Martinho Júnior | Luanda
Em
saudação aos 60 anos do MPLA, aos 52 anos da passagem do Che por África e aos
43 anos do 25 de Abril… e assinalando os 50 anos do início do “Exercício
ALCORA” e os 50 anos do início da Guerra do Biafra.
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O fascismo e colonialismo do Estado Novo, em função dos problemas que criou,
tornou-se praticamente indigente no que ao armamento e equipamento militar
dizia respeito: e vassalo nas obrigações internacionais no quadro da NATO e do
Exercício ALCORA, uma vassalagem que não parou com o 25 de Abril de 1974.
Em
Goa, Damão e Dio, ficou evidente que a capacidade militar do colonialismo
português praticamente não existia e no campo da NATO, muito poucos tinham
interesse em ajudar essa indigência avassalada, inclusive o aliado
Grã-Bretanha.
Logo
em 1961 relativamente a Angola, era essa a impressão do cônsul-geral da África
do Sul em Luanda e por isso os portugueses recorreram desde logo ao “apartheid” para
criar comunicações que levassem a futuros entendimentos com a África do Sul.
Se
a vassalagem era impotente em relação à NATO, iriam buscá-la noutras paragens.
Em
Setembro de 1963, a África do Sul ofereceu assistência militar e um ano depois,
os portugueses manifestaram ao “apartheid” que estavam interessados
num acordo permanente para o fornecimento de peças e outros serviços de apoio
para os helicópteros Alouette III.
Em
1967 os dois países deram mais um passo no sentido do fornecimento por parte da
África do Sul de material militar, algo que agradava ao “apartheid”, que
além do mais se ia apercebendo que Portugal iria ficar em dependência em
relação ao seu poderio e interesses.
Em
1968 os enlaces derivaram no sentido de se criar as bases do acordo do âmbito
do Exercício ALCORA, sendo definida a entrada das SADF e Polícia sul-africana
no sudeste de Angola, a pretexto do “apartheid” se juntar aos
portugueses e dar caça simultaneamente às guerrilhas da SWAPO e do MPLA.
Em
ambos os casos o “apartheid” aproveitou para estreitar laços com a
PIDE/DGS, uma vez que o conceito e a doutrina dos Flechas às ordens de Óscar
Cardoso lhes interessava, tanto como a Operação Madeira.
De
entre os equipamentos que a África do Sul se comprometeu a fornecer nesse ano,
estavam 5 helicópteros Alouette III, 33 autometralhadoras Panhard AML e 283
rádios TR 28C.