O líder do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, condenou
hoje a nomeação, pelo chefe de Estado, de Artur Silva para primeiro-ministro do
país.
Em causa, explicou Domingos
Simões Pereira, é o facto de esta nomeação pelo Presidente guineense, José
Mário Vaz, estar "fora do quadro constitucional e do Acordo de
Conacri", que estabelece um roteiro para a normalização institucional do
país.
Simões Pereira enfatizou as
qualidades técnicas e profissionais de Artur Silva e ainda o facto de aquele
ser militante e dirigente do PAIGC mas demarcou o partido daquela nomeação.
O Acordo de Conacri é um
instrumento patrocinado pela comunidade da África Ocidental e rubricado pelos
atores políticos guineenses, visando acabar com a crise política que já dura no
país lusófono há cerca de três anos.
No âmbito desse acordo seria
nomeado um primeiro-ministro de consenso para presidir a um governo integrado
por todas as partes desavindas.
No entender do líder do PAIGC,
vencedor das últimas eleições legislativas, o Presidente guineense não quis
cumprir com a Constituição, propondo ao seu partido a indicação do nome do
primeiro-ministro e também não respeitou o Acordo de Conacri.
A intenção de José Mário Vaz, ao
propor Artur Silva, diz Domingos Simões Pereira, é criar divisão no seio do
PAIGC.
"Sublinhamos que o
Presidente da República insiste na sua saga de dividir tudo e todos",
acusou Domingos Simões Pereira.
O líder do PAIGC disse só não
compreender as razões pelas quais José Mário Vaz não aproveitou a oportunidade
para cumprir com a constituição e convidar formalmente o partido para nomear um
primeiro-ministro.
Domingos Simões Pereira, que falava
aos jornalistas num hotel de Bissau onde se reuniu com os convidados
estrangeiros ao congresso do seu partido, confirmou a abertura dos trabalhos do
conclave na noite passada, ainda que de forma improvisada.
O dirigente acrescentou que o
partido está a tentar arranjar uma alternativa já que a sede continua ocupada
pelas forças de segurança, a mando do governo, impedindo o acesso de militantes
ao local.
MB // PJA | Lusa
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