O
Expresso Curto de sábado, por Martim Silva. É de ler mas com as devidas precauções.
O jornalismo já não é o que era. Temos o exemplo na promiscuidade entre o
jornalismo e os operadores de justiça. Ali jornalismo não investiga. Tem fontes
entre os da justiça que lhes entregam cópias dos processos, páginas e páginas. E
a troco de quê? Pois, é isso mesmo que estão a pensar.
E assim mandam o segredo
de justiça para o galheiro. É crime, mas disso estão todos com a garantia de
impunidade. Quem foi? Ah! Ninguém sabe. Uma choldra, os do tal jornalismo e os
da justiça. Adiante, que já chega de bater no ceguinho dos escribas que abundam
na comunicação social. É que para além das leis existe a ética de uma profissão
que é… o jornalismo que jornalistas de facto praticam. Pois.
Hoje
é dia de praia, pelo menos por aqui. Não esperem que se meta o bedelho em mais
do que o senhor do Expresso Curto faz constar já a seguir. O rantatam é sempre
o mesmo, mas dá para ler e ficar a saber as linhas com que certos e incertos
mamíferos nos cozem. Atenção aos livros. Não deixe de segurar um livro e ler. Tenha
o prazer ancestral que os livros nos dão.
Bom
dia, à tarde. Boa noite de farra, se tiver de ser. Cuidado com a violência e em
conduzir com os copos no final da noite. Apanhe um táxi. Mantenham-se vivos e
com saúde. Pois. A seguir, as dez coisas do Expresso, para ler. (MM / PG)
Bom
dia, este é o seu Expresso Curto
Martim
Silva - Expresso
Dez
coisas que tem de ler no Expresso desta semana
Bom
dia,
a atualidade dos últimos dias ficou fortemente marcada pelos acontecimentos na Síria (e por novo atentado terrorista na Europa) e a primeira página do Expresso reflete isso mesmo.
Na edição desta semana começo por destacar o trabalho relacionado precisamente com estes acontecimentos. "Linha Vermelha da Guerra": A resposta unilateral americana ao ataque químico levado a cabo alegadamente pelas tropas de Assad, com o lançamento de meia centena de mísseis de cruzeiro que destruíram uma base aérea militar síria, trouxe novo abalo ao mundo. Rompeu-se o idílio Putin-Trump e o conflito que dura há sete anos entra numa nova fase.
Além de vários textos a esmiuçar os acontecimentos, contamos ainda com uma análise do Miguel Monjardino.
Relacionado, ainda que não diretamente, com este tema está o segundo destaque que queria fazer. A entrevista, exclusiva para Portugal, que o Expresso publica com o Papa Francisco sobre a questão dos refugiados. Um tema que tem sido muito caro ao chefe da Igreja - basta lembrar que inaugurou o seu pontificado com uma visita à ilha de Lampedusa. Francisco, que estará em Portugal no próximo mês, afirma que "não basta gerir a crise migratória como um problema numérico".
Com esta entrevista, esta semana, iniciamos a publicação de um conjunto de trabalhos especiais relacionados com o Papa Francisco e os 100 anos de Fátima. Ns próximas edições, e até 13 de maio, terá muito para ler se estes são temas que lhe interessam.
Ainda em matérias globais, as decisivas eleições presidenciais francesas estão à porta e o nosso correspondente em França andou atrás de Marine Le Pen e conta numa reportagem que faz capa da Revista quem é, como pensa, como atua, a mulher que ameaça a estabilidade da Europa. Alguns destaques que se podem ler:
-Marine Le Pen não liga aos conselhos do pai e até o afastou dos cargos políticos decisórios do partido que ele fundou com a marca clara da extrema-direita.
-Muitos portugueses de França gostam de Marine Le Pen e sentem-se valorizados e orgulhosos por ela os ter designado como os melhores imigrantes.
O Novo Banco continuou a ser tema esta semana e sobre isso temos três matérias. A primeira, revela como, apesar das muitas críticas ao negócios, BE e PCP poderão mesmo vira a aprovar no Parlamento os empréstimos do Estado ao Fundo de Resolução para fazer face a eventuais obrigações que surjam no âmbito da venda da instituição à Lone Star. Lone Star, cuja proposta negocial caia a 31 de março, o que terá forçado a aceleração da conclusão do negócio.
Finalmente, entrevistámos a número dois do PS, Ana Catarina Mendes, que garante que o Novo Banco não terá quaisquer custos para os contribuintes, pelo menos para já (uma entrevista em que além disso a socialista considera totalmente prematuro o PS discutir já se dá ou não apoio a Marcelo numa reeleição presidencial).
Quem está de volta é Alberto João Jardim. Mas só aos escaparates das livrarias. Neste início de ano muito povoado de memórias e biografias de políticos nacionais (Cavaco, Sampaio), agora é a vez do antigo presidente do Governo Regional da Madeira por a escrito quarenta anos de vida pública e de vida política. E se Jardim era truculento na vida política, nas suas memórias, sugestivamente intituladas "Relatório de Combate", não o é menos. Estão lá episódios vividos ao longo de décadas com Cavaco, Cunhal, Sá Carneiro, Balsemão, Soares, Sampaio, Passos.
Na próxima edição vamos publicar uma entrevista a Alberto João Jardim, num trabalho conjunto SIC/Expresso com a marca do Reinaldo Serrano.
Na
Sociedade, destaco três trabalhos esta semana:
No primeiro, a denúncia de que um centro de saúde (agora já não se chamam assim) andou a dar consultas... a mortos. Uma forma inacreditável de as equipas conseguirem ganhar mais dinheiro. Explicamos como funcionava o esquema num centro de saúde de Évora e o que as autoridades estão a fazer neste caso.
No segundo, fomos investigar o que se passa com os solos contaminados no nosso país, na sequência de um conjunto de notícias nos últimos tempos que deram nota de vários casos de solos contaminados descobertos em obras, nomeadamente em Lisboa. A conclusão a que chegamos não é propriamente reconfortante. A verdade é que a fiscalização sobre os solos contaminados é claramente deficiente. Não há informação sistematizada sobre os locais com história de contaminação por hidrocarbonetos ou outros poluentes. E isto é em Lisboa mas é também no resto do país. Preocupante.
Finalmente, chegámos à fala com o prisioneiro evadido do estabelecimento prisional de Caxias recentemente, que garante ter pago a guardas para fugir da prisão. Uma confissão que bate certo com a denúncia feita há umas semanas ao Expresso por Celso Manata, o diretor geral dos serviços prisionais. Fugido há 48 dias, o luso-israelita Joaquim Matos assegura que continua em Portugal. A Polícia Judiciária reforça as buscas para o encontrar e capturar.
Na Economia, quero destacar uma daquelas notícias que permite um sorriso amarelo (e uma grande irritação interior). Nuno Vasconcellos, o líder da Ongoing, grupo empresarial que cresceu precisamente para tentar travar a OPA da PT, está insolvente desde janeiro passado. Mas em seu nome, o BCP encontrou apenas... uma moto de água!
Por último, depois dos inacreditáveis acontecimentos da semana passada, que mostraram ao país e ao mundo o padrão de comportamento de uma equipa que tem andado a aterrorizar adversários e árbitros no campeonato distrital de futebol do Porto, fomos em reportagem para Canelas. Estivémos na localidade vizinha do Porto e fomos mesmo ao balneário da equipa, falar com jogadores e dirigentes depois do sucedido. Eles apresentam a sua versão e a sua defesa. Uma versão e uma defesa dificilmente defensáveis por alguém de bom senso e que preze viver numa sociedade civilizada, digo eu. E acrescento: além da expulsão do jogador que partiu o nariz ao árbitro, determinada pelo Canelas, alguém mais no futebol português mexeu uma palha depois do sucedido? Ou estão à espera que se repita tudo?
Bom fim de semana e boas leituras.
No primeiro, a denúncia de que um centro de saúde (agora já não se chamam assim) andou a dar consultas... a mortos. Uma forma inacreditável de as equipas conseguirem ganhar mais dinheiro. Explicamos como funcionava o esquema num centro de saúde de Évora e o que as autoridades estão a fazer neste caso.
No segundo, fomos investigar o que se passa com os solos contaminados no nosso país, na sequência de um conjunto de notícias nos últimos tempos que deram nota de vários casos de solos contaminados descobertos em obras, nomeadamente em Lisboa. A conclusão a que chegamos não é propriamente reconfortante. A verdade é que a fiscalização sobre os solos contaminados é claramente deficiente. Não há informação sistematizada sobre os locais com história de contaminação por hidrocarbonetos ou outros poluentes. E isto é em Lisboa mas é também no resto do país. Preocupante.
Finalmente, chegámos à fala com o prisioneiro evadido do estabelecimento prisional de Caxias recentemente, que garante ter pago a guardas para fugir da prisão. Uma confissão que bate certo com a denúncia feita há umas semanas ao Expresso por Celso Manata, o diretor geral dos serviços prisionais. Fugido há 48 dias, o luso-israelita Joaquim Matos assegura que continua em Portugal. A Polícia Judiciária reforça as buscas para o encontrar e capturar.
Na Economia, quero destacar uma daquelas notícias que permite um sorriso amarelo (e uma grande irritação interior). Nuno Vasconcellos, o líder da Ongoing, grupo empresarial que cresceu precisamente para tentar travar a OPA da PT, está insolvente desde janeiro passado. Mas em seu nome, o BCP encontrou apenas... uma moto de água!
Por último, depois dos inacreditáveis acontecimentos da semana passada, que mostraram ao país e ao mundo o padrão de comportamento de uma equipa que tem andado a aterrorizar adversários e árbitros no campeonato distrital de futebol do Porto, fomos em reportagem para Canelas. Estivémos na localidade vizinha do Porto e fomos mesmo ao balneário da equipa, falar com jogadores e dirigentes depois do sucedido. Eles apresentam a sua versão e a sua defesa. Uma versão e uma defesa dificilmente defensáveis por alguém de bom senso e que preze viver numa sociedade civilizada, digo eu. E acrescento: além da expulsão do jogador que partiu o nariz ao árbitro, determinada pelo Canelas, alguém mais no futebol português mexeu uma palha depois do sucedido? Ou estão à espera que se repita tudo?
Bom fim de semana e boas leituras.
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