Simulando
um derrame de petróleo, os ativistas cobriram-se de tinta de choco e tricotaram
uma linha vermelha em protesto contra a exploração de hidrocarbonetos em
Aljezur. A ação teve lugar na Praia Vasco da Gama.
O
protesto, que teve lugar este sábado, foi organizado pelo ALA - Alentejo Litoral pelo Ambiente(link is external), um
grupo de cidadãs e cidadãos preocupados com os impactos da poluição na saúde,
qualidade de vida, futuro comum e no meio ambiente, e que juntos estão a
organizar diversas atividades cívicas no Alentejo para alertar para o perigo
dos furos na sua costa.
A
iniciativa contou, contudo, com a colaboração da Campanha Linha Vermelha, bem
como com o apoio de diversos coletivos, como o Stop Petróleo Vila do Bispo,
Climáximo e Tamera. Os ativistas procuraram, desta forma, sensibilizar e
informar os sineenses e os visitantes do Festival Músicas do Mundo sobre as
consequências da exploração de hidrocarbonetos na costa alentejana.
No
início das escadas que descem para a Praia Vasco da Gama, em Sines, foram
colocadas faixas onde se podia ler “Não ao furo, sim ao futuro”.
Eugénia
Santa Bárbara, da ALA, explicou à agência Lusa esta ação: “Quisemos simular um
derrame de petróleo e os impactos que isso tem, normalmente, na fauna e na
flora”, sublinhou, lembrando que há um furo previsto para Aljezur, de três mil
metros de profundidade, já no início de 2018.
Eugénia
Santa Bárbara sinalizou os “impactos ambientais, mas também económicos e
sociais, no turismo e na pesca”, da exploração de petróleo.
Segundo
referiu a ativista, a tinta de choco, biológica e preparada em casa, utilizada
para “criar uma imagem que fosse forte”, só foi conseguida com a ajuda das
peixeiras de um mercado lisboeta.
Ao
mesmo tempo que perto de uma dezena de ativistas se deitava no areal coberta
com a tinta, elementos da Campanha Linha Vermelha (link is external) desfiaram
agulhas e linhas para “alertar e consciencializar os portugueses para a
exploração do petróleo e do gás em Portugal”.
Catarina
Gomes, responsável por esta campanha, explicou que recorrem às artes do tricô e
do croché para desenhar uma estratégia “mais leve” e “convidativa”, porque,
“quando as pessoas ouvem estes assuntos, sobre o petróleo, qualquer coisa
relacionada com ativismo, ou coisas mais sérias, assustam-se”.
Todos
estão convidados a participar na campanha, mesmo quem não sabe tricotar.
Adultos, jovens e crianças, de norte a sul, já ajudaram a “tecer a maior linha
vermelha que seja possível” e “com ela percorrer o país”.
Desde
o seu início, há sete meses, a linha, com 15 centímetros de largura, já vai em
quase quatro quilómetros. A campanha só terminará quando os nove contratos para
exploração de petróleo e gás forem cancelados.
Esquerda.net
| Foto retirada do facebook de Catarina Gomes.
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