Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
O congresso do PSD que serviu
para entronizar o líder eleito Rui Rio foi o espelho da pequenez de um partido
desorientado por estar longe do poder e, pior de tudo, sem perspectivas de o
recuperar.
A pequenez do partido é patente
na forma como as distritais que apoiaram Rio se mostraram “magoadas” por terem
ficado excluídas, nas escolhas polémicas como o caso da inefável ex-bastonária
da Ordem dos Advogados, Elina Fraga, nos avisos de quem ainda não foi a
eleições, mas parece querer ir agora, como é o caso de Luís Montenegro e na
omnipresença de Santana Lopes. Pelo meio, muitos não acreditam nas palavras de
Rui Rio a rejeitar a possibilidade de um bloco central.
O resto do congresso voltou a
pautar-se por mais pequenez, com exercícios repetitivos sempre com José
Sócrates na boca de todos. De resto, não há mais nada para além de Sócrates.
Não há ideias, projectos ou qualquer coisa remotamente semelhante, apenas
tentativas de promover a mediocridade e ignomínia a heroísmo, tudo num conjunto
de exercícios verdadeiramente surreais.
E ainda na pequenez a voz que
fala mais alto pertence aos órfãos de Passos Coelho que vêem em Rio um líder de
transição e olham para Montenegro como um pai em potência. E este será o maior
problema de Rio, este e a mais inexorável ausência de ideias num contexto em
que a esquerda continua a surpreender, sempre pela positiva.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão
Foto: Tiago Miranda | em Expresso
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