É
fecundo o noticiário que versa o referendo na Catalunha e a repressão
terrorista dos mastins policiais às ordens do Generalíssimo Rajoy e do rei do
país que não é nação mas sim um estado de nações – até Paulo Portas o
reconheceu ontem ao referir-se à Espanha (que quer ser uma nação sem o ser de facto).
Depreende-se que em democracia uma dessas nações ou mais pretendam a independência
e libertação das amarras que os prendem aos ocupantes castelhanos. Por isso a necessidade e importância do referendo.
Mais
de três centenas de feridos recorreram aos hospitais, devido aos maus-tratos policiais.
Agredir sem olhar a quem só porque a nação Catalunha decidiu referendar se
devem continuar ocupados por Castela ou não.
O
Jornal de Notícias foi o selecionado pelo PG para trazer aqui parte do
testemunho terrorista-castelhano que está a acontecer hoje na Catalunha. Não só
em texto mas também em algumas imagens que ferem sensibilidades por se ver
idosos muito agredidos pelos mastins policiais castelhanos. Cobardes,
terroristas, também eles. E são esses que se prestam para infligir violência
sobre cidadãos catalães pacíficos que somente querem votar sobre o seu destino,
sobre o destino da sua nação, liberta (ou não) do jugo castelhano a que chamam
erradamente um todo espanhol democrático. Está visto que não. Espanha e repressão aos povos que subjuga para se dizer "unida" significam isso mesmo: ocupação de nações e povos. Assim mesmo até que referendos desejados aconteçam e ditem que os povos querem ser "espanhóis" governados por Castela, por Madrid, submetidos a uma pseudo-autonomia que afinal não existe em pleno, como hoje é demonstrado pela vontade do terrorista Rajoy, ao serviço de Castela.
Perante
imagens que recordam a violência franquista, perante o testemunho daquelas vítimas
do ditame Rajoy e seus apaniguados anti-democráticos, terroristas, o que na
realidade faz a chamada União Europeia? Cala, também ela cúmplice do terrorismo
que Rajoy fomenta e põe em prática na nação catalã. (MM | PG)
337
feridos: Referendo na Catalunha marcado pela violência
O
governo regional catalão atualizou, este domingo, para 337 o número de feridos
na sequência de distúrbios relacionados com a realização do referendo pela
independência na Catalunha.
"Há
337 pessoas feridas ou com contusões. Pedimos aos feridos que façam uma
denúncia junto dos Mossos d'Esquadra (polícia regional)", declarou em
conferência de imprensa o porta-voz da Generalitat, Jordi Turull.
A
Justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado
para hoje pelo governo regional catalão e deu ordem para que a polícia regional
fechasse os locais de votação.
Face
à inação da polícia regional em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e
a Polícia Nacional espanhola. Foram estes corpos de polícia de âmbito nacional
que então protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o
referendo.
A
Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola realizaram cargas policiais e
entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido ocupadas
por pais, alunos e residentes, numa tentativa de garantir que os locais
permaneceriam abertos.
Foram
retiradas pessoas que ocupavam locais de votação, entre os quais o pavilhão
desportivo da escola em Girona, onde deveria votar o líder da Generalitat,
Carles Puigdemont. O presidente catalão acabaria por votar noutro local.
Além
destas situações, houve ainda confrontos noutros locais, nomeadamente na sala
de exposições de Sant Carles de la Ràpita (Terragona) e na Escola Rius i Taule
(Barcelona), segundo relatos de repórteres das agências noticiosas
internacionais.
O
Sistema de Emergências Médicas (SEM) do governo catalão tinha dado conta de 38
feridos, na sequência da ação da Polícia Nacional e da Guardia Civil para
impedir o referendo, a maioria por tonturas, ansiedade ou contusões. No
entanto, em conferência de imprensa, o porta-voz da Generalitat, Jordi Turull,
falou em 337 feridos na sequência das ações policiais.
"A
atuação da Polícia e da Guardia Civil não obedece aos critérios de
proporcionalidade, responde apenas ao: Vamos a eles!", disse.
"Responsabilizamos o presidente do Governo, Mariano Rajoy, e o ministro do
Interior [Administração Interna], Juan Ignacio Zoido, pelo que está a acontecer
na Catalunha", salientou.
11
polícias feridos
Pelo
menos 11 agentes das forças policiais foram feridos em operações para impedir a
votação. "De momento, no total, nove agentes da polícia e dois da Guardia
Civil foram feridos ao executarem ordens", escreveu o Ministério no
Twitter, precisando que os agentes foram atingidos com pedras.
Governo
catalão assegurou referendo "com garantias"
O
porta-voz da presidência e do Governo da Catalunha, Jordi Turull, apelou ao
voto no referendo e à "defesa de forma cívica e pacífica do direito
fundamental ao voto", garantindo que 73% das mesas eleitorais (4561 mesas)
estão a funcionar. Turull sublinhou que, apesar dos incidentes, "vale
sempre a pena defender a democracia" e rejeitou "render-se face à
violência do Estado".
Turull
assegurou ainda que o referendo se realizará "com garantias", podendo
os eleitores votar em qualquer local habilitado, mesmo sem envelopes e com
boletins impressos em casa.
A
votação vai permitir que 5,3 milhões de catalães votem em qualquer colégio
eleitoral, facilitando a votação àqueles cujos locais de voto tenham sido
encerrados, por ordem do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.
O
Tribunal Constitucional espanhol suspendeu, no início de setembro, como medida
cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo parlamento e pelo Governo da
Catalunha que davam cobertura legal ao referendo de autodeterminação convocado
para este domingo.
Procuradoria
espanhola vai agir contra os Mossos d'Esquadra
A
Procuradoria-Geral de Espanha vai agir contra os Mossos d'Esquadra por entender
que a polícia regional da Catalunha agiu como uma "polícia política",
por não ter acatado a ordem de fechar várias assembleias de voto no referendo
catalão.
Fontes
da Procuradoria-Geral do Estado espanhol citadas pelo jornal "El
País" manifestaram o seu "mal-estar" quanto à atuação dos
agentes da polícia autonómica por "terem atraiçoado a confiança que os
juízes e os procuradores depositaram neles até ao último momento".
Generalitat
vai apresentar queixa contra Governo espanhol na UE
O
conselheiro do governo catalão para os Assuntos Exteriores anunciou que vai
apresentar uma queixa contra o executivo espanhol na União Europeia, por
violação dos direitos humanos. Em conferência de imprensa, Raul Romeva afirmou
que a Generalitat vai invocar o artigo n.º 7 do Tratado da União Europeia (UE),
que permite ao Conselho da Europa tomar medidas contra um Estado-membro se for
declarada uma "violação grave" do artigo 2.º do mesmo diploma.
Segundo
o Tratado, a UE "funda-se nos valores do respeito pela dignidade humana,
da liberdade, da democracia, da igualdade, do Estado de direito e do respeito
pelos direitos do Homem, incluindo os direitos das pessoas pertencentes a minorias",
com valores comuns aos Estados-membros, numa sociedade caracterizada pelo
pluralismo, a não discriminação, a tolerância, a justiça, a solidariedade e a
igualdade entre homens e mulheres".
Sem comentários:
Enviar um comentário