Martinho Júnior | Luanda
1-
A “democracia” segundo os cânones da aristocracia financeira mundial,
vale-se de peritos“lobistas” como Paul Manafort para, “lavar as
imagens” dos “sargentos às ordens” e de seus “instrumentos agenciados” espalhados pelo mundo, de forma a, utilizando os “media
de referência”, assim como os corredores essenciais às ligações, iludir por
todas as formas a opinião pública global e a dos próprios Estados Unidos, a fim
de através desses maquiavélicos expedientes, alcançar os fins de acordo com
suas estritas conveniências.
No
caso de Angola, a ligação de Paul Manafort a Jonas Savimbi, por via de Jardo Muekalia,
é bem conhecida: começou com a abertura de portas da Casa Branca, quando o
inquilino foi o republicano Ronald Reagan, o “sargento às ordens” que
deu início ao processo de capitalismo neoliberal à escala global, de forma a
transformar, no caso angolano, um “inveterado maoísta”, um constante alvo
da Human Rights Watch num “freedom fighter” ávido de “democracia”.
A
manobra foi de tal ordem a favor de Savimbi, que se “lubrificou” os “bons
ofícios” do cartel de diamantes, no interesse de clãs que funcionam como
sua rectaguarda, os Rockefeller e os Rothshilds entre outros e só quando a
paranoia intempestiva savimbiesca o levou a enveredar pela“guerra dos diamantes
de sangue”, “somalizando” Angola, não houve Paul Manafort algum que
continuasse a garantir os lucros e caminhos da 1ª fase dessa operação de “lavagem”,
que teve Bicesse como um dos seus dilectos “cenários”… a “imagem
lavada” de Savimbi diluiu-se à custa dos milhões de vítimas angolanas e
africanas, entre 1992 e 2002, mas para a aristocracia financeira mundial ficou
de Paul Manafort a referência “in” do valor dos seus expedientes
de “lavagem” em relação aos mais escabrosos “instrumentos
agenciados” pelos interesses da hegemonia unipolar… e tudo em nome
da “democracia”!...
2-
A aristocracia financeira mundial por isso, entre o deve e o haver, foi
mantendo Paul Manafort como “lobista especializado”, um “criativo” homem-de-mão
pronto para as mais difíceis “lavagens de imagem” até aos nossos dias!
Se
antes, nos tempos da apelidada “Guerra Fria”, essa especialidade ensaiava
com todo o tipo de dificuldades os primeiros passos, com a ascensão do
capitalismo neoliberal na construção da hegemonia unipolar ela garantia não só
lucros na moeda-padrão imposta ao mundo, mas também os “jogos operativos” aferidos
às melhores marcas de cosmética que se poderia imaginar, tornando versáteis,
moldáveis e subtis as fronteiras entre o choque e a terapia neoliberais, ainda
que houvesse alguém a proclamar aos quatro ventos qualquer tipo de medidas
de “proteccionismo”…“the americans first”!...
A
campanha do republicano Donald Trump foi assessorada pelo “especializado
lobista” Paul Manafort e, como os ganhos (os dados) foram lançados, o
emérito “lavador de imagens” tem lugar garantido entre os “consultores” do
actual inquilino da Casa Branca para-o-que-der-e-vier, pois além do mais
garante “links”, “em casa” uns, espalhados pelo mundo outros,
que têm sido“cultivados” há décadas!…
Mesmo
em relação aos termos da proverbial vassalagem da Europa, Paul Manafort é o “Conselheiro” mais
indicado para “alisar o terreno”, quer a propósito das sanções em curso
contra a Rússia, quer em relação ao “diktat” que pesa sobre a
Venezuela Bolivariana.
Com
o tempo Paul Manafort refinou os métodos da cosmética, com mensagens que “alisam
o terreno”, isto é, deixam de ser abruptas, típicas de “freedom fighters”,
nas primeiras impressões e nos segundos aproveitamentos passam a mensagens que
se tornam “acessíveis”, “respeitáveis”,“moderadas”, “independentes”,
jogando com a psicologia de massas adequada às espectativas dos
estado-unidenses, como às espectativas globais.
Vejam
como ele tem “lavado a imagem” e “moderado a linguagem” dum
Donald Trump intempestivo, abrupto e pouco dado a longos discursos a ponto de
ser um “twiter de eleição”!…
3-
Em Angola essa “moldagem” está bem visível em época eleitoral
nas “pistas” das mensagens de candidatos como Chivukuvuku, ou
Samakuva, que viveram a saga da “malparada” interpretação“savimbiesca”,
que se tornou impossível de “lavar”!
Os
actuais candidatos, “recrutados” das hostes dos “freedom
fighters” de então (lembre-se a Nicarágua dos “contras” e o
Afeganistão de Bin Laden, tal como Angola de Savimbi), além do mais beneficiam
duma vulnerável democracia que foi sujeita ao choque neoliberal e agora, apesar
do desaparecimento físico dos “instrumentos originais agenciados”, está
à mercê de muitos dos impactos providenciados pela terapia, onde se inscrevem
pelo menos essas duas “réplicas”!
Com
isso é evidente que o trabalho psicológico de massas em relação ao público-alvo
angolano está em curso e ganha contornos inusitados em época eleitoral!...
“Conselheiro” Paul
Manafort: estamos conversados!
Fotos:
- O “Conselheiro” Paul
Manafort, um inveterado “lavador de imagens” (no topo).
- Cinco
das experiências mais “traumáticas” de Paul Manafort enquanto “lavador
de imagens”: Savimbi, Mobutu, Ferdinand Marcos (Filipinas), o nigeriano Abacha
e Viktor Yanukoych, da Ucrânia.
- Savimbi
com a “somalização” deitou a perder a “lavagem de imagem” que
lhe foi propiciada por Paul Manafort, aferindo-o aos expedientes da “democracia”.
- Imagem
oficial do Presidente da UNITA na campanha eleitoral de 2012 – a “lavagem
de imagem” dum velho “freedon fighter” já era evidente, faltando
apenas uma maior refinação do discurso.
- Nada
melhor que uma “coligação” para uma “lavagem de imagens” para
velhos “freedom fighters” pois além do mais ficam diluídas as
eventuais “margens de erro” das mensagens que se pretendem “democratas”, “moderadas” e
até “patrióticas”… com as cores escolhidas (amarelo e creme, segundo fórmula de
2016), o ciclo conforme a Paul Manafort fica consumado na “corrida” de
Chivukuvuku.
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