O
primeiro-ministro guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que os pais devem
ser sensíveis à questão dos talibés que andam a mendigar pela cidade e que
mantém a proibição que impede aqueles estudantes do Corão de pedir esmola.
"Qualquer
pessoa que é mãe ou pai tem de ser sensível a essa situação e não fazer
política com este assunto", afirmou, em conferência de imprensa, Umaro
Sissoco Embaló.
O
primeiro-ministro guineense proibiu os talibés (crianças e jovens que estudam o
Corão) de pedir esmola em Bissau.
"Para
as crianças irem à escola e aprenderem há horas normais. Imaginem que enviam
uma criança para a feira do Bandim pedir esmola entre as 06:00 e as 19:00, a
que horas é que essa criança vai aprender ensinamentos corânicos?",
questionou o primeiro-ministro.
Umaro
Sissoco Embaló reforçou a sua posição com o facto de ser muçulmano, ter
estudado em pequeno o Corão, e nunca ninguém o ter mandado pedir esmola.
"O
Corão está traduzido em todas as línguas. Vão ver nesse livro se há algum
parágrafo a dizer que os meninos têm de mendigar na rua", disse aos
jornalistas.
Para
o primeiro-ministro, as escolas corânicas são para transmitir conhecimento e os
estudantes que as frequentam também vão à universidade.
"Eu
gosto muito dos meus filhos e por isso é que vou proibir os filhos dos outros
de andarem a pedir na rua", disse, acrescentando quem quiser ter uma
escola para talibés tem de ter condições e pedir autorização.
O
primeiro-ministro disse também que o "Governo tem de criar condições para
haver escolas corânicas, associadas à escola oficial e na língua oficial que é
o português".
"O
que é grave é crianças inocentes andarem a pedir esmola. Como guineense isto
toca-me", concluiu.
Lusa
| em Diário de Notícias
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