Chanceler federal da Alemanha
pede diálogo com os EUA após Trump confirmar sobretaxas de importação do aço e
do alumínio. Guerra comercial não beneficiaria ninguém, afirma.
A chanceler federal da Alemanha,
Angela Merkel, criticou nesta sexta-feira (09/03) as sobretaxas
de importação do aço e do alumínio adotadas pelos Estados Unidos e
defendeu o diálogo para lidar com a questão, assim como uma isenção para a
União Europeia (UE).
Após uma reunião com associações
líderes da economia alemã, em Munique, Merkel afirmou que vê a imposição das
tarifas com preocupação e ressaltou seu total apoio à Comissão Europeia para
que se dirija à Organização Mundial de Comércio (OMC) e busque o diálogo com as
autoridades americanas e com outros países, como a China.
"Precisamos agora, de
preferência, primeiro dialogar. O melhor seria se pudéssemos ficar
isentos", acrescentou a chanceler.
Ao ser questionada se temia uma
guerra comercial, Merkel afirmou apenas que seu caminho não ajuda ninguém.
"Estamos convencidos de que no fim é prejudicial para todos. Ninguém
ganharia com uma corrida como esta. E, por isso, buscamos muito conscientes o
diálogo", acrescentou.
A chanceler não quis comentar as
medidas tarifárias cogitadas pela União Europeia (UE) para responder a
Washington. Merkel destacou, porém, que a Alemanha, o lado da Europa, também
pode reagir.
Ela lembrou ainda que há um
regime de tarifas negociado no marco da OMC e que a Alemanha trabalhou sempre
em favor de um tratado de livre-comércio com os EUA e da eliminação de
barreiras. A chanceler garantiu que esse deve ser o objetivo.
O presidente dos EUA, Donald
Trump, oficializou na quinta-feira as tarifas de 25% nas importações de aço e
10% nas de alumínio, materiais que são essenciais para os setores de construção
e manufatura. A medida entra em vigor em 15 dias. México e Canadá foram, por
enquanto, excluídos da medida.
O governo americano deixou aberta
a possibilidade para países solicitarem isenções, mas não revelou os critérios
para a concessão desse benefício. A Casa Branca, porém, disse que a
isenção será concedida àqueles que conseguirem resolver a ameaça que suas
exportações representam aos EUA.
A decisão americana revoltou
a comunidade internacional. Após o anúncio da taxação na semana
passada, vários países disseram que não
ficariam de braços cruzados e que estabeleceriam tarifas e
barreiras comerciais a produtos dos Estados Unidos. O governo
brasileiro afirmou que manterá a preferência pelo diálogo, mas não
descartou ações para preservar os direitos e interesses nacionais.
CN/dpa/afp/efe | Deutsche
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