No
caso de Tancos, o PCP defende "mudança de política" e apuramento de
responsabilidades "em toda a extensão". OE 2018: João Oliveira trava
a pressa do BE: "É preferível demorar e ter boas conclusões"
"Se
no apuramento que vier a ser feito da situação, se identificarem
responsabilidades diretas deste ministro da Defesa, naturalmente a
responsabilidade política deve ser assumida na extensão que se vier a revelar.Mas
o que nos parece mais relevante é considerar as opções políticas que apontem um
caminho alternativo", em entrevista à TSF, com muitas cautelas, João
Oliveira, líder da bancada do PCP, insiste que "mais importante do que as
pessoas são as políticas".
Da
audição parlamentar do ministro da Defesa, o PCP espera saber "que
condições contribuíram para que o furto pudesse ocorrer com sucesso"
Mas
na leitura do PCP, a causa reside na política seguida "ao longo dos
últimos 40 anos".
"É
preciso um caminho alternativo garantindo às Forças Armadas não só as
capacidades materiais e de pessoal, mas aos militares os direitos associados à
sua condição".
"Sem
luta não há alteração na política"
Apesar
de nas última semanas, se terem tornado mais visíveis as iniciativas de
protesto e reivindicação na rua, João Oliveira garante que a "dinâmica de
luta nunca deixou de existir", durante os primeiros anos da governação da
nova maioria.
"É
natural que a partir do momento em que os salários e horários laborais são
repostos, a dinâmica da luta tem isso em consideração", explica o líder
parlamentar do PCP para quem a luta "é decisiva" e a ação
institucional "é complementar".
OE
2018: "É melhor não fazer discussões à pressa, com maus resultados"
João
Oliveira coloca um travão na pressa demonstrada pelo Bloco de Esquerda
"Se
há vantagem em começar a fazer a discussão mais cedo, é obvio que há se é se é
possível concluir antes de agosto é claramente impossível", considera
o líder da bancada comunista, com uma farpa para o BE:
"É
preciso colocar cada coisa no tempo e no espaço adequado. É preferível termos
uma discussão feita de forma mais demorada com boas conclusões do que feita à
pressa mas com más decisões".
O
PCP sublinha que "verdadeiramente não existem questões novas a discutir no
OE 2018", trata-se de "insistir e matérias já identificadas noutras
discussões orçamentais", como a política fiscal, ou a recuperação de
rendimentos e direitos.
O
PCP mantém que os "avanços ainda são insuficientes", mas cita o aumento
das pensões entre seis e dez euros, e a entrada livre nos museus aos domingos e
feriados, como exemplos de medidas que resultaram da pressão comunista.
Concertação
social "não faz leis"
Numa
altura em que o Governo do PS remete para a Concertação Social, por exemplo, a
questão da caducidade da contratação coletiva, o PCP insiste que era em sede
parlamentar que a decisão devia ser tomada.
"Na
atual correlação de forças é preciso assegurar que se criam condições na
Assembleia da República, porque remeter para a concertação social decisões
desse tipo é dar às confederações patronais direito de veto", insiste João
Oliveira.
Judith Menezes e Sousa | TSF
Sem comentários:
Enviar um comentário