terça-feira, 1 de agosto de 2017

LONGOS SÃO OS CAMINHOS ÁVIDOS DE VIDA E PAZ!...



Martinho Júnior | Luanda

1- Há precisamente 7 anos, no dia 1 de Agosto de 2010, o Comandante Hugo Chavez nas suas Linhas de vanguarda, abordava o drama da Colômbia num momento em que a fronteira entre a barbárie e a civilização era tenuemente exposta na Colômbia…

Recordo suas palavras de então:

“A lo largo de toda esta semana, hemos estado combatiendo activamente por la paz. Nos hemos fijado un objetivo supremo: detener la locura guerrerista que se ha apoderado de la Casa de Nariño, impedir que el Gobierno lacayo de Uribe, ya de salida, perpetre su último y más nefando crimen: arrastrar a un conflicto bélico a dos pueblos que se saben y se sienten hermanos en Bolívar.

Estamos reivindicando para el pueblo colombiano el mismo derecho que reivindicamos para nuestro pueblo y para todos los pueblos de Nuestra América: el derecho de vivir en paz, al que le cantara con tanta fuerza y tanta belleza el gran trovador chileno Víctor Jara.

Lamentablemente, el horrible saldo que deja el indigno inquilino de la Casa de Nariño no es otro que este: la exacerbación de la violencia que durante más de 60 años ha definido el doloroso devenir histórico de Colombia. Devenir doloroso y trágico que sintetizan estas palabras del gran pensador colombiano Renán Vega Cantor – Si se hiciera un minuto de silencio por cada uno de los muertos, torturados y desaparecidos en los últimos 60 años en Colombia, tendríamos que permanecer callados 2 años continuos”…

Lembro essas sábias palabras, por que a Colômbia hoje possível e impossível então, prova o sabor da paz que passa pela integração, pelo aprofundar da democracia, pelo constante diálogo e pela constante busca de consensos…

AFRICANOS SOMOS TODOS NÓS | ÁFRICA, BERÇO DA HUMANIDADE



Repasso como me foi encaminhado. Não vi nada a respeito na Net sobre o texto abaixo atribuído a um viajante africano. Sinais dos tempos de fakes, ou nem tanto assim na medida em que, verdadeiros ou não, as páginas da história também contêm valiosos testemunhos de autores desconhecidos. Todavia, achei que o texto peca pela quase generalização. Porém, tem também dolorosas verdades que só um nacionalismo acrítico ou um uma afrofobia podem negar.

Alberto Castro*, Londres

AFRICANO ANÓNIMO

"A maioria dos brasileiros têm da África ainda uma imagem baseada na narrativa colonial e escravocrata que teima em persistir nos dias de hoje por razões políticas e ideológicas, tal como na acontece em muitos outros países. Ignorantes, pensam eles que o continente é um país e que nele proliferam ditaduras, corrupção, guerras, doenças, miséria, fome, cabanas, florestas e savanas com animais ferozes comendo pessoas. Não se veem no próprio espelho e desconhecem que o país deles, campeão mundial de desigualdades, vive em estado de guerra não convencional que por ano ceifa mais vidas humanas do que as perdidas em qualquer país em guerra declarada. Não sabem que tem países africanos com IDH superior ao do Brasil, organização, governação e transparência de lhes fazer inveja! Poucos, mas tem. Um feito se levarmos em conta que como países soberanos são bem mais jovens que o Brasil. Não sabe a generalidade dos brasileiros que a África já produziu prêmios Nobel em várias áreas, coisa que o Brasil nunca teve a não ser... prêmio Vergonha da Maior Corrupção Mundial! São um povo, mas ainda não são uma Nação. Falta-lhes, por isso, altivez, coisa que os africanos têm de sobra. A altivez que julgam ter é entoar slogans vazios como aquele que diz "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor". Ou aquele outro que diz que "brasileiro não desiste nunca". Slogans que não têm respaldo na realidade. Não sei como alguém pode ter orgulho de pertencer a um país campeão de corrupção, de desigualdades sociais e raciais. Do que eles não desistem nunca? Talvez da ilusão de alguma felicidade ocasional que o futebol e o carnaval proporcionam. Não admira que, não sendo nação e estando desprovidos de altivez que os faça transformar a bonita, invadida e saqueada terra tupiniquim na maior potência tropical, suas gananciosas elites, ou parte delas, façam de forma deprimente o papel de subservientes de norte americanos e europeus. Pobre Brasil, gigante de pés de barro, adormecido. Não é mesmo de se levar a sério, como disse alguém! É de BRINCADEIRA, como eles mesmo gostam de dizer."

Texto de um africano viajante pelo Brasil.

*Título PG

TIMOR-LESTE | Não há cenário que exclua Fretilin de liderar Governo -- Ramos-Horta



Díli, 01 ago (Lusa) - O ex-Presidente timorense José Ramos-Horta considerou hoje que não há qualquer "justificação ou cenário" que possa excluir a Fretilin, partido vencedor das legislativas, de liderar o próximo Governo.

"Não há qualquer justificação ou cenário que possa excluir a Fretilin de liderar o Governo. Até pelo menos dar provas da sua capacidade", disse José Ramos-Horta em Díli.

"Devemos dar o benefício da dúvida para quem ganhou as eleições, para quem durante 10 anos não fez o mínimo ato, gesto, de querer destabilizar a governação quando estava mas mãos de outros. Qualquer timorense que quer o melhor deste país deve dar chance à Fretilin de governar e todos nós devemos apoiar", disse.

Ramos-Horta falava à Lusa horas antes de do Tribunal de Recurso ler o acórdão que confirma os resultados finais das eleições de 22 de julho, em que a Fretilin foi o partido mais votado.

Até agora e apesar da declaração de vitória da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), o segundo partido mais votado, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) ainda não se pronunciou sobre o que vai fazer.

Xanana Gusmão, presidente do CNRT, tem estado "desaparecido" da vida pública em Timor-Leste desde o dia da votação e o partido chegou a ter prevista uma reunião da Comissão Política Nacional e uma Conferência Nacional, ambas adiadas.

Fretilin vai formalizar contacto com CNRT para Governo



Díli, 01 ago (Lusa) - O secretário-geral adjunto da Fretilin disse hoje que o partido, vencedor das legislativas timorenses de 22 de julho, vai formalizar nas próximas horas um contacto com o CNRT, de Xanana Gusmão, para viabilizar a formação de Governo.

"A nossa prioridade é o CNRT, como compromisso nosso que assumimos durante a campanha. Vamos formalizar, dando prioridade ao CNRT", disse à Lusa José Reis, depois da leitura do acórdão do Tribunal de Recurso que confirmou os resultados das legislativas.

"Com este resultado, o partido vai tomar medidas em breve. Vamos formalizar os nossos contactos com o partido CNRT. Foi um compromisso eleitoral nosso. Durante a campanha o secretário-geral da Fretilin, Mari Alkatiri, sempre se referiu a isso", explicou.

O Tribunal de Recurso timorense validou os resultados finais das eleições legislativas do passado dia 22 de julho, confirmando a vitória da Fretilin, permitindo que o Presidente de Timor-Leste convide os partidos a formar Governo.

A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) obteve 168.480 votos (29,7% do total) o que lhe dá 23 lugares no Parlamento, tendo obtido mais 1.135 votos que o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) que obteve 167.345 votos (29,5% do total) e ficará com 22 deputados.

China coloca responsabilidade por paz na península coreana sobre Washington e Pyongyang



Pequim, 01 ago (Lusa) - Estados Unidos e Coreia do Norte têm a "principal responsabilidade" pela escalada de tensões e negociar a paz na Península Coreana, não a China, afirmou na segunda-feira o embaixador de Pequim nas Nações Unidas.

Liu Jieyi afirmou que se Washington e Pyongyang rejeitarem reduzir as tensões e o diálogo, "não interessa o quão capaz a China é, os esforços chineses não vão produzir resultados práticos, porque depende dos dois lados principais".

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a China de falhar em travar o programa nuclear e de mísseis balísticos da Coreia do Norte e ameaçou com possíveis represálias económicas contra Pequim, que é responsável por 90% do comércio externo do país governado por Kim Jong-un.

Liu disse que, em vez de cumprir o apelo do Conselho de Segurança para reduzir tensões e relançar as negociações a seis [China, Estados Unidos, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Japão e Rússia], as tensões têm aumentado como resultado de novos testes com mísseis, comentários como "todas as opções estão sobre a mesa" e a instalação do sistema anti-mísseis norte-americano THAAD na península coreana.

Xi Jinping: China não permitirá que lhe tirem nem um pedaço de seu território



O povo chinês não permitirá a ninguém tirar qualquer parte de seu território, declarou na terça-feira (1) o presidente da China, Xi Jinping.

"O povo chinês gosta da paz, nunca nos tornaremos agressores nem expandiremos nossas fronteiras à conta de outros. Mas também não permitiremos a nenhuma pessoa, organização ou partido político que prive à China uma parte do seu território, independentemente de quando e como isto ocorrer", afirmou o presidente chinês.

Ele sublinhou que ninguém fará com que Pequim suporte algo que prejudique sua "soberania, segurança e interesses de desenvolvimento do país".

O ELP foi fundado em 1° de agosto de 1927, durante o levantamento de Nanchang contra o então partido Kuomintang. A guerra civil posterior resultou na fundação da República Popular da China na China continental, em 1° de outubro de 1949.

Sputnik 

China inaugura sua primeira base militar no exterior em Djibuti



A inauguração da nova base militar chinesa em Djibuti reafirmou o país, localizado no nordeste da África, como um ponto estratégico e de interesse para várias potências mundiais.

Pequim inaugurou oficialmente em Djibuti a sua primeira base militar no exterior. A ocasião foi marcada por uma cerimônia, durante a qual se hasteou a bandeira da China nas novas instalações no país africano, relatou Reuters, citando fontes oficiais chinesas. A data é simbólica, pois 1 de agosto é o aniversário de 90 anos do Exército de Libertação Popular.

Pequim começou a construção da base militar em solo africano no início do ano passado. A instalação será usada para a manutenção de navios militares chineses que realizam patrulhas contra pirataria na região que abrange o golfo de Aden, o mar Vermelho, o mar Arábico e parte do Oceano Índico.

Além disso, China pretende fornecer apoio logístico aos membros de suas forças armadas para realizar missões marítimas de escolta na área e para apoiar missões de paz e de ajuda humanitária da ONU na África e Ásia Ocidental.

Portugal | O CIMENTO DAS PESSOAS



Nuno Ramos de Almeida  | jornal i | opinião

Cultiva-se para o futuro. Durante muito tempo, as coletividades foram o maior exemplo de sementeira para criar gerações futuras. Aí se dava o espaço para a prática desportiva, o convívio e a cultura. A sua morte significa a destruição de uma memória, mas sobretudo de uma forma generosa de ver a vida: semeamos para outros poderem colher

No início do seu último livro, a antropóloga Paula Godinho conta a história de um velho camponês que sabe que vai morrer em pouco tempo mas que, apesar disso, se afadiga até ao último sopro de vida a lavrar as suas poucas terras e a deitar-lhes as sementes para uma colheita que ele sabe que nunca verá. “O futuro é para sempre”, concluía a antropóloga, que aprofunda o sentido dessa ideia, citando as palavras do poeta Federico García Lorca, cedo ceifado pelas balas dos pelotões de execução franquistas, quando falou na inauguração da biblioteca da sua aldeia da Andaluzia: “Porque é necessário que saibam todos que os homens não trabalham para si, mas para todos os que vêm a seguir, e este é o sentido moral de todas as revoluções e, em última instância, o verdadeiro sentido da vida.” 

Quando olhamos para as coletividades populares que vão sobrevivendo de outras épocas, podemos espreitar a cristalização deste credo em que a memória e o futuro se cultivavam e recriavam coletivamente. 

Ana Dias era adolescente quando passeava com uma amiga pelas ruas de Sines e ouviu música. Entrou pela porta da coletividade aberta e ficou por lá. “Nunca mais saí”, relembra. Aprendeu solfejo e a tocar um instrumento, mas também foi aprendendo a viver e trabalhar com outras pessoas e a escutar os mais velhos a relatarem a história desta terra de corticeiros e pescadores em que mais valia partir que torcer.

PERDA PREMATURA | MORREU SOFIA MORAIS, JORNALISTA DA TSF



Tinha 46 anos

Sofia Morais, jornalista da TSF, morreu esta segunda-feira, aos 46 anos, vítima de cancro. Foi repórter, editora e produtora, tendo trabalhado de forma mais próxima temas de Saúde e Justiça.

A jornalista começou a trabalhar na TSF em 1996, depois de ter passado pelo semanário Expresso.

As cerimónias fúnebres decorrem na terça-feira, pelas 16:00, em Tomar, de onde era natural.

Numa crónica publicada no site da TSF, o jornalista Fernando Alves recorda a "figura frágil, não obstante a solidez", de Sofia Morais, que, "mais do que uma menina que cresceu na rádio", descreve como "uma menina que crescia na rádio".

"Lembramo-nos dela muito menina, nesta rádio, desde quando esta rádio era, também, ainda, tantas vezes menina. Ela era, mais do que uma menina que cresceu na rádio, uma menina que crescia na rádio. A voz dela acendia na rádio palavras crescidas, palavras que acrescentavam. Quase só nos lembramos dela na rádio, porque a rádio era a nossa casa", escreve Fernando Alves.

Diário de Notícias | Imagem Facebook

A voz límpida e robusta (saudosa) numa peça de título sujestivo sobre ex-sem-abrigo, por Sofia Morais, na TSF, em 2016

Adeus, chão de pedra

Sofia Morais

António tem 58 anos e vive há duas semanas num apartamento em Lisboa. Depois de ter estado os últimos 12 anos a viver na rua, António fala num mundo novo, que começa agora.

O projeto para retirar sem-abrigo das ruas da cidade de Lisboa é uma parceria entre a Câmara de Lisboa, a Junta de Frequesia de Arroios e o Centro Paroquial.

Para já, três homens, o mais novo com 58 anos, estão a viver num apartamento na rua Morais Soares. Têm apenas de pagar algumas despesas como a água, luz, telefone, televisão ou limpeza.

António está nesta casa há duas semanas e sublinha que todo o seu mundo mudou: agora tem uma cama, pode tomar banho e comer quando quiser.

António fala numa primeira chave para a autonomia e garante que o que lhe aconteceu dá esperança a muitos dos seus amigos que ficaram na rua.


Adeus, Sofia Morais

PORTUGAL EM CHAMAS | Arderam 118 mil hectares e foram detidas 71 pessoas desde o início do ano



O comandante operacional nacional da Proteção Civil, Rui Esteves, revelou hoje que desde o início do ano arderam 118 mil hectares, foram registadas 8.551 ocorrências de fogo florestal e detidas 71 pessoas.

Numa conferência de imprensa realizada na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), Rui Esteves alertou para o facto de atualmente os incêndios terem "um comportamento totalmente diferente devido ao combustível acumulado nas florestas e à ausência de ordenamento" o que faz com que sejam mais severos.

No último balanço semanal, realizado a 25 de julho, o total de área ardida era de 75.264 hectares e já era o maior no mesmo período da última década.

"Sabemos onde começam os incêndios nunca sabemos onde terminam", disse Rui Esteves dando como exemplo que alguns incêndios este ano após dez minutos de fogo chegaram a ter projeções de cerca de 200 metros.

Lusa | em Notícias ao Minuto | Imagem Reuters

PORTUGAL | Agora são os números do desemprego



Ana Alexandra Gonçalves* | opinião

O ainda líder do PSD, Pedro Passos Coelho, vem manifestando uma inusitada atracção por números: antes dos números do desemprego haviam sido os números de vítimas mortais de Pedrogão, tudo em escassos dias, sendo certo que o antigo primeiro-ministro optou por deixar aos seus apaniguados a tarefa de entrar em discussões surreais e abjectas. Mas a obsessão com os números está lá.

Agora o PSD, desta feita através do seu líder, continua não só com a referida obsessão como com os delírios. Então não é que a redução significativa do desemprego, recuando para níveis de 2008, se deve ao PSD e não ao Executivo que está há quase dois anos em funções.

O actual primeiro-ministro recordou as palavras do líder do PSD que davam conta dos perigos de um aumento do salário mínimo, correlacionando esse aumento com a subida do desemprego. António Costa recordou ainda outro fascínio de Passos Coelho: a emigração. Assunto sobre o qual já se disse e escreveu o suficiente.

Não deixa pois de ser curioso assistir não só à atracção que Passos Coelho sente por números, sempre num contexto de delírio. 

Já se sabe que o séquito do ex-primeiro-ministro defenderá o seu líder recorrendo aos truques do costume: bancarrota (alheios ao contexto externo ou à acção do seu próprio partido ao chumbar o PEC IV, apostados numa outra obsessão: José Sócrates) e a inevitável troika, coisa pouca para Passos Coelho para quem era necessário ir ainda mais longe. E é deste modo que se pretende justificar tudo e mais alguma coisa até os delírios de Passos Coelho, quando estes têm uma explicação bem mais simples: são fruto do desespero. Puro e simples.


Portugal | LIÇÕES DE UM “VERÃO QUENTE”



Jorge Seabra* | AbrilAbril | opinião

“É que estava a ver cada vez pior, os vermelhos mais desbotados, o rosa mais amarelo e o negro a avançar!…» – dizia-me há dias um velho amigo e grande cirurgião, falando da recuperação da visão após a catarata operada, com a sua ironia política e o eterno sorriso de menino maroto.

E talvez tenha sido este Verão de tragédias e as leituras que se procuram para férias que me levaram a comprar o belo e bem documentado livro Quando Portugal ardeu, do jornalista da Visão Miguel Carvalho, uma revisitação às memórias do «Verão Quente» de 1975 e à onda de crimes da rede bombista que atacou sindicatos e partidos de esquerda, alegando querer restaurar a democracia «ameaçada pelos comunistas».

Estão lá bem documentadas as cumplicidades de insuspeitos «democratas» com a CIA de Carlucci, (condecorado por Mário Soares) e as ligações com a direita salazarenta e revanchista, onde afloram conhecidos bombistas, como Ramiro Moreira (premiado com um emprego na Petrogal e amnistiado por Mário Soares), Manuel Marques da Costa, o «Águia», Teixeira Gomes e o Ângelo «de Trancoso», industriais nortenhos como Rui Castro Lopo, Abílio de Oliveira e Joaquim Ferreira Torres, este último, silenciado a tiro por cúmplices, numa emboscada.

Estavam também envolvidos altos comandos militares, como o comandante da Região Norte, Brigadeiro Pires Veloso, chefes da PSP (Major Mota Freitas) e da PJ (Inspector Júlio Regadas), e figuras gradas da Igreja, onde se destacam o arcebispo de Braga e o Cónego Melo, este último com direito a estátua na cidade, talvez por dizer «Deus abençoe as vossas mãos» aos bombistas do MDLP (Movimento Democrático de Libertação de Portugal, de extrema-direita).

Entre muitos outros, a rede incluía membros do Conselho da Revolução, como Sanches Osório e Canto e Castro, e da Junta de Salvação Nacional, como o general Galvão de Melo e o ex-presidente da República, general Spínola, que comandou, a partir de Espanha e da Suíça, o terrorismo bombista do MDLP, e que afirmou querer «eliminar fisicamente» os comunistas a Günter Wallraff, jornalista alemão que se fez passar por traficante de armas, sendo depois premiado pelo 25 de Novembro, que o elevou a Marechal.

OBSESSÃO | Quando os EUA planejaram destruir a URSS



Operação Dropshot pressupunha o lançamento de 300 bombas nucleares e outras 29 mil bombas convencionais sobre 200 alvos e cerca de 100 cidades e vilas na URSS. O objetivo era acabar com 85% do potencial industrial soviético com um só golpe.

Após a Segunda Guerra Mundial, os EUA, os únicos que então possuíam armas nucleares, avaliaram a possibilidade de lançar "um ataque preventivo" contra a União Soviética. Eles temiam uma invasão à Europa Ocidental, Oriente Médio e Japão.

Em setembro de 1948, o presidente americano Harry S. Truman aprovou um documento do Conselho Nacional de Segurança (intitulado NSC 30) sobre "Política da Guerra Atômica", segundo o qual os Estados Unidos deveriam estar preparados para "utilizar de forma rápida e eficaz todos os recursos apropriados disponíveis, incluindo armas nucleares, no interesse da segurança nacional".

A fama de LeMay

O general LeMay era famoso por ter liderado a campanha de ataques estratégicos contra o Japão, encerrada com o bombardeio nuclear de Hiroshima e Nagasaki. Isso lhe rendeu títulos e distinções em diversas universidades norte-americanas.

LeMay organizou o Comando Aéreo Estratégico (SAC, ou Strategic Air Command, que é a instância suprema do comando aéreo estratégico das forças dos EUA) como uma agência capaz de administrar uma possível guerra nuclear durante a Guerra Fria. Obviamente, contra a URSS. Antes que essa organização entrasse plenamente em operação, em 1949, o general propôs lançar o inventário nuclear completo dos EUA (isto é, 133 bombas) contra 70 cidades soviéticas e capitais da Europa Oriental em um período de 30 dias. Sua estratégia se baseava na suposição de que os soviéticos não possuíam nenhuma força equiparável ao SAC na época.

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