Angola
é, dos nove Estados lusófonos, o país com menor acesso a água potável 'per
capita', com Portugal (100%) e Brasil (97%) no polo oposto, indicou a ONU.
Num
relatório do Programa Conjunto de Monitorização das Nações Unidas, elaborado
pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), são analisadas as situações, até 2016, da água potável,
saneamento e higiene em mais de 200 países e territórios.
O
documento faz a comparação entre a evolução registada em cada um dos nove
países lusófonos - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial,
Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste - entre 2000 e 2015,
tendo também em conta o respetivo aumento da população.
No
quadro deste período, é referido também o aumento da população nas zonas
urbanas, o acesso a água que dista mais de 30 minutos do local de residência,
água não melhorada e água proveniente da superfície, como rios e lagos, entre
outras fontes.
Acesso
à água potável na CPLP
No
acesso a água potável canalizada, Cabo Verde surge em terceiro lugar entre os
lusófonos (subiu de 78% em 2000 para 86% em 2015), à frente de São Tomé e
Príncipe (de 67% para 80% no mesmo período), Timor-Leste (não havia dados
disponíveis em 2000, mas em 2015 tinha 70%), Guiné-Bissau (de 53% para 69%) e
Moçambique (de 22% para 47%).
No
mesmo período, Angola subiu de 38% para 41%, enquanto o Brasil passou dos 94%
para 97% e Portugal de 99% para 100%.
O
relatório sublinha que os dados são suscetíveis de alguma
"relatividade", tendo em conta o tamanho dos países, o total da
população e o grau de desenvolvimento de casa um deles.
À
exceção de Portugal (com 0% já em 2000) e Brasil (que baixou de 1% em 2000 para
0% em 2015), todos os restantes países lusófonos, em maior ou menor escala,
ainda têm bolsas da população que só conseguem obter água a mais de 30 minutos
do local de residência.
Angola,
com 16% da população nessas circunstâncias ao longo do mesmo período, e Guiné
Equatorial, que também continua com 2%, são os dois Estados lusófonos que
mantiveram os números estatísticos entre 2000 e 2015.
Diferentes
dados estatísticos, mas para pior, foram, no mesmo período, registados em São
Tomé e Príncipe (de 13% para 15% da população), Moçambique (subiu de 5% para
14% da população) e na Guiné-Bissau (de 4% para 5%).
Cabo
Verde desceu, em 15 anos, de 11% para 10% da população nessas circunstâncias,
enquanto Timor-Leste, de que não existem dados de 2000, conta com 6% do total
dos habitantes com a necessidade de ir buscar água a mais de 30 minutos dos
locais de residência.
Evolução
da população urbana
O
estudo dá ainda conta da relação entre os dados estatísticos e a evolução da
população urbana no mesmo período (2000 a 2015) nos nove Estados lusófonos,
sempre em crescendo, com o Brasil a "liderar" esta tabela, com os
habitantes citadinos a subirem, em 15 anos, de 81% para 86%.
Cabo
Verde é o segundo país lusófono com maior crescimento da população urbana
(aumentou, no mesmo período, de 53% para 66%), seguido por São Tomé e Príncipe
(de 53% para 65%), Portugal (de 56% para 63%), Guiné-Bissau (de 37% para 49%),
Angola (de 32% para 44%), Guiné Equatorial (de 39% para 40%), Timor-Leste (de
24% para 33%) e Moçambique (de 29% para 32%).
Agência
Lusa, ar | Deutsche Welle
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