O antigo primeiro-ministro
guineense Carlos Gomes Júnior admite estar a analisar a possibilidade de voltar
a liderar um Governo se for desafiado a fazê-lo. Mas primeiro "teria de
consultar a direção do PAIGC", sublinha.
"Não é essa a minha
intenção. Primeiramente teria que consultar a direção do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), depois é que tomarei uma
decisão", afirmou o antigo primeiro-ministro, que se reuniu esta
quarta-feria (24.01) com o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira.
Regressado
ao país há uma semana (18.01), depois de passar os últimos cinco anos
entre Portugal e Cabo Verde, depois de ter sido derrubado por um golpe
militar, Carlos
Gomes Júnior respondeu assim quando questionado sobre se admite a
possibilidade de liderar um futuro governo, na sequência da demissão de Umaro
Sissoco Embaló.
Carlos Gomes Júnior disse não ter
essa pretensão e sublinhou ser antes de tudo um empresário, mas disposto a
ajudar o país. "Se o país precisar de mim um dia, analisarei com os meus
parceiros e com a minha família", declarou.
O encontro entre os dois
dirigentes do PAIGC durou pouco mais que 20 minutos, e à saída Gomes Júnior
disse aos jornalistas, tratar-se de "uma visita ao presidente do
partido" que liderou durante 12 anos.
Afirmou que Domingos Simões
Pereira lhe desejou "um bom regresso" mas que a possibilidade da sua
participação no congresso do partido, a realizar entre 30 deste mês a 04 de
fevereiro, não foi tema da conversa.
"Não foi abordado nada
disso, deixemos as coisas andar", observou Carlos Gomes Júnior. Disse que
teve sempre um bom relacionamento com os dirigentes do partido que liderou
entre 2002 a 2014 mas não sabe responder se existe um mau relacionamento com o
atual líder, Domingos Simões Pereira.
Presença no congresso do PAIGC
O antigo primeiro-ministro
entregou hoje à direção do PAIGC uma carta a solicitar a sua presença no congresso
daquela força política que deverá começar no próximo dia 30, disse à Lusa fonte
partidária.
Carlos Gomes Júnior foi
presidente do PAIGC entre 2002 a 2014, ano em que foi substituído, num
congresso, por Domingos Simões Pereira. Em 2012, "Cadogo" foi
deposto por um golpe militar. Desde que regressou ao país, a sua presença no
congresso tem sido assunto de conversa entre os militantes do PAIGC.
O porta-voz do PAIGC, João
Bernardo Vieira esclareceu que Gomes Júnior, está impossibilidade de tomar no congresso
enquanto delegado, por não ser atualmente dirigente de qualquer órgão e ainda
por não ter sido eleito nas estruturas de base, conforme os estatutos, disse.
O comité central é o órgão máximo
de decisão entre os congressos do PAIGC e é onde se vai determinar se Carlos
Gomes Júnior poderá ou não participar no congresso, que decorre entre 30 de
janeiro a 4 de fevereiro, em Bissau.
Agência Lusa | em Deutsche Welle
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