quarta-feira, 26 de julho de 2017

O PROGRAMA SECRETO DO CAPITALISMO TOTALITÁRIO



Como Charles Koch e outros bilionários financiaram, nas sombras, um projeto político que implica devastar o serviço público e o bem comum, para estabelecer a “liberdade total” do 1% mais rico

George Monbiot* | Outras Palavras | Tradução: Antonio Martins

É o capítulo que faltava, uma chave para entender a política dos últimos cinquenta anos. Ler o novo livro de Nancy MacLean,Democracy in Chains: the deep history of the radical right’s stealth plan for America [“Democracia Aprisionada: a história profunda do plano oculto da direita para a América] é enxergar o que antes permanecia invisível.

O trabalho da professora de História começou por acidente. Em 2013, ela deparou-se com uma casa de madeira abandonada no campus da Universidade George Mason, em Virgínia (EUA). O lugar estava repleto com os arquivos desorganizados de um homem que havia morrido naquele ano, e cujo nome é provavelmente pouco familiar a você: James McGill Buchanan. Ela conta que a primeira coisa que despertou sua atenção foi uma pilha de cartas confidenciais relativas a milhões de dólares transferidos para a universidade pelo bilionário Charles Koch1.

Suas descobertas naquela casa de horrores revelam como Buchanan desenvolveu, em colaboração com magnatas e os institutos fundados por eles, um programa oculto para suprimir a democracia em favor dos muito ricos. Tal programa está agora redefinindo a política, e não apenas nos Estados Unidos.

Buchanan foi fortemente influenciado pelo neoliberalismo de Friedrich Hayek e Ludwig von Mises e pelo supremacismo de proprietários de John C Carlhoun. Este último argumentava, na primeira metade do século XIX, que a liberdade consiste no direito absoluto de usar a propriedade – inclusive os escravos – segundo o desejo de cada um. Qualquer instituição que limitasse este direito era, para ele, um agente de opressão, que oprime homens proprietários em nome das massas desqualificadas.

A GUERRA DO FOGO | Só há um distrito de Portugal que não está a arder



As temperaturas altas aliadas ao vento forte dos últimos dias têm propagado os incêndios um pouco por todo o país, dificultando a vida aos milhares de bombeiros que estão no terreno.

Os incêndios não estão a dar tréguas aos bombeiros e às populações que têm vivido os últimos dias em sobressalto, em especial em Mação, um dos incêndios mais graves que está atualmente ativo.

Às 16h45 desta quarta-feira a informação da Autoridade Nacional da Proteção Civil é a de que há incêndios em todo o país, existindo apenas um distrito do continente onde não há qualquer ocorrência deste género: Faro.

Os restantes 17 distritos estão a braços com as chamas que teimam em destruir milhares de hectares de povoamento florestal, ao mesmo tempo que colocam pessoas e casas em perigo.

Centenas de pessoas já foram retiradas das suas casas, algumas habitações arderam mas, ao contrário do que sucedeu em Pedrógão Grande, não há, para já, vítimas mortais a lamentar.

Segundo informação disponível na página da internet da Proteção Civil, a esta altura estão 3.464 operacionais no terreno que, apoiados por 1.051 meios terrestres e 33 meios aéreos, combatem um total de 69 incêndios, dos quais 43 estão em conclusão, 13 estão em fase de resolução e outros 13 estão ainda ativos.

Patrícia Martins Carvalho | Notícias ao Minuto | Foto: Reuters

Portugal | MÁS PRÁTICAS JORNALÍSTICAS DÃO ORIGEM A PETIÇÃO AO PARLAMENTO



Apoie esta Petição. Assine e divulgue. O seu apoio é muito importante.

Petição para requerer o agendamento de um debate na Assembleia da República (AR) sobre o tema: práticas jornalísticas nos órgãos de comunicação social públicos.

Exmº. Senhor Presidente da Assembleia da República
Prof. Eduardo Ferro Rodrigues

Os abaixo assinados vêm requerer o agendamento de um debate na Assembleia da República (AR) sobre o tema: práticas jornalísticas nos órgãos de comunicação social públicos. 

UM COMEÇO VERDADEIRAMENTE NOVO 

Vivemos uma nova época de Democracia plena e fecunda em Portugal. As organizações políticas discutem todos os temas sem tabus, sem os constrangimentos tradicionais dos aparelhos dos partidos, sem os habituais impedimentos dos fechamentos ideológicos que os inibem muitas vezes de um debate aberto e profícuo nos seus consensos. 

Não podemos passar por cima de que foi a “esquerda” que ao mostrar caminhos alternativos à austeridade abriu o campo não só para um melhor nível de vida entre toda a população portuguesa como proporcionou uma nova dinâmica à Democracia vencendo a secular desunidade, mas, e isto é essencial: sem dogmatismos e sem excluir a “direita”. Todos vivemos neste país, todos somos importantes e necessários. Se se olhar para Portugal como uma comunidade socio-económico-cultural e de afectos – própria das sociedades mediterrânicas a distinção esquerda/direita deixa de fazer tanto sentido, não anulando as “lutas de classes” como é natural, mas apresentando-nos a hipótese de um caminho comum – o do progresso social – que nos é caro a todos. 

A Comunicação Social pública deve reflectir este novo estado de coisas, para isso tem que sair da sua “zona de conforto” – tem que ter um novo começo novo: sem exclusões à partida, mas com veracidade e objectividade. Que ultrapasse a vaidade e o espectáculo do pivot-artista para de novo instalar o Jornalista que sem julgamentos prévios serve a população servindo a procura da verdade e a isenção que lhe é necessária. É este o sentir de muitos portugueses que querem ver este tema tratado na Assembleia da República – o lugar da Democracia. 

A ética profissional jornalística diz-nos que não é possível contaminar a informação com ideologia. Há dias um jornalista inicia uma peça dizendo a propósito de um governante: «a ministra da Administração Interna, veio a este evento, APÓS VÀRIOS DIAS SEM APARECER EM PÚBLICO…» Reparem na sofisticação do pré-juízo... «parece que a senhora ministra andou fugida ou escondida ou que a função dela é andar sempre em público…» (MD). É como se o trabalho dos ministros se passasse no espaço público… tudo o que o jornalista dissesse a seguir estava contaminado por este pré-julgamento idiota e sabemos que o jornalista não o ignora… Mais, isto já é apresentado como uma nova estratégia governamental – os Ministros trabalharem nos seus Gabinetes – e, pasme-se, esta estratégia é promovida pelo Presidente da República, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, assim nos querem fazer crer. Citamos um exemplo “moderado” de manipulação da informação, não vamos sequer ao básico da entrevista às pessoas em pânico que vêem o fogo ameaçar as suas casas.

Nestas situações trágicas os jornalistas locais chegam a atingir o ridículo… mas trágico porque envolve a vida das pessoas. Não é legítimo começar telejornais em semanas que não terminam pedindo a cabeça de responsáveis ou criando a desorientação e o medo entre a população ameaçando-as que os serviços públicos estão descomandados… descomandada está a Comunicação Social (C.S.). Não é legítimo começar os telejornais semanas a fio querendo apressar investigações de carácter académico-científico e/ou policial que ainda agora começaram… 

Se a CS privada além da informação, talk-shows, telenovelas e globos de ouro, tem que garantir mais-valias aos seus accionistas., o que é legítimo. Esse não é, não pode ser, o objectivo da C.S. pública, mas sim: informar e ser sustentável. No mínimo, já não vamos ao ponto de ser didática-pedagógica, mas tem que manter a população informada, convidar à cidadania e protecção das camadas sociais mais desfavorecidas, e não onerar ainda mais os cidadãos. Esta perspectiva, estes valores, têm que estar permanentemente no dia-a-dia dos trabalhadores da C.S. pública, contrariando o vale-tudo-consumista da sociedade em que tudo é espectáculo. Não se trata de repetir velhos chavões como defender o Estado Social, mas sim, manter um nível de coesão social para que Portugal seja mais que uma Nação de oitocentos anos mas uma verdadeira comunidade. 

Para os abaixo-assinados a C.S. pública não tem reflectido estes valores básicos e, se bem que aceitemos que se possa pensar diferentemente, vimos solicitar junto da Assembleia da República um debate alargado para que se reflicta sobre as práticas da C.S. pública impedindo que esta possa servir quaisquer interesses políticos que não os que servem objectivamente a maioria da população portuguesa. Para isso temos que ter profissionais isentos e equidistantes de qualquer poder – assuma ele as formas que assumir. 

Aguardando um agendamento para o mais breve possível. 

Atentamente, os abaixo-assinados 

(Nome, mail e nº. BI ou cartão de cidadão; E NÃO SE ESQUEÇAM, POR FAVOR, DE CONFIRMAR A ASSINATURA NO VOSSO MAIL. Obrigado) 


PEDRÓGÃO | Guerra dos Números



Ana Alexandra Gonçalves*

Já estamos habituados à guerra dos números: taxa de desemprego, crescimento económico, défice, etc. Indicadores económicos que enchem páginas de jornais e tempo de antena. Menos habituados estaremos aos números da morte, e espero que a esses nunca nos habituemos.

Refiro-me, claro está, à mais recente celeuma em torno dos números de vítimas mortais dos incêndios do passado mês de Junho. São esses números, oficiais ou nem tanto, a ocuparem todo o espaço mediático.

O poder local, designadamente os três Presidentes de Câmara das regiões afectadas pelos incêndios, afirmaram desconhecer outros números para além dos oficiais; o Governo nada diz sobre o assunto porque o mesmo está sob segredo de justiça; e a oposição, sobretudo um PSD em plena transformação num partido populista, depois do estrondoso falhanço neoliberal, saliva perante toda e qualquer suspeita de incongruência que possa ser imputada ao actual Executivo. Nessa precisa medida, o seu líder parlamentar, Hugo Soares, faz um ultimato ao Governo de Costa: têm 24 horas para divulgar a lista com os números exactos, ou... ou... ou... não se sabe. Soares não disse quais serão as consequências se o Governo não cumprir o solicitado no prazo de 24 horas. Aliás, quando as mesmas chegarem ao seu término, aposto que o mundo continuará a girar.

Sabemos que esta é uma altura má para alguns jornalistas e para a oposição: os números da economia continuam a ser particularmente positivos, as férias obrigam a um certo desprendimento e o campeonato nacional de futebol ainda não começou. Enchem-se chouriços com conjecturas e até teorias da conspiração entrevistando quem, desprovido de factos ou base empírica, afiança conhecer mais vítimas para além das oficiais, numa espécie de concurso mórbido do "Quem quer ter um minutinho de fama que avance com mais uma vítima mortal". Porém, a insistência num único assunto, abordado com base em suposições, de tal forma exacerbado que ultrapassa os limites da decência, revela-se contraproducente. Senhores jornalistas e apaniguados de Passos Coelho fiquem cientes do seguinte: as pessoas estão cansadas da exploração de um tema que já contém em si uma tristeza que a todos nos atinge e continuará a atingir por muito tempo. As pessoas sabem que essa exploração desmedida tem como finalidade atingir o Governo que continua a ser um osso difícil de roer para a oposição, mas também para um certo jornalismo outrora considerado sério e credível.

Entretanto o CDS ameaçou com uma moção de censura. Entretanto, a Procuradoria-Geral da República divulgou a lista oficial, o que poderá colocar um ponto final na polémica, mas não apagará o aproveitamento indecente levado a cabo pelos partidos de direita.

-- Este texto, exceptuando as últimas duas linhas, foi dedicado e enviado ao Director do Expresso.

* Ana Alexandra Gonçalves | Triunfo da Razão

A EVIDÊNCIA | Governo agiu "como era suposto" na polémica das vítimas de Pedrógão Grande



O Governo considerou, esta quarta-feira, que era "o primeiro interessado" na divulgação das vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, mas respeita o segredo de justiça, e acusou o PSD de recair na "imoralidade" após o caso dos suicídios.

Uma posição transmitida em conferência de imprensa pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, depois de a Procuradoria-Geral da República ter divulgado a lista de vítimas do incêndio de Pedrógão Grande e de o PSD ter anunciado que assim desistia de requerer a realização de um debate de urgência da Comissão Permanente da Assembleia da República.

Segundo o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, pela parte do Governo, "nunca" se colocou a questão de "divulgar ou não a lista de mortos".

"O Governo Português fez aquilo que lhe competia, comportou-se como é suposto um Governo comportar-se. A lista das vítimas mortais da tragédia de Pedrógão Grande estava sob segredo de justiça, e um Governo que se dá ao respeito e respeita as instituições e o Estado de Direito cumpre o segredo de justiça decretado pela Procuradoria-Geral da República", acentuou Pedro Nuno Santos.

Neste ponto, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares referiu mesmo que, tendo em conta a lista divulgada pela PGR, "o primeiro interessado em divulgar essa mesma lista era o Governo".

O DIABO JÁ CÁ ESTÁ HÁ MUITO, É PASSOS!



Desde ontem que há marmanjos e marmanjas na política, na classe dita jornalística e em alguns jornais, rádios e televisões - pelo menos esses - que começaram a roer as unhas e ainda não pararam. Até já se lhes vê o sabugo. Se não pararem lá vai o antebraço. Só restarão coutos. E a partir dos cotovelos lá terão de usar próteses adequadas. Para que assim possam continuar a escrever com alardes nada dignos da profissão dita jornalística. Adiante.

A lista das vítimas do malvado incêndio de Pedrógão Grande foi divulgado. 64 vítimas mortais e mais duas que estão em investigação para que sejam apuradas as causas das mortes. Nada que não se soubesse, nada que o governo não tivesse comunicado, nada que a Proteção Civil também divulgou. Até à data as vítimas mortais do incêndio são 64. Pois.

A divulgação foi da PGR porque era quem o podia e devia fazer, visto que a tragédia estava em segredo de justiça. Lá terá as suas razões. Costa e outros do governo disseram que não podiam avançar nada porque estava em segredo de justiça. E estava. O governo não mentiu, não escondeu absolutamente nada. Respeitou a lei e respeitou as vítimas, assim como os seus familiares e amigos.

Se houve quem não o fizesse e tomasse uma postura aviltante de verdadeiros javardos da classe política foram os dirigentes do PSD e do CDS. A dar mais nas vistas Passos e Cristas. Ficou claro para todos os portugueses que ambos cavalgaram as chamas da ausência de vergonha, de respeito e boa índole. Preferindo fazer política da pior. Daquela que pretende tirar vantagens sobre cadáveres que pereceram no inferno de Pedrógão Grande. E o diabo desse inferno foi principalmente Passos Coelho e outros da javardaria política em que o PSD se transformou. Pese embora na nossa memória que o CDS também se colou a chafurdar em tal chiqueiro e dessa atitude ninguém o pode ilibar em abono da verdade.

O diabo já cá está há demasiado tempo

Passos bem dizia que vinha aí o diabo. Por ser tão mentiroso omitiu que afinal o diabo é ele próprio, que se iniciou na realização dos seus malefícios a Portugal e aos portugueses desde que tomou posse como primeiro-ministro a 21 de junho de 2011, até 10 de novembro de 2015, quando uma moção de rejeição ao programa do seu novo e maldito governo foi aprovada com os votos do PS, BE, PCP, PEV e PAN, obrigando à queda de Passos e da pandilha que por mais de 4 anos miserabilizou o país e os portugueses. O desemprego, a fome e a morte foram obra sua e de ministros que o ladearam num governo pejado de mentiras, em que ele, Passos, conseguiu ser sempre o aldrabão-mor, o portador de sujeira-política até então jamais vista na democracia de Portugal.

Que a memória e as almas das vítimas de Pedrógão não lhes perdoem o hediondo comportamento político que ferozmente puseram em prática. Que os portugueses jamais esqueçam do nada que aquela parelha vale. Merecemos melhor, muito melhor.

MM | PG

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