quarta-feira, 29 de março de 2017

ASSIM COMEÇAM AS GUERRAS PELA ÁGUA


Bloqueio do Eufrates e Tigre, pela Turquia acirrou tensões que levaram à guerra o Iraque e a Síria. Mas outros conflitos hídricos já atiçam a Índia, Paquistão, Egito, Etiópia…

Aliança RECOs* - Outras Palavras - Tradução: Vila Vudu

A revista Foreign Affairs traz artigo cuja leitura recomendo sobre as guerras pela água entre Turquia, Síria e Iraque: “Rivers of Babylon”. A Turquia construiu muitas barragens por todo o país, para produzir eletricidade, mas também para irrigação.

Quando viajei pelo leste da Turquia nos anos 1990 muitos novos projetos, partes do Southeastern Anatólia Project (GAP, em turco0, eram visíveis; e água recentemente retida em barragens era fornecida às regiões secas do sudeste mediante canais abertos. Muita daquela água era perdida por causa da evaporação, mas também porque as novas plantações usavam espécies que exigem água intensiva, numa região quente e em muitos pontos desértica. A água agora oferecida a fazendeiros turcos antes corria pelo Eufrates e Tigre, para a Síria e Iraque. Três anos secos na Síria, 2006-2009 induziram muitos aricultores a deixar as terras secas e mudar-se para as cidades, onde só poucos deles encontravam trabalho:

À altura de 2011, fracasso de colheitas por causa da seca empurrara cerca de 1,5 milhão de ex-agricultores a emigrar das próprias terras; essa legião de desenraizados virou fonte de recrutas para o Exército Sírio Livre e outros grupos como o Estado Islâmico (também chamado ISIS) e para al-Qaeda. Testemunhos recolhidos por repórteres e ativistas nas zonas de conflito sugerem que a falta de qualquer ajuda do governo durante a seca foi o fator central de motivação para a rebelião antigoverno. Além disso, estudo de 2011 mostram que as hoje fortalezas dos rebeldes em Aleppo, Deir al-Zour, e Raqqa estavam entre as áreas mais duramente atingidas pelo fracasso das colheitas.

SITUAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU TENDE A DEGRADAR-SE - diz ex-ministro das Finanças


Geraldo Martins, ex-ministro guineense das Finanças, afirma que instabilidade política no país logo após a Mesa Redonda de Bruxelas pôs em causa a estratégia de diversificação e crescimento da economia da Guiné-Bissau.

As instituições não funcionam na Guiné-Bissau. Não há prestação de contas. A Assembleia Nacional Popular (ANP) está bloqueada por causa da crise que se arrasta desde agosto de 2015, com a queda do executivo de Domingos Simões Pereira. Não há fiscalização às ações dos governos (inconstitucionais e ilegítimos) de iniciativa presidencial, que até então não conseguem apresentar e aprovar o seu programa no Parlamento. Contratos com empresas não são respeitados.

A manter-se assim, a situação tende a degradar-se, com reflexos na vida das populações. Quem o diz é Geraldo Martins, antigo ministro guineense da Economia e Finanças.

"Estes governos têm realmente tido problemas. Para já, não tem havido prestação de contas, a Assembleia não consegue fiscalizar, não respeitam contratos. São várias situações anómalas que estão a acontecer e que põem em causa os próprios fundamentos do Estado de direito democrático e desmobilizam os investidores que realmente tinham grandes expetativas em relação à Guiné-Bissau. Que queriam ir investir mas que agora estão com alguma reticência em relação à credibilidade do país, o que é mau", destaca o ex-ministro guineense.

Angola. RECADOS DE CABINDA PARA O CANDIDATO JOÃO LOURENÇO


Constou-me que está para breve a visita a Cabinda do senhor João Lourenço no âmbito da sua apresentação como candidato presidencial do MPLA. Já se pode ver algumas movimentações da praxe a que nos habituaram nestas ocasiões com o mesmo intuito de sempre: falsificar a verdade das coisas para dar uma ilusão óptica aos visitantes.

Raul Tati*

Creio ser esta visita uma oportunidade para fazer uma reflexão política séria sobre a realidade profunda desta província ultramarina de Cabinda, longe das banalidades e da opacidade do discurso oficial.

Para começar esta reflexão gostava de reportar aqui uma questão que havia colocado ao Presidente da UNITA, Dr. Isaías Ngola Samakuva, no princípio do seu segundo mandato (este é o terceiro) num encontro que mantivemos em Lisboa: “O Dr. Jonas Malheiro Savimbi nunca visitou Cabinda. O senhor, sendo sucessor do Dr. Savimbi, também ainda não visitou Cabinda, quando já vai no seu segundo mandato. Que razões estão na base disso?” E a resposta foi peremptória e convincente: “para visitar Cabinda é preciso levar para lá um discurso claro e inequívoco. Estou a preparar-me para isso”.

Para bons entendedores meia palavra basta! A razão evocada, entretanto, pelo meu ilustre interlocutor prende-se com a especificidade política de Cabinda. Na sua óptica, não se pode vir a Cabinda com discursos ocos, torpes e demagógicos. Não se pode fazer discursos políticos em Cabinda passando ao largo dos problemas mais profundos deste Território e que são, sobretudo, políticos.

Angola. JOÃO LOURENÇO: O CAVALEIRO DA TRISTE VERGONHA


Raul Diniz, opinião
         
O que de menos tem o cabeça de lista do MPLA/partido-estado, é de uma cabeça pensante. Nenhum regime funciona tendo a cabeça um obediente lacaio.

O país não tem prazer algum de apoiar uma candidatura do tipo cobaia, que sirva apenas como experiência de substituição subsecutiva a saída de JES na presidência da república. Além disso, o exercício de cidadania, exige muito mais de um candidato presidencial, além de ser transformado no alvo de uma pressagiosa escolha indireta, para substituir um renomado ditador em decadência, João Lourenço formalizou a sua candidatura de lacaio perene.

As constantes piruetas protagonizadas pelo escolhido de JES, dá-nos a entender que, JL vive protegido dentro de uma redoma, longe da realidade objetiva angolana. Senão vejamos, “Perante a crise econômica que abala de sobremaneira as estruturas econômico-sociais, o MPLA, de quem se esperava uma prática mais cordata e comedida no seu modus operandi, tornou-se ainda mais arrogante, e perigosamente mais prepotente na sua forma autoritária de agir.

Até agora João Lourenço só conseguiu um feito inigualável, que é o de caminhar em modo ré, como o caranguejo. Assim acontece que, de erro em erro, conseguiu extrapolar o limite prestativo que lhe confere o cargo de ministro da defesa que ostenta no reino feudal de Dos Santos. Como pôde um ministro pré-candidato ao cargo de mais alto magistrado do país, e, no pleno exercício da função de ministro da defesa, insinuar ofensivamente que todos aquele que se opõem aos partidos FRELIMO e MPLA são malandros!

DIJSSELBLOEM E A FALTA DE VERGONHA


Ana Alexandra Gonçalves*

A falta de vergonha tem feito escola junto de uma classe política que, infelizmente, também se encontra à frente dos destinos da Europa. Dijsselbloem é um excelente exemplo da dita falta de vergonha. O ainda Presidente do Eurogrupo que, ao que tudo indica desempenhará essas funções até Janeiro de 2018, manifestou a sua intenção de se recandidatar. 

Recorde-se que Dijsselbloem sofreu uma derrota clamorosa, através do seu partido, nas últimas eleições holandesas e, em consequência, deixará de ser ministro das Finanças. Todavia, as regras flexíveis do Eurogrupo permitem que o seu Presidente não tenha forçosamente de ser ministro das Finanças.

Recorde-se também que Dijsselbloem voltou a manifestar os seus preconceitos contra a Europa do Sul, mas de forma mais brejeira do que é seu costume, facto que está a dar azo a pedidos de demissão de vários representantes políticos europeus.

O que o Presidente do Eurogrupo e outros não querem perceber é que falsos socialistas e sociais-democratas estão a ser fortemente castigados nas urnas. Dijsselbloem parece relutante em retirar ilações dos desastrosos resultados do seu partido. Dijsselbloem resiste, manifestando uma total incapacidade em perceber que a deturpação dos valores socialistas e sociais-democratas estão a abrir espaço ao populismo que desde logo denuncia políticos rendidos aos negócios, ao compadrio e à corrupção, absolutamente alienados dos interesses dos cidadãos que esses partidos populistas juram defender. Dijsselbloem e similares não querem saber, nem têm pudor em revelar a sua verdadeira face e estão a dar o mais forte contributo para o enfraquecimento das democracias, criando as condições necessárias para que partidos populistas possam emergir.

De uma coisa podemos estar certos: com estas pessoas ao leme a Europa afunda-se a cada dia que passa. Com um cínico sorriso nos lábios; um sorriso demasiadas vezes repleto de falsa superioridade.

* Ana Alexandra Gonçalves – Triunfo da Razão

ABERRAÇÕES POLÍTICAS À LA CARTE


Alfredo Barroso – jornal i, opinião

Já com os pés na pátria, constato que a maior aberração política é o acordo ortográfico de 1990, com que o então PM Cavaco Silva quis sentar-se à mesa com os países de língua oficial portuguesa.

O estado do mundo não é de fiar. Está a precisar do colo de Nossa Senhora de Fátima, como aconselha a ex-militante estalinista Zita Seabra, convertida à religião de São Paulo depois de ter percorrido afanosamente a sua “estrada de Damasco”.

Uma visita virtual ao número 1600 da Avenida Pensilvânia, em Washington D.C., confirma as minhas apreensões. A Casa Branca foi ocupada por um trio de loucos furiosos e freaks racistas – Donald Trump, Steve Bannon e Kellyanne Conway –, sem dúvida as mais perigosas aberrações políticas da actualidade. De acordo com vários psicólogos, Donald Trump sofre de “narcisismo infantil”, e um estudo efectuado pela Universidade Carnegie Mellon conclui que ele “fala como uma criança” e só fica à frente de Bush filho por uma unha negra, “ao nível de uma criança entre o quinto e o sexto ano” de escolaridade. Ou seja: o mundo está mesmo perigoso!

No Palácio da Alvorada, em Brasília, a coisa também está preta. A residência oficial dos presidentes brasileiros foi abandonada por Michel Temer, o ridículo chefe de Estado não eleito de uma república das bananas, levando consigo mulher e filho: Marcela e Michelzinho. Disse Temer: “A energia não era boa. A Marcela sentiu a mesma coisa. Só o Michelzinho, que ficava correndo de um lado para outro, gostou. Chegamos a pensar: será que aqui tem fantasma?” Não era fantasma, não. Era só fantasminha, paizão! Era o seu Michelzinho a correr dum lado para o outro!

TEATRO NACIONAL D. MARIA II BRINCA COM O FOGO. O PERIGO DO NOME PROIBIDO...


Vai acontecer algo especial e diferente no D. Maria II. A última vez que se disse o nome proibido no antro do teatro nacional português o edificio do então Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, foi consumido pelas chamas devido a combustão espontânea. Sobrepôs-se a maldição do tal nome proibido. Agora, sem pronunciarem o nome proibido um elenco do Teatro Nacional vai apresentar e fazer uma visita guiada no atual D. Maria II, no Rossio, em Lisboa. Chama-se A Visita Escocesa, nada de dizer o nome proibido. E se disserem, por distração, por desatenção? Será que o D. Maria II vai novamente entrar em combustão espontânea? É o que poderá novamente acontecer?

Vá até ao teatro, à Visita Escocesa, guiada, pelos vários meandros do edifício porque a peça é fora do palco mas também nele - o palco é onde nós quisermos. Os atores estão lá, à sua disposição, seus cicerones. Para fazerem A Visita Escocesa (sem pronunciarem o nome proibido). Se for lá, assista como cúmplice do atrevimento, do “brincar com o fogo”. Descubra qual é o nome proibido, mas não o diga. Se o disser, se o D. Maria II começar a arder… Fuja do fogo! (PG)

A VISITA ESCOCESA

A visita escocesa - CRIAÇÃO INÊS BARAHONA E MIGUEL FRAGATA

Uma visita igual às outras todas (mesmo as enfadonhas)

Esta é uma visita padrão, mas de padrão escocês. Porque existe muito em comum entre a Escócia e o Teatro Nacional D. Maria II: a Escócia tem uma taxa de humidade fora do normal, o Teatro Nacional D. Maria II tem os alicerces metidos na água. A Escócia tem por símbolo nacional o kilt (inventado pelos irlandeses), o Teatro Nacional D. Maria II é um símbolo nacional português (desenhado por um italiano). A Escócia alberga o Festival de Edimburgo, um dos mais importantes festivais culturais do mundo, o Teatro Nacional D. Maria II... é o Teatro Nacional D. Maria II. A Escócia tem a Peça escocesa, o Teatro Nacional D. Maria II tem A visita escocesa. No entanto, qualquer semelhança entre A visita escocesa e a Peça escocesa é pura coincidência. A visita escocesa não tem qualquer ligação à famosa Peça escocesa. Relembramos que quando essa peça de Shakespeare esteve em cena no Teatro Nacional D. Maria II (em 1964) o teatro ardeu. O seu nome "Mac..." não deve sequer ser pronunciado nesta casa...

Criação Inês Barahona e Miguel Fragata 

Com Cirila Bossuet, Lara Matos, Tomás Varela ou Bruno Bernardo, Carolina Dominguez, Catarina Claro

Vídeo Maria Remédio

Produção TNDM II

Duração 1h30

Teatro Nacional D. Maria II - 8, 22, 29 ABR / 13, 20, 27 MAI - SÁB, 16H

Fora de palco, em VÁRIOS LOCAIS DO TNDM II


TEATRO DIDASCALIA, TERRITÓRIOS DRAMÁTICOS SEMPRE A “MEXER”. VÁ AO TEATRO


Territórios Dramáticos

O encontro de teatro que terminou no passado fim de semana e transformou Joane na Vila mais dramática de Vila Nova de Famalicão

Terminou no passado domingo, dia 26 de março, em Joane, a primeira edição do encontro de teatro Territórios Dramáticos promovido pela companhia Teatro da Didascália. O encontro que se realizou ao longo de dois fins de semana, entre 17 e 26 de Março, encerrou com a apresentação de um espetáculo para o público familiar, o espetáculo A Cores, da Peripécia Teatro.

Não é por acaso que se encerra este encontro de teatro com uma apresentação para as famílias, reunindo num mesmo espaço, jovens e adultos, para celebrar o teatro. Este projeto de programação desenhado pelo Teatro da Didascália tem como prioridade a promoção de um trabalho de proximidade entre o teatro e a comunidade local, e nesse aspeto, o principal objetivo foi cumprido. O público foi crescendo de dia para dia e em apenas 6 dias de programação, foi possível ver o surgimento de um público fiel que se deslocou a Joane para ver todos os espetáculos deste encontro. É a constatação de que existe público para o desenvolvimento de um trabalho de programação regular numa Vila como Joane, com condições técnicas, logísticas e artísticas capazes de construir, envolver e fidelizar público, numa freguesia com um historial fortemente ligado ao teatro.

BREXIT, COISA DE ILHÉUS MANIENTOS E SOBERBOS. CARÁTER TIPICO DO ISOLAMENTO


Dia D (para os que gostam tanto da expressão) na União Europeia por causa do Brexit que finalmente chegou a Bruxelas veementemente oficializado. Blá-blá daqui e dali mas está a acontecer o que já sabíamos que ia acontecer. Os “bifes” saem da UE e lá ficam sozinhos na ilhota. O estigma dos ilhéus é assim mesmo, de tão habituados a estarem isolados, sós. Por isso são macambúzios, individualistas que apregoam sem pudor “olhem lá o meu”. Deixá-los ir, estão a exercer os seus direitos. É assim mesmo, senhores(as) “bifes”. Goodbye, britain. Reino Unido é que não está a ser.

“Estes ingleses são sempre a mesma coisa. Têm a mania de fazer tudo à sua maneira e ao contrário dos outros.” Dizia hoje um ouvinte e participante no Fórum TSF. Outro não esteve com meias medidas e até mostrou com garbo os “manientos e soberbos que são os gajos ingleses”. Claro que nisto também estavam implícitas as gajas. “Olhem que até no trânsito eles andam ao contrário do resto do mundo. Conduzem pela esquerda”. 

“Raios os partam!”, exclamou a senhora Tita por detrás do balcão do café onde se ouvia a TSF. No café “Flor que se Cheire” tudo e todos davam atenção ao Fórum de hoje. Nem a máquina de moer o café, barulhenta, teve direito a dar um pio. Só as bicas, cimbalinos e expressos curtos saiam para as chávenas e daí pelas goelhas abaixo dos clientes. “Silêncio, que se está a tratar do Brexit”- Sussurrou o Manel Cambalhotas para o Agapito que queria começar a falar do desaire da seleção nacional de futebol que perdeu contra a Suécia no jogo de ontem na Madeira - que agora tem aeroporto com nome de Ronaldo. 

Por isso o Manel disse baixinho: "Pfff. Onde já se viu. Só saloiada manienta e soberba se lembra de fazer uma destas. Lá está, são ilhéus. Solitários e broncos – os que são. E são poucos… mas mandam, põem e dispõem. Olhem o Jardim que até parecia não ter a caixa dos pirolitos devidamente arrumada, caixa que usava sobre os ombros mas que não era uma cabeça… normal. Engraçado, muitas vezes era. O pior foi o resto. Já se foi." Fim da retorica do Manel depois do Trombolho o mandar calar com um carolo atrás da cabeça.

Que coisa. Vejam lá para onde fugiu esta conversa. Palha, é o que é. Adiante. O que interessa é que a seguir vem aí o Expresso Curto por Valdemar Cruz. É o que vai salvar a situação. Leiam. Podem crer que tem substrato e até oásis. Ao contrário do que até agora leram (se foram capazes). Amanhã é outro dia e pode ser que aconteça coisa melhor para abrir este matinal Expresso Curto que por nós no PG chega à tarde. Estilo atrazadinhos da Silva. Pois. Até amanhã, se tiverem essa paciência. Vão ler. Cliquem, se forem capazes. (MM / PG)

Mais lidas da semana