"Queremos
ser como os portugueses e alcançar a nossa liberdade. Estamos fartos dos
espanhóis a sacar o que é nosso", disse à Lusa Eulàlia Vilalta.
Catalunha:
465 pessoas atendidas nos hospitais e centros de saúde
Feridos
em resultado das cargas policiais na jornada do referendo
O
departamento de saúde do governo catalão anunciou que 465 pessoas foram
atendidas hoje nos hospitais e centros de saúde, "na sequência das cargas
policiais", para impedir o referendo pela independência na região.
O
'Departament de Salut' [equivalente regional do ministério da Saúde] fala em
465 feridos "relacionados com as cargas dos corpos policiais durante a
jornada do referendo".
"O
Serviço de Emergências Médicas (SEM), os centros de cuidados continuados e os
hospitais atenderam um total de 465 pessoas. Os dois feridos em estado mais
grave estão nos hospitais de Sant Pau e Vall d'Hebron", informou em
comunicado.
A
mesma nota, publicada no site oficial do Departament de Salut, informa que 216
dos feridos foram atendidos na região de Barcelona, 80 em Girona e 64 em
Lleida.
Um
dos casos mais graves é o de uma pessoa ferida num olho por um projétil de
borracha (em forma de bola), que foi operada no hospital de Sant Pau.
A
meio da tarde os Serviços de Saúde da Catalunha informaram que o número de
pessoas feridas nos distúrbios ascendia a 91 pessoas, um número muito inferior
ao que o governo regional catalão estava a divulgar nessa altura: 337.
Um
porta-voz dos Serviços de Saúde catalães confirmou que tinham dado entrada nos
hospitais e centros de saúde 337 pessoas, mas que muitas delas tinham sido
atendidas por se terem sentido mal ou por problemas ligeiros [tonturas, ataques
de ansiedade, indisposições].
"Entre
estes [337] contam-se 90 feridos e um ferido grave, num olho", indicou a
mesma fonte.
A
justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência convocado
para hoje pelo governo regional catalão e deu ordem para que a polícia regional
fechasse os locais de votação.
Face
à inação da polícia regional em alguns locais, foram chamadas a Guardia Civil e
a Polícia Nacional espanhola. Foram estes corpos de polícia de âmbito nacional
que então protagonizaram os maiores momentos de tensão para tentar impedir o
referendo.
A
Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola realizaram cargas policiais e
entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido ocupadas por
pais, alunos e residentes, numa tentativa de garantir que os locais
permaneceriam abertos.
Estas
forças retiraram pessoas que ocupavam locais de votação, tendo mesmo ocupado o
pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da
Generalitat, Carles Puigdemont.
O
presidente catalão acabaria por votar noutro local.
Lusa
| em Diário de Notícias
Governo
de Rajoy terá de "acabar por responder perante os tribunais"
Dia
do referendo na Catalunha marcado por incidentes e detenções
O
dia do referendo pela independência da Catalunha começou marcado por momentos
de tensão e violência. Há registos de 460 feridos em confrontos com a polícia e
o governo da Catalunha responsabiliza o governo central.
Têm
sido distribuídos cravos de várias cores nas mesas de voto. "Queremos ser
como os portugueses e alcançar a nossa liberdade. Estamos fartos dos espanhóis
a sacar o que é nosso", disse à Lusa Eulàlia Vilalta.
As
autoridades espanholas tentam impedir a votação, já que o referendo foi
considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional. Ainda assim, algumas pessoas
conseguiram votar.
Diário
de Notícias
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