A ordem de prisão contra Lula é o
epílogo trágico de um pacto faustiano. Tal como Fausto, Lula está agora a
sofrer as agruras de ter vendido a alma a Mefistófeles.
Tentou apaziguar as
forças do capital e do imperialismo fazendo-lhes toda a espécie de cedências.
Mas de nada adiantou. Um juiz familiar da Embaixada dos Estados Unidos e
frequentador dos cursinhos de warfare da
USAID – sr. Sérgio Moro – condenou-o em primeira instância. E apressou-se agora
a ordenar a sua prisão. A reacção é maximalista e tem pressa.
A corrupção sistémica tem raízes fundas na classe dominante brasileira. Quando se trata de alguém vindo do povo, adopta-se o princípio "para os amigos tudo, para os inimigos a aplicação acelerada da lei". O molho dos argumentos pseudo-jurídicos serve só para dar um verniz à arbitrariedade envolta em sentenças judiciais.
Depois das Honduras e do Paraguai, a warfare é
agora aplicada no Brasil. As forças que hoje prendem Lula são as mesmas que
levaram Getúlio Vargas ao suicídio. Mas a social-democracia lulista pretendeu
com elas conciliar, desarmando política e ideologicamente os trabalhadores.
Mesmo agora, in extremis, o espírito conciliador de Lula parece
continuar a prevalecer.
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