária que age oprimida compromete a sua independência decisória por não possuir um pensamento independente. A direção do MPLA age coletivamente submissa a vontade do seu chefe, ela tem demonstrado total apatia ao sofrimento do povo que dizem representar. Nunca se viu um partido que teme não satisfazer o seu chefe. A caraterística dessa obediência canina em relação à JES transparece estarem dopados. O culto de personalidade exigida faz o MPLA uma organização criminosa do qual os discípulos vivem temerosos, sobretudo receosos em contrariar a vontade do chefe, que exige deles uma lancinante obediência alucinante. Essa foi a principal razão que levou JES a nomear sua filha para PCA da Sonangol sem oposição. Porem essa nomeação representa um enorme retrocesso  e  serve objetivos estranhos que fogem a compreensão do povo. Pior que tudo é que gesto da nomeação da Belita dos ovos atropelou a constituição dividiu significativamente a sociedade, em suma, a nomeação da Isabelinha dos ovos foi um tremendo erro de calculo de JES.
______________

JÁ VIVENCIAMOS EM ANGOLA TODO TIPO DE ABUSOS DA PARTE DE DOS SANTOS, MAS NADA FOI TÃO PROFUNDO COMO ESSA ABUSIVA NOMEAÇÃO DA FILHA PARA PCA DA SONANGOL.

Hoje o estado de saúde mental dos angolanos se parece com uma receita de desastre atómico, motivado pelo sentimento de indignação frustrante provocado pela sacralização do estado de sitio imposto pelo ditador. Nunca os angolanos sonharam assistir tais abusos atentatórios contra a moral pública, sobretudo vindo da parte de quem deveria em absoluto zelar pela legalidade das instituições do estado.

CHEGOU A HORA DE LUTARMOS UNIDOS PARA ESTABELECER-SE NO PAÍS O RESPEITO E A LEGALIDADE DEMOCRÁTICA NAS INSTITUIÇÕES DO ESTADO LIVRE DE DIREITO QUE SE PRETENDE.

Todo angolano espera encontrar no presidente da UNITA Isaías Samakuva receptividade e apoiar participar de um renovado estilo de luta adequado ao momento critico que se vivencia em Angola. Por outro lado a UNITA devera aproveitar e renovar-se nesse processo de luta politica para sair do recalcado estado de ostracismo cobarde em que se remeteu voluntariamente. A UNITA não necessita de um estagio de redenção, ela necessita somente  tomar decisões assertivas e humildemente como no passado colocar-se a disposição dos pobres e de lutar lado a lado com o povo na rua caso deseje restaurar a admiração e o respeito do povo.

QUANTO A CASA-CE, QUE APRENDA COM O SEU MILITANTE, O NACIONALISTA SUPRAPARTIDÁRIO WILLIAM TONET QUE ACABA DE CONVENCER-SE QUE SE FAZ NECESSÁRIO INOVAR PARA AGIR DIFERENTE MANIFESTANDO-NOS NAS RUAS DE ANGOLA.

A CASA-CE de Abel Chivukuvuku deve refletir sobre o sucedido com a nomeação da Isabelinha dos ovos, e com elegância manifestar-se agindo afrontosamente contra a nomeação da PCA ladra Isabel dos Santos conforme disse publicamente o nacionalista suprapartidário William Tonet membro dessa coligação politica, que se faz necessário e urgente sair maciçamente em manifestações de rua.

Espero sinceramente uma atitude de intervenção pragmática da parte da CASA-CE e em especial  dos meus amigos Abel Chivukuvuku, William Tonet e o Miau para diluir o estado de inação sistêmico  face da gravidade da situação politica critica que vivemos, e que nos obriga a passar por momentos horripilantes.

NÃO TEMOS QUE SENTIR MEDO DE MORRER.

Permito-me não somente criticar indelével o líder da CASA-CE, mas, igualmente lembra-lo que  juntos passamos por momentos piores que a morte. Igualmente lembro ao Almirante meu camarada Miau, que juntos desbravamos o país de Cabinda ao Cunene e do mar ao Leste em busca da liberdade para o nosso povo, por isso não poderia entender que razões de cobardia e medo da morte sejam razões objetivas levam a CASA-CE  refugiar-se por detrás de um falso elã chamado de assembleia nacional!

NÃO NOS PODEMOS ACOMODAR NEM AGIR ENCAPOTADOS EM PRETENSIOSOS DISCURSOS ALIENADOS.

Aludo aos dirigentes políticos democratas que sempre estiveram e estão disponíveis para apoiar a luta do povo contra a tirania do Bloco Democrático que jamais se abstiveram de permanecer na luta aberta ao lado do povo, permitam-me camaradas Marcolino Moco,  Vicente Pinto de Andrade dentre outros militantes do ‘M” afastados, por nunca terem desistido em usarem as vossas esplendidas sapiências ao serviço do povo.  

ENQUANTO O PRESIDENTE DA REPÚBLICA CONTINUAR A MANIPULAR TUDO E TODOS E MANTER SOB SUA TUTELA O SEQUESTRO DA REPÚBLICA NÃO HAVERÁ PAZ.

Não existe em Angola harmonia entre os três puderes e a sociedade, tudo em Angola é manipulado pelo gangster maior da republica JES. As instituições do poder concentrado na pessoa de José Eduardo dos Santos são disfuncionais e hiper controlado a partir da cidade alta. O MPLA nacionalista morreu ou no mínimo está moribundo e/ou desgastado. É verdadeiro a atual informação que no partido reina o sentimento que o partido MPLA tem dono, e o dono mora na cidade alta.  O estranho mesmo é inexistir alguém que possa parar José Eduardo dos Santos de continuar a mutilar o país e a dividir as suas gentes.

JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS ASSASSINOU A CONSTITUIÇÃO MATOU A LEI E ESCANCAROU AS INSTITUIÇÕES DO ESTADO. HOJE JES CONFUNDE O QUE É SEU COM O QUE PERTENCE AO ESTADO.

Um partido com a grandeza do MPLA não experientes e corajosos conselheiros nem mesmo  alguém que dê um basta  ao desmandos do seu presidente que causam tanto desgaste a  imagem do partido junto da sociedade cível e não só! JES mostrou o seu poder e nomeou mais uma filha, porém dentro do aparelho do MPLA ninguém se opôs a ideia da nomeação abusiva.  A atitude da direção do MPLA em remeter-se a um silêncio anacrônico face á nomeação abusivamente atentatória aos princípios democráticos ajudou a sociedade inteligente ativa unir-se, este modo, estão reunidos os ingredientes necessários para uma justificada revolta da proporcional da sociedade angolana, por ela sentir-se agredida na sua essência.

INFELIZMENTE PARA O MPLA AS SURPRESAS DESESPERANTES NÃO ACABAM AQUI.

Aguarda-se a entronização de Isabel dos Santos como candidata do MPLA ao cargo de vice-presidente da república em 2017. Essa indicação será exposta no congresso. Para completar a peça, espera-se o silencio absoluto na cúpula do MPLA e igualmente no interior do regime. Não há páreo no MPLA nem no interior do regime para parar José Eduardo dos Santos que impeça JES de por em pratica o plano inicial da sua sucessão.  O único adversário capaz de anular JES no interior do MPLA é o próprio JES.

NO INTERIOR DO MPLA E DO REGIME NINGUÉM PÔDE INVIABILIZAR A NOMEAÇÃO DA ISABELINHA DOS OVOS.

Essa invulgar nomeação da Isabelinha dos ovos para PCA da Sonangol não é nem de perto nem de longe o epílogo do script escrito por José Eduardo dos Santos, o que aconteceu foi apenas o primeiro ato da grotesca encenação da opereta que começou a ser mostrada ao publico apático. Então camaradas até o próximo capitulo no congresso do partido MPLA.

Angola. UNITA quer levar ao parlamento nomeação de Isabel dos Santos para a Sonangol



A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição angolana, anunciou hoje que vai levar ao Parlamento a discussão sobre a nomeação de Isabel dos Santos à liderança da petrolífera estatal Sonangol.

A posição foi manifestada pelo vice-presidente do partido, Raul Danda, em conferência de imprensa, na qual a UNITA condena a nomeação pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, da sua filha para presidente do conselho de administração e administradora não executiva da Sonangol.

Segundo Raul Danda, a UNITA considera a indicação de Isabel dos Santos "um ato indecoroso e antipatriótico do Presidente da República".

Nesta intervenção, que decorreu praticamente à mesma hora em que a empresária angolana tomava posse, num outro local de Luanda, o dirigente da UNITA apelou aos angolanos para não aceitarem que "a sua República seja tratada com toda essa leviandade de alguém que confunde o país com a sua quinta pessoal".

"Assim, a UNITA expressa a sua máxima repulsa e condena, nos termos mais veementes, tal nomeação e exorta o Presidente da República a revogar essa decisão por ela constituir uma flagrante violação à Lei e à ética, para além de ser lesiva aos altos interesses da nação", referiu Raul Danda.

Para a UNITA, é difícil aos angolanos entenderem que "sendo mais de 24 milhões, o Presidente da República tenha repetidamente distribuído empreitadas milionárias a Isabel dos Santos, num país onde a grande maioria dos angolanos, que deveria ser igualmente protegida pela Constituição para também usufruir das mesmas oportunidades e riquezas do país, vive num estado de pobreza extrema".

Aquela força política sublinha que a indicação de Isabel dos Santos vem confirmar "a prática de nepotismo por parte do Presidente Eduardo dos Santos", que em 2012 nomeou para presidente do Fundo Soberano de Angola outro filho seu, José Filomeno dos Santos.

"O que coloca agora dois instrumentos poderosos da máquina financeira do país nas mãos dos seus rebentos", reforçou Raul Danda.

O chefe de Estado angolano nomeou na sexta-feira, a empresária Isabel dos Santos, para as funções de presidente do conselho de administração e administradora não executiva da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol).

A administração liderada desde 2012 por Francisco de Lemos José Maria (presidente do conselho de administração) foi também na sexta-feira exonerada de funções, passando a empresa a ser responsável apenas pela "gestão e monitorização dos contratos petrolíferos".

A designação de Isabel dos Santos surge no âmbito da reestruturação da empresa estatal e do setor petrolífero angolano, processo em que já tinha participado, conforme confirmou a 22 de janeiro, em comunicado, o comité que tratou o processo, alegando a sua experiência de 15 anos como empresária.

NME//APN - Lusa

ISABEL DOS SANTOS RENUNCIA ÀS ADMINISTRAÇÕES DA NOS, BIC E EFACEC



Isabel dos Santos, que assumiu hoje a presidência do Conselho de Administração da Sonangol, renunciou aos conselhos de administração da NOS, do banco BIC e da Efacec, com efeitos no final de julho ou logo que os seus sucessores forem escolhidos.

Em comunicado hoje emitido, os representantes oficiais de Isabel dos Santos em Portugal indicam que a própria "comunicou nesta data aos presidentes dos Conselhos de Administração da NOS, SGPS, SA, do Banco BIC Português, SA, e da Efacec Power Solutions, SA, a sua renúncia ao cargo de membro dos Conselhos de Administração dessas sociedades".

A decisão terá efeitos "no final do mês de julho ou, se anterior, na data em que sejam designados ou eleitos os seus substitutos".

O comunicado refere ainda que "a renúncia imediata aos cargos de administradora das sociedades que conduzem os seus principais investimentos em Portugal resulta apenas da nomeação como presidente do Conselho de Administração da Sonangol", acrescentando que "visa, por um lado, evitar problemas de conflito de interesse e, por outro, reforçar as garantias de transparência no desempenho das novas funções".

Na sexta-feira, o banco de investimento Haitong tinha já dito que seria "pouco provável" que os reguladores venham a permitir o envolvimento de Isabel dos Santos na Sonangol e na Santoro, que detêm participações qualificadas em dois bancos em Portugal.

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, nomeou na quinta-feira a empresária Isabel dos Santos, sua filha, para as funções de presidente do Conselho de Administração da petrolífera estatal Sonangol.

Numa nota enviada à agência Lusa, os analistas do banco de investimento Haitong consideram que "é pouco provável que os reguladores permitam que Isabel dos Santos possa estar envolvida em duas companhias, a Sonangol e a Santoro, com participações qualificadas em dois bancos diferentes em Portugal", o BPI e o BCP.

Nesse sentido, o Haitong questionava se esta nomeação "pode indicar que Isabel dos Santos está a considerar vender a sua participação no BPI", banco sobre o qual o espanhol CaixaBank anunciou já a intenção de lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA), ou "potencialmente reinvestir no BCP".

Salientando que não têm informação sobre estes assuntos, os analistas afirmam que, caso Isabel dos Santos decida reinvestir no BCP, pode fazê-lo através da compra de ações do banco no mercado ou reforçar a participação que a Sonagol detém. A petrolífera angolana é a maior acionista do banco português, detendo no final do ano passado 17,8% do seu capital.

No sábado, um grupo de 12 juristas angolanos anunciou que vai avançar na quinta-feira com uma providência cautelar, entregue no Tribunal Supremo, para suspender a nomeação da empresária Isabel dos Santos para presidente do conselho de administração da petrolífera estatal Sonangol.

A decisão foi tomada após uma reunião destes juristas, em Luanda, alegando o advogado David Mendes, porta-voz deste grupo, que, ao nomear a filha para aquelas funções, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, "violou" a Lei da Probidade Pública (sobre o exercício de funções públicas), de 2010, pelo que será feita igualmente uma queixa ao procurador-geral da República.

Hoje, a empresária tomou posse como presidente do Conselho de Administração da petrolífera Sonangol, numa cerimónia que aconteceu cerca das 16:50, em Luanda, na sede da Sonangol, na presença dos ministros dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, e das Finanças, Armando Manuel, entre outros membros do Governo.

A empresária jurou defender a Constituição angolana, conforme previsto no ato de tomada de posse.

Como presidente da comissão executiva - novo órgão entretanto criado pelo Governo angolano para a petrolífera estatal -, e administrador executivo, tomou hoje posse Paulino Fernando de Carvalho Jerónimo, que transita do conselho de administração anterior.

A nova equipa da Sonangol é composta ainda pelos administradores executivos César Paxi Manuel João Pedro, Eunice Paula Figueiredo Carvalho, Edson de Brito Rodrigues dos Santos, Manuel Luís Carvalho de Lemos, João Pedro de Freitas Saraiva dos Santos e Jorge de Abreu.

ND (SP/PVJ) // ATR - Lusa

DOS SANTOS CONSOLIDA CADA VEZ MAIS O SEU PROCESSO DE IDIOTIZAR OS ANGOLANOS



Fernando Vumby, opinião

Início este texto com as palavras emprestadas pelo conceituado e admirado advogado angolano David Mendes que dando sinais de resignação e perplexidade disse o seguinte:

"Hoje compreendi melhor o que significa neocolonialismo. Graças ao iluminado JES. Parabéns presidente. Somos teus servos porque Angola é a tua lavra".

Creio não haver dúvidas de que somos realmente aquilo que David Mendes disse e muito bem dito e se pois os factos falam por si só mesmos, porque duvidarmos?

Eu ainda não percebi porque razão continuamos a ter dificuldades em aceitarmos e reconhecermos que somos realmente um povo idiotizado por José Eduardo Dos Santos quando os factos são tão evidentes?

Angola e os angolanos desde há muitos anos que está numa fase de completa idiotização e esse processo faz parte da agenda política de José Eduardo Dos Santos que ate nem tem tido grandes dificuldades para ir consolidando este seu projeto.

Hoje mesmo alguns acordaram sem palavras , perplexos e completamente envergonhados o que não entendo se é pelo simples facto da nomeação de Isabel Dos Santos para mais um cargo que lhe oferece todas as vantagens para usar e abusar dos nossos dinheiros o que no fundo ate ja era de se esperar considerando que essa nomeação era uma das componentes mais importante neste longo plano de idiotizarão do país e dos angolanos.

Com novo exercito chinês ao seu serviço , identificação nas mãos de uma das suas mulheres , fundo soberano , comunicações , diamantes e petróleo aos filhos , tudo isto sem qualquer protesto , enquanto os massacres continuam e os agredidos quando não dançam ou aplaudem só lhes resta mesmo se queixarem ao agressor.

Como é que se chama isto afinal?

Sejamos sinceros e deixemos de nos enganarmos a nós mesmos, somos sim um povo idiotizado que já não restam dúvidas e isto enquanto esperamos já de abraços abertos o pior para aumentar a dose de satisfação que merecemos como um povo covarde e totalmente idiotizado.

Quem ainda não leu os livros (O Imbecil Colectivo) ou (O Porco adora á água suja) aconselho á faze-lo talvez compreende melhor e veja com outros olhos esta nossa nova condição de idiotizados pacíficos desde há quase 40 anos. (FV)
____________

É PRECISO TER ESPÍRITO DE BETÃO COMO A UNITA TEM, PARA SUPORTAR ESSAS MORTES TODAS?

É sim preciso muita coragem para a UNITA tentar esquecer coisas que não gostaria de recordar, pois ontem estive a somar as vitimas deste Partido já em pleno dito cujo tão falado tempo de paz e quase desmaiei ao constatar os números.

Ainda estou a estudar para procurar compreender da melhor maneira como é que a UNITA consegue desprezar a covardia daqueles que os assassina e porque razão afinal esta bravura da UNITA continua a cada dia que passa sendo admirada cada vez mais.

Atentados moralmente condenáveis e ainda assim, nunca se viu um pronunciamento dos inimigos da UNITA condenando os tais atentados ou darem condolências mesmo que fingidas aos familiares das suas vitimas.

O que estimo da UNITA e dos seus dirigentes é a coragem e o sacrifício de ainda assim continuarem motivados para prosseguirem a luta por um país justo para todos sem se deixarem orientar pelo espírito de vingança e ódio.

E essa coragem da UNITA do ponto de vista moral continuará á ser sempre estimada e admirada porque é posta em nome de todos os angolanos e de uma única causa que é para bem de todos nós angolanos.

E esta é uma atitude que por si só já marca a grande diferença entre os homens da UNITA, que são mortos todos os dias e o bando de criminosos que nos governam que precisam necessariamente do sangue alheio para se julgarem poderosos, dominadores , donos de tudo , quando no fundo são uns cabeças vazias donos da merda e nada mais... (FV)
____________

SE PARA A UNITA A PACIÊNCIA NÃO TIVER LIMITES, ENTÃO SERÁ MESMO VÍTIMA ATÉ DEUS QUERER?

Como o regime angolano tem eliminado de forma quase seletiva angolanos, especialmente dirigentes, simpatizantes, amigos e militantes da UNITA, hoje entre várias perguntas que se colocam uma delas e com frequência é se para a UNITA a paciência tem limites ou não, ou se para ela o melhor é mesmo só sofrer até (Deus) querer, para se preservar aquilo que no conceito de uma parcela de angolanos é a (paz)?

“Paz”, entre aspas, porque aquilo que se vive em Angola não é o conceito geral que se tem desta palavra de um profundo significado muito mais do que aquilo que é a realidade angolana dos dias de hoje.

Os angolanos fazem estas e outras perguntas com tristeza porque sentem as consequências terríveis das mortes dos seus entes queridos e o sofrimento indescritível que os acompanhará para sempre até ao fim de suas vidas.

Eles até poderiam fazer esta pergunta da seguinte maneira: Porque razão este Deus de quem eles esperam que faça um milagre permite este sofrimento? Claro que ninguém vai fazer para não ser acusado por falta de fé e respeito para com o tal Deus todo poderoso, omnipotente, que muitos já começaram a acreditar, pelos vistos como a única salvação dos angolanos.

Eles querem saber se estão condenados a viverem para sempre nesta situação, se ainda se tem noção dos limites da paciência ou se o melhor é mesmo irem morrendo aos poucos enquanto se espera pela vontade de Deus?

O que se tem passado em Angola já é mesmo uma espécie de guerra não declarada onde os desarmados - onde está incluída a UNITA. São e serão sempre as vítimas dos armados, considerando que por todo o país quem tem as armas sobre seu poder, que as usa e abusa, é o regime que ataca, manda atacar, deixa atacar, assim como mata, manda matar e deixa morrer.

E se um pouco por toda Angola já existem esconderijos com valas comum sem cruzes para não espantar os curiosos, onde foram enterradas mulheres, crianças, velhos e jovens vitimas da longa guerra entre as duas partes quando ambas eram donas de poderosos arsenais de armamento, agora que uma das partes se desarmou completamente a outra não justifica essa onde de mortes seletivas umas atrás das outras e sempre do lado dos desarmados, com claros sinais de que ela veio para ficar e que ainda está muito longe de ter atingido o seu objectivo principal. (FV)
_____________

EXPLICAÇÕES DA POLÍCIA SÓ FOI SURPRESA PARA AQUELES QUE SUBESTIMAM O CARÁCTER CRIMINOSO DESTE REGIME

Quer uns, quer os outros, aos poucos, já começam a dar raiva (Povo & Regime).

Então quem vive quase 40 anos de regime assassino não tem a obrigação de conhecer o verdadeiro rosto de quem os governa?

E porque andam sempre à espera de um outro comportamento se não o habitual, se as pessoas são as mesmas e nunca uma única vez houve sinais de tendências em mudarem?

Como podem esperar que a polícia ao serviço de JES/MPLA nos explique ocorrências criminosas encomendadas pelos senhores das ordens superiores - de forma diferente, se não como as habituais nos quase 40 anos?

Essa atitude mostra que muita gente ainda vive com grandes dificuldades em conseguir definir em que tipo de regime vive.

Fico parvo mas aos poucos vou entendendo como é que o JES/MPLA conseguiu consolidar as suas práticas assassinas aos olhos dos angolanos que todos os dias acreditam ilusoriamente que amanhã, quando acordarem, o JES/MPLA já não é o mesmo.

Hipnotizados na verdade?

Quer dizer, no próximo massacre ou assassinato - que já não deve estar muito longe - os angolanos vão voltar a esperar um outro tipo de explicações do regime ou as habituais?

Como é que vou entender isto, expliquem-me por favor.

Será que alguma vez - vocês que vivem aí - já notaram que o regime se tornou mais tolerante, menos corrupto, menos ladrão e menos assassino?

Se não, então porque esperam sempre uma explicação diferente daquela a que já nos habituou? Com muitas manipulações de factos, sem remorsos e com sinais claros de que as ordens são dadas por alguém.

Fico parvo, mas, quem sabe, se vivesse ai também teria as mesmas dificuldades, em conseguir definir o tipo do regime em que se vive…

Já dizia o outro: “Angolanos acordem, para conhecerem pelo menos a cor do mosquito que vos morde”.

Fórum Livre Opinião & Justiça - Fernando Vumby

Angola. Isabel dos Santos tomou posse como nova presidente da Sonangol



A empresária Isabel dos Santos tomou hoje posse como presidente do conselho de administração da petrolífera Sonangol, cargo para o qual foi nomeada na quinta-feira pelo chefe de Estado, José Eduardo dos Santos.

A tomada de posse de Isabel dos Santos, também filha do Presidente da República, igualmente como administradora não executiva da petrolífera estatal, a maior empresa angolana, aconteceu cerca das 16:50, em Luanda, na sede da Sonangol, na presença dos ministros dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, e das Finanças, Armando Manuel, entre outros membros do Governo.

A empresária jurou defender a Constituição angolana, conforme previsto no ato de tomada de posse.

Como presidente da comissão executiva - novo órgão entretanto criado pelo Governo angolano para a petrolífera estatal -, e administrador executivo, tomou hoje posse Paulino Fernando de Carvalho Jerónimo, que transita do conselho de administração anterior.

A nova equipa da Sonangol é composta ainda pelos administradores executivos César Paxi Manuel João Pedro, Eunice Paula Figueiredo Carvalho, Edson de Brito Rodrigues dos Santos, Manuel Luís Carvalho de Lemos, João Pedro de Freitas Saraiva dos Santos e Jorge de Abreu.

Conta ainda com os administradores não executivos José Gime, André Lelo e Sarju Raikundalia.

Um grupo de 12 juristas angolanos anunciou no sábado que iria avançar na quinta-feira com uma providência cautelar para suspender esta nomeação, alegando o advogado David Mendes, porta-voz deste grupo, que ao nomear a filha para aquelas funções, o Presidente da República "violou" a Lei da Probidade Pública (sobre o exercício de funções públicas), de 2010, pelo que será feita igualmente uma queixa ao procurador-geral da República.

A entrega da providência cautelar no Tribunal Supremo está marcada para quinta-feira, mas outros juristas, citados hoje pelos órgãos de comunicação social públicos, garantem que a intenção "não tem pernas para andar" do ponto de vista do enquadramento legal.

"Vai-se entrar com uma providência cautelar para suspensão do ato [de nomeação], para que não produza eficácia, como medida preliminar, nos temos da impugnação dos Atos Administrativos. Ao ter permitido que a sua filha fosse nomeada cometeu uma improbidade pública, ele devia ter-se abstido, como manda a lei", explicou o advogado David Mendes, também dirigente da associação cívica Mãos Livres.

Em simultâneo, seguindo as regras da impugnação dos Atos Administrativos, estes juristas pretendem apresentar uma reclamação ao chefe do Governo e seguidamente, nos termos da Lei da Probidade Pública, uma queixa junto do procurador-geral da República, "para abrir investigação", disse ainda David Mendes.

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, nomeou na quinta-feira a empresária Isabel dos Santos, para as funções de presidente do conselho de administração e administradora não executiva da petrolífera estatal Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), informou à Lusa a Casa Civil da Presidência.

Estes juristas pretendem ainda dirigir uma exposição ao Presidente angolano para que este "altere a sua própria decisão", recordando que após a participação o avanço da investigação à decisão de nomeação ficará nas mãos do procurador-geral da República.

"A lei implica até prisão, mas nós estamos apenas a atacar os efeitos da norma. E acima de tudo abrirmos um precedente desta natureza, de impugnar os atos do chefe de Governo. As pessoas comentam na rua e falam, mas não há coragem de assumirem e agirem. Independentemente de qual venha a ser a decisão [do tribunal], tem esse aspeto simbólico", disse o advogado, contestatário do regime de José Eduardo dos Santos.

A administração da Sonangol, liderada desde 2012 por Francisco de Lemos José Maria (presidente do conselho de administração) foi igualmente exonerada de funções na quinta-feira, passando a empresa a ser responsável apenas pela "gestão e monitorização dos contratos petrolíferos".

A designação de Isabel dos Santos surge no âmbito da reestruturação da empresa estatal e do setor petrolífero angolano, processo em que já tinha participado, conforme confirmou a 22 de janeiro, em comunicado, o comité que tratou o processo, alegando a sua experiência de 15 anos como empresária.

PVJ// APN - Lusa

Delator cita desvios de 10 milhões de euros em negócio da Petrobras em Angola



O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró afirmou num depoimento à Justiça brasileira que a compra de blocos de petróleo em Angola gerou desvios equivalentes a cerca de 10 milhões de euros dos cofres da petrolífera brasileira.

As informações foram divulgadas hoje pelo jornal O Globo, que explica ter tido acesso ao conteúdo dos depoimentos dados por Cerveró ao Ministério Público numa delação premiada (acordo de cooperação com Justiça em troca de redução da pena).

Segundo o delator, os crimes na gestão da área internacional da estatal, que gerencia os negócios da Petrobras no exterior, foram responsáveis por um prejuízo de mais de 500 milhões de reais (125 milhões de euros) à empresa desde 2002.

No caso do negócio realizado entre a Petrobras e a Sonangol, empresa estatal de petróleo de Angola, os desvios de mais de 40 milhões de reais (teriam sido usados para pagar a campanha de reeleição presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

O ex-diretor da Petrobras alegou que obteve essa informação de Manoel Vicente, presidente da Sonangol. As negociações do lado brasileiro teriam sido conduzidas pelo ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.

O esquema que teria sido responsável pelo maior desvio de dinheiro na área internacional da Petrobras, porém, foi a aquisição da empresa petrolífera argentina Pérez Companc.

Cerveró contou que a aquisição rendeu cerca de 100 milhões de dólares (88 milhões de euros) em subornos pagos aos integrantes do Governo do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso no ano de 2002.

Ao todo, o delator citou onze políticos brasileiros como beneficiários diretos dos desvios, sendo os mais proeminentes o ex-Presidente Lula da Silva, o presidente do Senado (Câmara alta parlamentar) Renan Calheiros, o presidente afastado da Câmara dos Deputados (câmara baixa) Eduardo Cunha, o ex-senador Delcídio do Amaral e o ex-Presidente Fernando Collor de Mello.

Procurados pelo jornal, os políticos nomeados pelo delator negaram ter qualquer ligação com os desvios de dinheiro investigados pela operação Lava Jato na Petrobras.

CYR // APN - Lusa

Mais lidas da semana